sexta-feira, 7 de maio de 2010

ENSINO - DA "MÁ" ANGELINA, À MERDA DE HOJE...


Com uma pergunta cuja resposta resulta da questão de 2+5 e, numa outra que questiona qual a quarta parte de 8, eis o exemplo mais concreto e arrepiante ( “arrepiante”, eu acho que usei o adjectivo certo, parece-me…) para a falta de qualidade e exigência para um exame do 6º ano – o meu antigo 2º ano liceal – que, segundo as notícias de hoje foram objecto do respectivo exame dos jovens que ora tratam da sua formação estudantil.

E vendo aqui na net, saquei mesmo um exemplo da prova de matemática, esta do actual 4º ano – a minha anterior 4ª classe! – para que se veja e comprove a que nível, esta levada de incompetentes, elaboradores destes testes, tabelaram o ensino das nossas crianças que, não se esqueça, no 4º ano, já estão com 11 anos de idade!...


Veja-se o exemplo desta prova deste ano que aqui deixo e imagine-se os incapazes e atrasados que estamos a formar entre os nossos filhos e netos…

E, lembrar-me eu – desculpem a má construção da expressão mas foi assim que me saiu e faz-me lembrar a minha meninice… - que, nessa altura, logo na 1º classe - e perdão pela comparação que sei ser exagerada, sobretudo nas exigências e suas consequências… - na minha aldeia, com 7 (sete!) anos de idade a “professora velha”- como era conhecida a Dª Maria Angelina (que a terra já deve ter comido…), “má como as cobras”, que “arriava porrada” – “arriava porrada", o termo correcto! - em todos (a mim, não, porque tinha medo do meu pai…) porque não sabiam a tabuada, - porque não sabiam a tabuada!.. - com reguadas e mais reguadas nas duas mãos ao mesmo tempo e… puxões de orelhas, que as chegava a rasgar (há ainda gente viva que o testemunha!…) e, assim se avançou duma situação ordinária e péssima, violenta e velhaca, para esta bandalheira e incompetência e quase indigência que hoje campeia no nosso ensino e que é uma verdadeira vergonha!...

Vergonha, incompetência e indigência a que, ano após ano, lamentavelmente, ninguém põe cobro…

Para uns alunos com 11 anos de idade e 4 de escolaridade, fica aí um flagrante exemplo da prova deste ano e da merda de exigência que se quer alcançar:




2 comentários:

Aida Duarte disse...

Ola sr Vitor , o meu pai tambem teve essa professora horrivel, a D Angelina, mas ele sabe coisas que nos com o 12 Ano não sabemos, pode crer mesmo.
Era má mas aprenderam muito com ela
Xau Aida

Victor Azevedo disse...

Olá Aida!
Obrigado pela visita e pelo comentário a que desejo acrescentar uma pequena observação sem pretender entrar em discussão sobre o caso por o mesmo, face à distância no tempo entretanto decorrida, não o merecer…
Acho que a Aida está a fazer uma pequena confusão e a misturar duas situações que não têm mistura possível…
Na verdade, Aida, de um lado temos o programa do Ensino Primário – com então se chamava – que era preciso dar durante o ano aos alunos e, no outro , temos os professores, as pessoas que os ministravam nas escolas.
Em causa está como ele era executado porque, se é verdade que todos os professores o punha em prática, uns faziam-no nuns métodos calmos, ponderados e inteligentes e outros faziam-no de forma violenta, bruta e mesmo alarve e até velhaca, como fazia a Maria Angelina.
Pense como também aprenderam bem nessa época as crianças de Ulme (lembro-me, assim ao correr do teclado, de gente da minha idade – o João Manuel Abreu, a mulher Natalina, o Manuel “Charrete”, os filhos do João Neto, Raul e Maria José, os filhos do António Jorge, Armando e Maria José, o João Augusto Ferreira que até foi professor, etc.,etc. - e lembre-se ainda dos alunos dos professores Tomás e Filipe que naqueles anos ministravam a primária na Chamusca a tantos e tantos alunos e em que muitos atingiram cursos universitários. Toda essa gente estudou e aprendeu pelo mesmo Programa e, nunca, nunca soubemos que esses professores utilizassem os métodos violentos e alarves da Maria Angelina.
Ao contrário do que diz, acho que ela, pelos ordinários e velhacos processos que usou, contribuiu muito para nivelar por baixo o ensino e a cultura do nosso Chouto nas dezenas de anos que horrorizou e afastou tantas crianças da nossa terra da frequência escolar!
Sabe que ela não batia selvaticamente a todas a crianças? Sabe que ela só batia ordinária e violentamente aos filhos dos mais pobres? Sabe que ela sovava brutalmente as pobres crianças, filhas de humilde e pobres pais que apareciam na escola com… piolhos? Sabe que ela chegou a bater a uma pobre criança – uma menina, filha do Oleiro dos Casais – tanto, tanto, que a pobre conseguiu fugir porta fora e a velhaca veio atrás dela, agarrou-a no meio da travessa que dá para o agora Posto Médico e, ali mesmo, no meio da rua, bateu, bateu, bateu na menina?
E as reguadas - 20,30, 40, muitas, muitas! - que ela aplicava simultaneamente nas duas mãos – nas duas mãos em simultâneo! - de pobres coitados que não sabiam a tabuada, faziam uns erros, tinham piolhos ou vinham menos limpos e asseados?
Sabia que quem na rua estivesse sentado na calçada e não se levantasse à passagem da… da… da… criada da Angelina – a “menina Maria” -, levava porrada dela no dia seguinte na escola? Quem não se levantasse à passagem da criada dela!!!...Inimaginável, né? (Foi aí que começou a guerra com o meu pai porque ele proibiu-me de me levantar à passagem da “menina Maria”sozinha… Disse-me: ”Levantas-te quando vier a senhora professora, quando for só a “menina Maria”, não te levantas”.)
E, ainda: Temos no Carregado um amigo da minha idade que lhe pode testemunhar como ela lhe separou as orelhas de tanto as puxar! Acredite! É verdade!
Isto era método de ensino? Isto era ensinar? E alguém podia aprender assim?
Para além de outras velhacarias de que eu e outros somos testemunhas…
Aida, um dia poderemos conversar pessoalmente e dar-lhe-ei mais detalhes e até nomes das vitimas dessa horrível “coisa” que tivemos no Chouto durante muitos anos a atrasar o ensino, a prejudicar a terra e a cultura dos seus filhos.
Cordiais saudações choutenses!