domingo, 25 de dezembro de 2011

NO NATAL DO DESALENTO, O ENCANTO DO MENINO!


Não tivéssemos assistido e vivido com prazer ao entusiasmo do nosso pequeno Rafael nesta noite, não só a receber e a abrir as prendas mas, sobretudo, à sua alegria e encanto na recepção ao Pai Natal – guardo ainda no ouvido a sua vozita gritando de entusiasmo ao vídeo de porta “Quem éééé???”, na chamada de campainha do velho das barbas brancas e, depois, à sua corrida aos saltos para o receber nos elevadores... – e estaríamos possivelmente num Natal, talvez dos mais tristes e preocupantes das nossas vidas...

Na verdade e embora no meu caso pessoal seja pouco provável vir a passar outro tão triste como o de há 33 anos quando aconteceu a morte e funeral de meu pai, este é sem dúvida um Natal celebrado em Portugal com muito desalento e muita preocupação, face á crise económica-financeira que atinge um grande parte de todos nós nesta terra e nesta Europa tão mal governada e orientada nesse tocante económico e financeiro.

Aconteceu felizmente que o bacalhau, os fritos, os doces e o cabrito ainda não faltaram na nossa mesa, embora este ano, como já no anterior, as prendas tenham sido só reservadas para as crianças mas, na realidade esteve connosco também à mesa nas conversas as dificuldades na vivência social, a crise e sobretudo as preocupações sobre o futuro que nos espera já que os governantes não sabem dizer-nos quando atingimos o fundo e começamos a erguer-nos, depois de todo este cortejo de cortes nos nossos proveitos anuais, que tanto nos prejudicam e penalizam...

Na nossa família o terrível desemprego, que tanto aflige milhares de lares portugueses, felizmente ainda não bateu á porta mas, logicamente, nada nos garante que de um dia para o outro ele aí não possa aparecer e então muito pior e mais difícil será o caminho a percorrer e a vida a suportar. Oxalá que isso nunca aconteça!

Neste quadro é portanto impossível passarmos com mais prazer esta bonita quadra e resta-nos por isso ver e viver com os mais miúdos a sua alegria e encanto e esquecer-nos nesses momentos das dificuldades e preocupações de nossas vidas...

As crianças, na sua bonita inocência e encanto, devem de viver alheadas destes problemas para que cresçam felizes e saudáveis, esperando nós que venham a ter um futuro bem mais fácil e risonho que o nosso!

Deixo aí as imagens da feliz e inesquecível recepção, aqui em casa, do meu neto ao Pai Natal (o tio Helder, que ele não reconheceu...) numa foto, acima, retirada do vídeo/clip que também deixo abaixo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1640 - QUE INDEPENDÊNCIA HOJE?...


Criado para comemoração da chamada Restauração da Independência de Portugal, resultante da revolta de 1640 que expulsou do país o chamado domínio dos Filipes, espanhóis que dominaram Portugal durante 60 anos, este feriado era na realidade vivido com entusiasmo nos tempos idos e eu próprio bem recordo que, por tudo o que era cidades, vilas e até aldeias da nossa terra, as bandas de música saírem para a rua logo ao nascer do dia e percorrerem grandes trajectos tocando o que, se não estou em erro, era o chamado Hino de Maria da Fonte. Era bonito e entusiasmava as gentes e recordava o que foi então a ocupação de Portugal pelos nossos vizinhos espanhóis, criando então uma rivalidade que ainda hoje persiste.

Nos últimos anos, a tradição dessa comemoração caiu em desuso, o feriado manteve-se mas, a acreditar nas notícias que nos têm chegado, tudo aponta para que hoje tenhamos gozado pela derradeira vez o Feriado do 1º de Dezembro.

A sugestão dos patrões à troika que nos governa para supressão de alguns feriados e até da inimaginável decisão de acrescentar mais meia hora diária de trabalho para todo o mundo laboral, foi aceite e “recomendada” ao governo (as aspas não estão aí inadvertidamente...) e, assim, este 1º de Dezembro, dia da Independência, não mais se comemorará.

Afinal e em boa verdade, temos de convir friamente que na realidade vivida hoje em Portugal, independência é coisa que não temos nesta terra. Económica e se calhar até politicamente, vivemos dependentes do estrangeiro, quais pedintes falidos da Europa e do Mundo.

De mão estendida a tudo e a todos por essa Europa fora e até a muitos outros países do globo, mandados pela chamada troika que nos facultou dinheiro para não morrermos à fome, somos tudo menos independentes e, na verdade, ainda que o feriado não comemorasse essa independência, o governo achou que havia que deveria de ser eliminado para não fazer confusões ao povo...