domingo, 21 de dezembro de 2014

CENTRO DE ACOLHIMENTO - UMA PÉROLA NO CHOUTO!


Não obstante já ter passado um dia sobre a minha visita ao meu Chouto e particularmente ao seu Centro de Acolhimento Social onde se realizava a sua Festa de Natal, devo confessar que ainda escrevo debaixo da excelente impressão e sobretudo da forte emoção sentida depois da minha estada e da magnífica vivência experimentada naquelas breves horas que ali permaneci.
Temos ali, no pobre e humilde mas muito limpo e bonito Chouto, uma obra de muito valor que muito me impressionou, embora eu já bem soubesse que tínhamos ali algo de muito prestimoso e válido.
É, pois, ainda muito impressionado com o que vi no tocante ás magníficas instalações - de que deixo aqui duas esclarecedoras fotos - e ao ambiente ali vivido que redijo este apontamento e, só por isso já seria uma boa razão para este meu escrito mas, é sobretudo – muito sobretudo por isso! – pela emoção que sinto por, conhecendo muitas daquelas pessoas, muita daquela gente ali instalada e frequentadora do Centro e vendo como são bem tratados e por sentir como são felizes, esses velhos conterrâneos amigos e conhecidos, que mais me impele a aqui deixar as minhas impressões sobre tudo o que vi ontem no Chouto.
E é por conhecer aqueles velhos e humildes conterrâneos que em muitos casos viveram toda uma vida rural, cavando – cavando! - e retirando da terra com o seu árduo trabalho o parco sustento, muitas vezes numa dura e dramática sobrevivência, vivendo em casas muito humildes, muitas de piso de cimento e até de chão térreo, de telha vã, quentes no Verão e sem aquecimento nos frios Invernos da região para além da pobre lareira e das fracas mantas na cama, sem água canalizada e instalações sanitárias, é por os ver agora tão bem instalados que me emociono fortemente. Muito fortemente! Sinto o seu sentir; aprecio a sua estima e agradecimento pela forma como são tratados; aprecio a sua gratidão pelo carinho e dedicação que ali recebem, agora que se lhes apresenta o Inverno da vida.
E, numa época em que frequentemente a comunicação social nos confronta com notícias de situações tão condenáveis neste campo da assistência social com lares degradados, má assistência aos idosos quando não até de maus tratos e abandono em muitos outros casos, constatar que numa terra tão pequenina e pobre como o Chouto foi possível criar e manter uma realidade tão bonita e importante como o é o seu Centro de Acolhimento Social, merece todo o meu aplauso e justifica estas minhas palavras que são também de homenagem e agradecimento a quem a torna possível! Homens e mulheres, filhos e amigos da terra, gente competente, dedicada e prestável que não regateia esforços e inteligência, querer e crer para tornar possível tão louvável realidade! Bem hajam!
Bem hajam porque, graças a todos eles, o Centro de Acolhimento Social do Chouto é hoje uma bonita e valiosa pérola na aldeia!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

SEM PESCA, PESCADOR SOFRE...


É, sem dúvida, o meu desporto preferido! É, francamente, a minha distração favorita!  

Pela pesca e, sobretudo, pela pesca ao achigã, troco tudo. Gosto também muito de ver um bom jogo de futebol, do meu Sporting ou da selecção portuguesa mas, se puser isso em equação e, isso já tem acontecido, opto nitidamente pela pesca em detrimento do futebol.
A adrenalina da pesca, do sentir o peixe pesando e puxando na outra ponta da linha; a emoção de imaginar e depois ver o porte do peixinho; o ar puro; o contacto com a natureza; o observar a vegetação, a floresta, as culturas, as aves e os animais selvagens, é algo que não troco por nada. Na pesca o tempo passa sem darmos por isso e, ainda que tenhamos muitas preocupações, ali, elas são esquecidas e, não raras vezes quando olhamos para o relógio, ficamos muito surpreendidos por já terem passado uma, duas e mais horas…
Mas, a pesca do achigã, sobretudo em Portugal, tem esta vicissitude do prazo em que não podemos pescar por causa do clima que no país se faz sentir… É verdade que o “defeso” de 2 meses até é relativamente curto e suporta-se mas, a esse período temos que somar a parte final do Outono e sobretudo todo o Inverno o que, somado ao tempo do “defeso”, eleva para cerca de 6 meses em que a pesca não é agradável e apropriada. Com o frio as águas arrefecem muito e os peixes procuram as águas mais profundas, menos frias e deixam de frequentar zonas menos acessíveis a pescadores de margem como eu. Para além disso, como que hibernam, ficam quietos e deixam de se alimentar. O achigã funciona dessa forma, tem esse metabolismo e a isso temos de nos adaptar.
Foi por tudo isto que, quando a 28 de Outubro, no final do dia, findei a minha pesquinha, achei que seria o meu encerramento deste ano e criei esse bonequinho que acompanha este escrito. Ainda tinha o mês de Novembro pela frente mas não seria previsível que a chuva e o frio que surgiriam inevitavelmente permitissem que continuasse… E assim foi, na verdade. Neste Novembro não tivemos frio mas a chuva não nos largou…
Resta-nos aguardar pelos dias de finais de Fevereiro e ir até 14 de Março na esperança que então tenhamos uns diazinhos de melhor tempo para, antes do “defeso” então, finalmente, matarmos o vício…
Chegados agora a Dezembro, prestes a ver findar o ano e, num balanço final tenho de reconhecer que o mesmo, em termos de pescarias, não foi famoso. Logo na abertura tive a inconcebível “nega” no acesso ao local onde tantas e bonitas jornadas de pesca vivi, embora nesse mesmo dia tenha ferrado dois bons exemplares que até acabaram por ser os maiores que pesquei durante todo o ano. Verdade que fui pouco à pesca mas, as vezes que fui, a coisa não foi famosa, não.
Mas o 2014 ficou marcado por ter levado a pescar pela primeira vez o Rafael, num belo dia de Julho, numa situação que me agradou sobremaneira e ainda mais por ver como ele apreciou. Pena que não tivéssemos oportunidade de repetir como ele desejava mas quero crer que em 2015 lá voltará… Fica aí uma foto como recordação desse belíssimo dia que muito desejo que se repita..
Entretanto devo confessar que nas minhas derradeiras idas, já em Outubro, as coisas melhoraram substancialmente exactamente porque optei por usar vinis e mais concretamente os senkos como amostras…
Os achigãs são enganados magistralmente por esses tubos de vinil e eu, que já há muitos anos os conhecia, como que me tinha esquecido deles…E como lamento isso…
Recordo-me que foi há cerca de 10 anos que o amigo Ventura da Silva, em Vila Franca, com quem muitas vezes conversava sobre a nossa paixão da pesca do achigã me apresentou o senko como a grande novidade do momento, me ensinou a fazer a montagem num anzol “pescoço de cavalo” e me aconselhou a colocar um chumbo bala como peso. Eu logo usei essa “arma” umas vezes mas confesso que nunca vi resultados extraordinários… Só uma vez um grandão esteve para ser ferrado e ele puxou de um lado e eu do outro e fiquei com metade do senko no anzol… Aí fiquei entusiasmado e como tinha o telemóvel no bolso logo gravei a imagem que aí agora deixo…
Mas, depois disso, nada de especial mais aconteceu e, ao longo dos anos, até parece que me esqueci dos senkos e, só agora, no início de Outubro, lendo na net um escrito de Herminio Rodrigues, que passa por ser um craque na pesca do achigã e que sei também ser amigo do sr. Ventura, falando nessa amostra, ensinava também a fazer a montagem mas aconselhava a não usar o peso – o chumbo bala. Aí eu achei que ele era bem capaz de ter razão e penso que talvez o chumbo produza melhores resultados ao nosso amigo Ventura porque ele pesca de barco e há necessidade da amostra ir mais ao fundo. Para quem pesca de margem e portanto em águas menos profundas o peso não se justifica e a amostra descendo naturalmente na horizontal e não na vertical, engana muito melhor os bichos. Eu fiquei disso convencido nas derradeiras vezes que fui à pesca e só lamento que o Novembro, extremamente chuvoso me impedisse de visitar os achigãs… Agora resta-me esperar por melhores dias, talvez lá para finais de Fevereiro de 2015…
Até lá resta-me contar os dias, sonhando com novas e belíssimas idas à pesca…