sexta-feira, 27 de abril de 2018
HISTÓRICO
Com a idade que tenho e se excluir a queda do Muro de Berlim, não encontro durante toda a minha existência de consciente rapaz, um facto histórico de tamanha relevância como o hoje registado entre os presidentes das duas Coreias!
Ainda há poucos dias – há poucos dias, senhores! – assistíamos a nuclear e mais nuclear; liquidação de um país; ameaças de guerras e liquidação total; etc. etc.
Hoje, ao vermos este encontro de Kin Jong-un, da Coreia do Norte, com Moon Jae-in, da Coreia do Sul, na fronteira entre os seus dois países, aos acordos firmados de desnuclearização, aos abraços, aos banquetes realizados e às promessas de paz duradoira ficamos admirados, incrédulos e, vá lá, esperançados. Esperançados que tudo assim decorra. Para bem dos seus povos e do mundo. Eu, como muitos e como S. Tomé, também quero ver para crer
E, devo também aqui confessar: estou surpreendido com este belíssimo trabalho de Trump, presidente dos EUA. Sim, tenho a plena convicção que Trump está por detrás de todo este espantoso sucesso. Tenho a convicção e acredito que breve saberemos tudo isso. Breve saberemos.
O que muitos presidentes americanos, apesar das mais diversas tentativas não conseguiram, Trump conseguiu! Espantoso, quanto a mim!...
Ainda bem!
sábado, 14 de abril de 2018
ARMANDO JORGE LANÇOU AUTO-BIOGRAFIA!
Conforme aqui já tinha referido em Janeiro passado, o Armando, meu amigo e companheiro de infância e juventude no Chouto e em Lisboa em tempos que já vão, lançou hoje num restaurante do Chiado lisboeta o seu livro auto-biográfico.
Na presença de talvez mais de uma centena de colegas de trabalho e amigos - entre os quais me incluí com muito gosto! – ouviram-se palavras de grande apreço e até alguma emoção pelo meu velho amigo, vindas de seus colegas de trabalho após o que, num derradeiro improviso que durou alguns minutos, o Armando, historiando a sua vida desde as origens na nossa aldeia e no nosso concelho, até aos muitos anos da sua vida profissional numa seguradora e no seu Grupo desportivo, do qual foi presidente durante 25 anos, agradeceu reconhecido a presença de todos na apresentação desta sua obra auto-biográfica.
Deixo aqui a imagem da bonita capa do livro, a dedicatória que fez o favor de me redigir, a foto desse instante e, ainda, uma outra foto da página onde teve a bondade de referir-se a este seu velho amigo relativamente à nossa convivência em Lisboa, já numa casa na Rua da Atalaia, no Bairro Alto de então.
No seu livro e no que toca à nossa terra, Armando Jorge lembra ainda o tempo que frequentou a Escola Primária com a professora Maria Angelina, antipática e má, como já aqui tenho referido. Mas acho que ele gostava dela ou, pelo menos, o pai dele simpatizava com ela. Em boa verdade, como bem sabemos, nem todos agradam a todos…
Em suma: “livro giro”, como eu lhe classifiquei pessoalmente esta sua auto-biografia, profusamente ilustrado com muitas fotografias da sua vida pessoal e profissional, de leitura fácil e bem agradável, sem pretensões literárias de maior, num relato da sua vida, bem recheada de viagens, acontecimentos e vivências!
Gosto muito!
Francamente!
quinta-feira, 5 de abril de 2018
OS GRILOS DO NOSSO ENCANTO
Gri-gri! Gri-gri!
Correndo e saltando que nem pardalitos nos terrenos envolventes da aldeia, ao cair das quentes tardes de Verão, era o som que ouviamos mais aqui, mais ali.
Gri-gri! Gri-gri!
Assim “cantavam” os grilos do nosso encanto, roçando as asas, debaixo das ervas rasteiras, protegidos dos quentes raios solares, nas pequenas clareiras que criavam junto ao buraquinho, construído habilidosamente e que lhes servia de casa.
Caça-los não era difícil de todo mas era tarefa que ainda exigia alguma técnica e jeito. Coisa que puto de aldeia fazia facilmente por experiência e vivência sentida vinda dos mais velhos e que os diazitos de vida passados na rua e no campo, em contacto continuo com a natureza tornava coisa fácil mas que, a menino de cidade pareceria algo difícil, se não mesmo impossível.
Primeiro havia que localizar pelo ouvido a zona de onde vinha o “cantar” do grilo e, depois, pé ante pé, era o aproximar ao local onde o bichinho, a roçar as asas, juntinho à entrada do buraco - nós chamávamos de “buraca”, não sei porquê?... – fazia-se ouvir.
Os derradeiros passitos, já bem junto ao local e quase com o grilo à vista na pequena clareira que sempre fazia à entrada do “lar”, tinham mesmo de ser feitos em “pés de lã” no caso de ainda não o termos localizado. Isto porque, quando o grilo nos sentia, calava-se de imediato e enfiava-se bem ligeiro no buraquinho.
Depois, bem, depois era a 2ª parte da técnica necessária para o fazer sair do buraco e que a bonita imagem junta, de que gosto particularmente e que saquei da net, bem nos mostra (o detalhe das calças da criança, rotas no rabo, é uma delícia!): pegávamos numa pequena palha de erva, de preferência seca para não vergar e era enfiá-la no orifício e, em movimentos de vai vem, a fazer “cócegas” ou incomodar o grilinho que logo saía em grande velocidade e, nós, bem ágeis com as mãozitas, agarrávamo-lo.
De seguida tirávamos do bolso a caixa de fósforos, grandes, da cozinha, que a mãe previamente nos tinha arranjado e onde fizeramos 2 ou 3 pequenos orifícios para o grilo respirar e fechávamos o bichito lá dentro. Chegados a casa, era outra cuidada operação exigida: com jeito, para não o deixar fugir, tirávamo-lo da caixa e colocávamo-lo na gaiola. Se fugisse, como por vezes acontecia, era ouvi-lo depois, de noite, a "cantar" debaixo dos móveis… (E se o meu pai por vezes já se sentia incomodado quando à tarde queria descansar no quarto e ele “cantava” na gaiola pendurada na marquise contigua do quintal, pior era quando de noite se fazia ouvir pela casa fora, debaixo dos móveis… eheh)
Fechado o grilinho na gaiola, vinha depois o cuidado de nunca lhe faltar com a diária folhinha de alface, entalada nas grades, coisa que, passados os primeiros dias sempre nos esquecia e, não fora o cuidado da sempre atenta nossa mãe, e o bichinho morreria de fome…
E, se desejássemos novo grilo a "cantar" em casa, teria o pai de trazer nova gaiola da loja do sr. José de Matos - um então grande estabelecimento de paredes exteriores forradas de berrantes mas bonitos azulejos verdes vidrados -, ali na Rua Direita da Chamusca porque, colocar na mesma gaiola dois grilos, não era aconselhável, não… Brigavam até um liquidar o outro…
Mas, não termino sem antes descrever uma pequena maldade que a malta miúda muitas vezes fazia aos simpáticos bichinhos nas nossas andanças pelos campos: mesmo não desejando mais grilos mas localizado que fosse algum enfiado na “buraca”, não nos dávamos ao trabalho de meter a palhinha para o extrair, não… Mauzinhos, tirávamos a pilinha de fora, apontávamo-la para o buraquinho do grilo e… zás, mijávamos-lhe para dentro. Inundada a casinha, o desgraçado grilo, aflito, saía em grande velocidade, fugindo da inundação... Mas, aí, acho que já não o agarrávamos… Estava sujo e mal cheiroso…
Enfim, maldades de crianças em tempos que ainda não tínhamos os agora auto-denominados e bem activos “amigos dos animais”…
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