terça-feira, 31 de janeiro de 2012

DEUS, SEGUNDO ESPINOZA

Recebi hoje por e-mail e achei de interesse fazer aqui a sua publicação:

As palavras abaixo são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em
Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos
grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia
Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de
família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo
bíblico moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século
XVII.



DEUS SEGUNDO SPINOZA (falando com você )

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é
que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que
Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo
construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas
praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo
mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade
fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu
amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo
o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver
comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem,
no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me
encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me
irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te
enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos,
de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te
culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês
que eu poderia criar um lugar para queimar
a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da
eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são
artimanhas para te manipular, para te controlar,
que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única
coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,
que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem
um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há
pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um
conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de
existir. Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste
comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste,
se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero
que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas
tua filhinha, quando acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas
relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o
jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te
ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui,
que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que
precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que
estou, batendo em ti.

Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

sábado, 21 de janeiro de 2012

EMOÇÃO A RECORDAR ANTÓNIO BENTO!...


Belíssima jornada na tarde de hoje na Chamusca onde na sua Biblioteca evocamos a vida e a obra do meu saudoso amigo António Bento, grande bairrista e chamusquense, para além de apaixonado humanista e pacifista!

Estive na sessão com gratificante convite da directora da Biblioteca que também teve a amabilidade de me convidar para lugar de destaque onde, para além da dita directora, tive a ladear-me a filha Deolinda do evocado António Bento e Sérgio Carrinho, presidente da Câmara Municipal da Chamusca, também ele grande amigo do homenageado e seu ex-colega de trabalho.

O convite foi-me formulado porque tive o privilégio de durante dúzia e meia de anos ter acompanhado e privado com António Bento em muitas das sua iniciativas em prol da Chamusca, a grande paixão daquele nosso saudoso amigo. Desde a fundação do seu “Jornal da Chamusca”, até à realização dos espectáculos “Bate Papo”, passando por festivais de folclore, almoços de convívio, Jogos Florais, homenagens a destacadas figuras do universo chamusquense, em quase tudo, se não em tudo, colaborei com António Bento, numa gratificante actividade que muito me marcou e de que muito me orgulho!

Mas, hoje, no início da minha evocação, a emoção sentida por ali estar a expor publicamente a minha vivência naquela gratificante colaboração com António Bento, quase me travou a voz e estive mesmo a milímetros de colapsar na oratória... Logo eu que, por força dessa colaboração anos atrás, tive tanta ocasião de publicamente me expressar perante vastas assistências sem dificuldades de maior... Mas, hoje, o evocar ali a belíssima vida e obra do saudoso amigo, ia-me pregando a partida...

Na sessão evocativa optei por salientar no homenageado o cidadão e a pessoa, destacando na sua vida o chamusquense, apaixonado pela sua Chamusca e também a sua imensa e impressionante modéstia em tudo o que fazia e, finalmente, o humanista e pacifista que António Bento foi e de que me deu tantas e excelentes lições, para além do seu valioso exemplo de vida tão prematuramente arrancada do nosso convívio!

Senti que a assistência viveu e gostou da sessão evocativa e por isso acho que a mesma foi muito gratificante, deixando aqui o meu aplauso à direcção da Biblioteca pela iniciativa a que junto, no meu caso pessoal um particular agradecimento não só pelo convite e pela amiga recepção como ainda pela visita guiada à Biblioteca que me proporcionaram na pessoa da Directora Paula Ribeiro e do Vereador Francisco Matias!



E, depois aconteceu...

Bem, depois ainda aconteceu que, para além desta bela evocação, a jornada na tarde de hoje na Chamusca fosse ainda mais gostosa porque, todo este acontecimento foi assim como que envolvido – foi “o antes” da sessão e “o depois” dela e... entrou pela noite! - por um outro não menos saboroso mas... agora aqui já falando do valente estômago deste vosso craque... Na verdade e nascido de uma conversa aqui na net quando, tempos atrás disse ao meu familiar e amigo Rui Martinho que sentia saudades de saborear um bom tintinho com o seu pai Manuel João e ele me respondeu que ia “pensar nisso”, o Rui não perdeu muito tempo e, aproveitando esta minha ida à Chamusca, tratou de marcar na acolhedora tertúlia dos pais um suculento e delicioso almoço magnificamente confeccionado pela sua mãe e minha prima Teresa e ao qual teve a gentileza de associar mais uns quantos amigos nossos conterrâneos. Foi um completo e gostosíssimo Cozido à Portuguesa, de grão, à boa maneira ribatejana, com todas as carninhas do saboroso e adulto bácoro, onde pude encontrar também o delicioso chouriço da região e também, para minha delícia, onde a famosa morcela de arroz marcou honrosa presença! As carnes do dito, com um leve sabor a sal, como manda quem sabe da ciência e tudo regadinho com um bom tintinho da zona de Palmela!

Foi então “o antes” e “o depois” da sessão evocativa - e que entrou mesmo pela noite adentro! -, num magnífico convívio que me encantou e que aqui devo agradecer mais uma vez à Teresa, ao Manuel João e ao Rui bem como aos restantes amigos que me proporcionaram tão caloroso acolhimento! É sempre magnífico visitar a Chamusca e, quando se é assim recebido, tudo acontece num verdadeiro encanto!

Deixo aí, para além da capa da brochura alusiva da sessão evocativa de António Bento, duas imagens do acontecimento, sendo que a primeira é da autoria do amigo Luis Dias e a outra minha com a elegante presença de um trio de bons apreciadores do saboroso Cozido! Nela estou acompanhado pelo Rui Martinho e pelo Raul Caldeira. No meu site publicarei um vídeo com imagens que captei na sessão com a actuação do grupo coral Juntanima, da Junta de Freguesia da Chamusca, dirigido por José Pinhal, que encerrou a homenagem a António Bento.