domingo, 25 de dezembro de 2011

NO NATAL DO DESALENTO, O ENCANTO DO MENINO!


Não tivéssemos assistido e vivido com prazer ao entusiasmo do nosso pequeno Rafael nesta noite, não só a receber e a abrir as prendas mas, sobretudo, à sua alegria e encanto na recepção ao Pai Natal – guardo ainda no ouvido a sua vozita gritando de entusiasmo ao vídeo de porta “Quem éééé???”, na chamada de campainha do velho das barbas brancas e, depois, à sua corrida aos saltos para o receber nos elevadores... – e estaríamos possivelmente num Natal, talvez dos mais tristes e preocupantes das nossas vidas...

Na verdade e embora no meu caso pessoal seja pouco provável vir a passar outro tão triste como o de há 33 anos quando aconteceu a morte e funeral de meu pai, este é sem dúvida um Natal celebrado em Portugal com muito desalento e muita preocupação, face á crise económica-financeira que atinge um grande parte de todos nós nesta terra e nesta Europa tão mal governada e orientada nesse tocante económico e financeiro.

Aconteceu felizmente que o bacalhau, os fritos, os doces e o cabrito ainda não faltaram na nossa mesa, embora este ano, como já no anterior, as prendas tenham sido só reservadas para as crianças mas, na realidade esteve connosco também à mesa nas conversas as dificuldades na vivência social, a crise e sobretudo as preocupações sobre o futuro que nos espera já que os governantes não sabem dizer-nos quando atingimos o fundo e começamos a erguer-nos, depois de todo este cortejo de cortes nos nossos proveitos anuais, que tanto nos prejudicam e penalizam...

Na nossa família o terrível desemprego, que tanto aflige milhares de lares portugueses, felizmente ainda não bateu á porta mas, logicamente, nada nos garante que de um dia para o outro ele aí não possa aparecer e então muito pior e mais difícil será o caminho a percorrer e a vida a suportar. Oxalá que isso nunca aconteça!

Neste quadro é portanto impossível passarmos com mais prazer esta bonita quadra e resta-nos por isso ver e viver com os mais miúdos a sua alegria e encanto e esquecer-nos nesses momentos das dificuldades e preocupações de nossas vidas...

As crianças, na sua bonita inocência e encanto, devem de viver alheadas destes problemas para que cresçam felizes e saudáveis, esperando nós que venham a ter um futuro bem mais fácil e risonho que o nosso!

Deixo aí as imagens da feliz e inesquecível recepção, aqui em casa, do meu neto ao Pai Natal (o tio Helder, que ele não reconheceu...) numa foto, acima, retirada do vídeo/clip que também deixo abaixo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

1640 - QUE INDEPENDÊNCIA HOJE?...


Criado para comemoração da chamada Restauração da Independência de Portugal, resultante da revolta de 1640 que expulsou do país o chamado domínio dos Filipes, espanhóis que dominaram Portugal durante 60 anos, este feriado era na realidade vivido com entusiasmo nos tempos idos e eu próprio bem recordo que, por tudo o que era cidades, vilas e até aldeias da nossa terra, as bandas de música saírem para a rua logo ao nascer do dia e percorrerem grandes trajectos tocando o que, se não estou em erro, era o chamado Hino de Maria da Fonte. Era bonito e entusiasmava as gentes e recordava o que foi então a ocupação de Portugal pelos nossos vizinhos espanhóis, criando então uma rivalidade que ainda hoje persiste.

Nos últimos anos, a tradição dessa comemoração caiu em desuso, o feriado manteve-se mas, a acreditar nas notícias que nos têm chegado, tudo aponta para que hoje tenhamos gozado pela derradeira vez o Feriado do 1º de Dezembro.

A sugestão dos patrões à troika que nos governa para supressão de alguns feriados e até da inimaginável decisão de acrescentar mais meia hora diária de trabalho para todo o mundo laboral, foi aceite e “recomendada” ao governo (as aspas não estão aí inadvertidamente...) e, assim, este 1º de Dezembro, dia da Independência, não mais se comemorará.

Afinal e em boa verdade, temos de convir friamente que na realidade vivida hoje em Portugal, independência é coisa que não temos nesta terra. Económica e se calhar até politicamente, vivemos dependentes do estrangeiro, quais pedintes falidos da Europa e do Mundo.

De mão estendida a tudo e a todos por essa Europa fora e até a muitos outros países do globo, mandados pela chamada troika que nos facultou dinheiro para não morrermos à fome, somos tudo menos independentes e, na verdade, ainda que o feriado não comemorasse essa independência, o governo achou que havia que deveria de ser eliminado para não fazer confusões ao povo...

domingo, 27 de novembro de 2011

FADO, PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE!


Penso que em boa verdade todos já esperávamos pela decisão hoje tomada pela UNESCO, na sua reunião na Indonésia, de considerar o nosso fado Património Cultural Imaterial da Humanidade.

O fado que, como se julga saber, nasceu no século XIX nas tabernas, ruas e vielas de Alfama, em Lisboa, começando por ser coisa de bêbados e prostitutas, coisa da ralé, como então era conhecida essa faixa da sociedade lisboeta, foi-se transformando, evoluiu e surgiu Amália Rodrigues, já no século passado, que lhe deu projecção mundial. Sobreviveu á época revolucionária do chamado PREC em 1975, em que os esquerdistas da política quase o mataram por o considerarem obra do Estado Novo caído com o 25 de Abril – lembro-me que na altura era raríssimo passar um fado nas rádios e até saudei num escrito, no jornal onde então escrevia, porque alguém passou um fadinho de Amália numa qualquer estação… – e, chegou aos nossos dias com muita progessão mundial graças a vozes, para além de Amália, de Carlos do Carmo, Mariza (a nova cara internacional do fado português!), Ana Moura, Camané e muitos outros que felizmente foram despontando e o cantaram aqui e no estrangeiro.

Hoje o fado está bem no coração e na mentalidade e cultura do povo português e esta grande distinção cai muito bem aos portugueses, não duvido.

Entretanto, põe-se a pergunta: E agora, o que muda?

Temo que muito pouco, infelizmente, dado o desânimo, o desalento em que vive a sociedade portuguesa, acredito que esta notável nomeação não será festejada e celebrada como deveria de ser…

O povo está pobre, muitos têm fome, todos estão desanimados e há muita descrença no futuro…

Temos o fado Património Imaterial da Humanidade! Pronto. Fica assim e pode ser que algum dia o comemoremos e disso tiremos proveito. Pode ser...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

67 !!! UM A UM, OS ANOS VOU CONTANDO!...

É isso: Um a um, eles vão contando e… já somam 67!

O festejo de hoje, deste 67º aniversário, foi idêntico aos anteriores e, assim, como habitualmente foi festejado em família, com a pequena/grande alteração de, por força da intervenção cirúrgica da Tense não termos feito a tradicional deslocação à Beira Alta e daí não ter celebrado o aniversário com os familiares ali residentes. Ficamos então por um restaurante na área de residência.

Como habitual a refeição decorreu lindamente mas, este ano, por via da imensa crise económica que a todos apoquenta, á mesa, nas conversas, no lugar das antes trocas de ideias sobre férias, fins-de-semana, futebol, política, etc., etc., tivemos a crise, as dificuldades económicas, o euro, a “troika”e a srª Merkel que mandam em nós como se sua quinta fossemos – e se calhar até somos… - e o âmbito nas nossas conversas é e foi este...

Afinal, o âmbito e o ambiente vivido em muitas e muitas conversas de milhões de portugueses profundamente descrentes, desanimados e até mesmo angustiados, com a vida que os incompetentes políticos ao longo dos anos lhe criaram.

O Dr. Medina Carreira andou durante anos a dizer-nos e a alertar-nos que estávamos num caminho errado, que nos aproximávamos no precipício e, usando a sua palavras “íamos bater na parede”, acontecendo aí os cortes nos ordenados e até nas pensões…

Chamavam-lhe pessimista - quando não mesmo de maluco… - e, a realidade, nua e crua aí está.

Temos um país falido, pedinte, angustiado e, o pior, o pior é que temos a sensação de que o pior ainda está para chegar…

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

AINDA AS VITALÍCIAS PENSÕES...


E parece voltar á discussão pública a questão das Pensões Vitalícias dos políticos – agora chamam-lhe, subtilmente, “Subvenções Vitalícias”… - porque, ontem, o “Diário de Notícias” que foi descobrir uma lista do pessoal - mais de 400 “servidores” da causa pública, segundo se sabe!... - lista que, quanto se sabe, está “abafada”, publicou um quadro com fotos de alguns dos sujeitos, assim como uma “montra” onde se postam os indivíduos eventualmente mal comportados…

Esta é uma questão que pessoalmente muito me toca porque, bem me recordo, foi aquando da “fabricação” desta “mama” pelos deputados no governo do Bloco Central que, indignado e mesmo ofendido, achei que o criado – em causa própria! – era um roubo e uma ofensa ao povo português e decidi que nunca mais votaria em eleições políticas em Portugal! Assim tenho feito e assim continuarei.

Repescando na memória lembro-me que tivemos até o caso do Prof. Freitas do Amaral que, depois de uns quantos anitos na política fez as continhas e verificou que ainda lhe faltavam 4 meses para ter direito á benesse por eles criada e, então, pediu a um amigo com assento na Assembleia da República, que lhe facultasse a cadeira por esse período que lhe faltava… Foi noticiado… Não estou a inventar. Atingiu a meta desejada e, hoje, certamente, será mais um que estará na lista dos servidores na Nação…

Lembro que no início do 1º governo de Socrates, em 2005, período em que algo de bom se reformou e produziu, foi decidido acabar com as vitalícias pensões mas, faltando coragem, ficou-se apenas por delas não mais poderem beneficiar os políticos entrados no sistema depois daquela data mas… mas… os anteriores ficaram como estavam… São esses agora e mais uns quantos que depois as requereram por a elas terem direito que ainda continuam na mama, roendo o queijinho, caladinhos que nem ratos…

Caladinhos que nem ratos mas não se coibindo de virem para a comunicação social pedindo sacrifícios a pobres concidadãos que, com ordenados e pensões de miséria, têm de apertar o cinto e sacrificarem-se cada vez mais roubando à boca, à roupa e ao bem estar digno, deles e de seus filhos.

Que saiba e me lembre – só um político – UM, APENAS!!! – dirigente, na altura, discordou e recusou a Pensão Vitalícia publicamente e quero aqui deixar o seu nome: Foi Manuel Monteiro, que foi líder do CDS. Honra lhe seja feita!

E, em 2005, os senhores ex-políticos, vendo que a partir dali a mama acabava para os futuros, se pensassem na nação e tivessem vergonha e porque estavam em muitos casos muito bem instalados na vida, graças exactamente aos anteriores cargos políticos que ocuparam e que lhe serviram de trampolim, porque não abdicaram das suas Pensões Vitalícias?

Fica a pergunta, que me parece legítima…

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A MORTE DO TIRANO E A HIPÓCRISIA

E a grande notícia de hoje, a circular pelo mundo fora, é sem dúvida a morte de Muammar Kadhafi, morte há muito esperada face á intensa procura a que estava sujeito.

A fazer fé nas informações que nos chegam, capturado parece que num esgoto ou aqueduto de estrada, como que um rato, o homem deve ter sido vitima de uma morte muito violenta, a julgar pelas imagens que correm mundo. Coisa que também já era esperada, face aos ódios que provocou.

No hábito ultimamente já tornado moda de destronar os ditadores instalados há décadas nos seus pedestais de barro, calhou agora a vez a Kadhafi , responsável por mais de quatro décadas de tirania e morte na Líbia que governava com sua própria quinta em seu beneficio e de seus familiares e amigos. Entretanto, noutras paragens igualmente sujeitas a regimes déspotas, acredito que outros também já venham pondo as barbas de molho…

Sobre a vida e morte do tirano da Líbia, o que mais aqui quero destacar, prende-se com o hipócrita comportamento de vários - muitos! - dirigentes políticos do nosso mundo que ao longo dos tempos foram recebendo e bajulando Kadhafi e, agora, com ele em desgraça, o deixaram cair sem dó e tendo até alguns deles – em que o caso do francês Sarkozy é bem evidente … - ainda mais condenável e hipócrita porque, se antes o bajulavam agora tomaram parte activa na sua queda…

O Mundo cão que temos. O Mundo hipócrita que nos dirige.

EM TEMPO - Neste canalha e interesseiro mundo em que vivemos, talvez seja de ficar bem atento e, a exemplo de outros casos já passados e ainda bem recentes, verificarmos nos próximos tempos a quem vai “calhar” o petrolezinho que jorra em abundância naquela zona…

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SOU DO TEMPO...

Sou do tempo em que, no dia de hoje - 7 de Outubro -, sempre abriam as escolas e começavam as aulas, com professores colocados e obras feitas a tempo!

Possivelmente tinhamos alguns professores contrariados mas... as escolas abriam e as aulas tinham início!

E tinhamos tantas escolas abertas Portugal afora!...

Sou desse tempo...

(Fica aí uma foto de Raul Caldeira da minha antiga Escola Primária, hoje magníficamente recuperada e transformada num excelente Jardim de Infância.)








domingo, 2 de outubro de 2011

ADÍLIA - AGORA, UMA ESCOLA DE FADO!

E, agora, a minha irmã Adília, como se nada mais tivesse que fazer, criou uma Escola de Fado!

Estive ontem num belo espectáculo, com pavilhão cheio, em S. João da Talha, na apresentação pública da sua “Escola de Fado Guitarra e Voz”, onde actuou bem contada uma dúzia e meia de fadistas que deliciaram o perto de meio milhar de espectadores que quiseram comparecer nesse serão que terminou já madrugada dentro!

Confesso que não sei onde vai aquela mulher buscar tamanhas energias?... Dentro da imensa crise económico/financeira porque todos passamos e com os percalços que se adivinham na sua vida empresarial, ela tropeça ali, ergue-se acolá e logo segue, enérgica, sempre animada, como se tudo e todos navegássemos em águas calmas e fáceis.

Absolutamente espantosa!

Agora, eis que resolve criar uma Escola de Fado em S. João da Talha, numa associação sem fins lucrativos, segundo julgo e apenas tendo como objectivo criar mais fadistas e acarinhar mais o fado, sua grande paixão!

Fantástica e digna de aplauso!

Estive lá, filmei e fotografei para publicar no meu site e deixo aí já uma foto do momento em que, chamada ao palco, a Adília Azevedo apresenta a novel escola na presença à direita do actual presidente da Junta de Freguesia local, também ele pertencente aos corpos gerentes da associação.

Um abração forte para a Adília e o desejo que a sua “Escola de Fado Guitarra e Voz” atinja e se possível aumente os belos objectivos a que se propõe!

No que lhe for possível, o mano colaborará!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OS MELROS VOLTAM A VOAR!

Finalmente tivemos um governante que, com dois dedos de testa, decidiu revogar a Portaria que um seu antecessor pôs cá fora e que nos dizia que passava a ser autorizada a caça aos melros que animam e embelezam os nossos jardins, as nossas hortas, os nossos espaços verdes!

Anulou assim a estúpida decisão de um qualquer ignorante secretário de Estado do anterior governo que achava que os melros comiam cerejas e morangos e como tal poderiam ser mortos até 40 (!!!) por dia e por caçador.

Na altura insurgi-me aqui contra essa autorização que, de tão estúpida motivou até a recusa e o repúdio das próprias associação de caçadores.

Coube agora a Daniel Campelo, secretário de Estado, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, mandar para o caixote do lixo a anterior Portaria voltando assim de novo a ser proibida a caça e morte de tão simpáticas e bonitas aves que tanto nos encantam.


Embora este governante não tenha feito nada mais que a sua obrigação deixo o meu aplauso pela sua decisão e só lamento que não tenha dado justificação para esta sua acertada atitude.


O "outro" merecia uma boa "cacetada" naquela oca cabeça.


domingo, 31 de julho de 2011

A MINHA TROPA - A MINHA GUERRA

Vivo sempre um dia particularmente feliz e muito gratificante quando participo nos regulares encontros do antigos camaradas de tropa e guerra nos já distantes anos de 1967 a 1969!

Desta vez aconteceu ontem na Pateira de Fermentelos, junto a Águeda, a reunião bonita do nosso velho Batalhão de Artilharia 1925 que juntou mais de 3 centenas de velhos companheiros e amigos e que vão trazendo também os seus familiares mais chegados. Na minha mesa, por exemplo, tinha um antigo soldado de uma companhia, que não a minha, que se fazia acompanhar da esposa, da filha e do genro e ainda por duas netas!

Foram mais de dois anos de muitas aventuras, muitas emoções, algumas alegrias e também algumas importantes tristezas vividas e que agora vamos recordando e contando aos nossos familiares e amigos num rememorar de factos e ocorrências gratificantes e saudáveis.

No meu caso particular foi a 1ª vez que me surgiu um cabo – cabo Trindade – do meu pelotão, motivo que me deixou muito satisfeito dado que já estranhava que, apesar de tantos antigos camaradas de armas sempre presentes nunca me haver surgido alguém que tivesse vivido comigo situações mais próximas naqueles difíceis dias.

Desta vez surgiu o Trindade que inclusive me recordou uma complicada situação disciplinar que tive de resolver em Julho de 1969. Eu nem já me recordava que tinha sido ele que tinha saído do grupo de 4 rebeldes e me tinha abordado pedindo desculpa pela indisciplina e assim anulado a participação que, embora muito contrariado, já me aprontava para redigir…

Um dia destes conto aqui a complicada situação então vivida…

Hoje quero apenas registar mais este belo encontro do nosso Batalhão e faço-o juntando uma foto agora tirada com o velho amigo Carvalho, de Vila Flor, meu companheiro de aventuras no leste e norte de Angola – éramos ambos furriéis da mesma Companhia – juntando a essa foto uma outra captada em Dezembro de 1969, no Paquete Império, no alto-mar, quando regressávamos à então Metrópole, como então se dizia.

Passados estes quase 42 anos os então jovens rapazes deram lugar a estes cavalheiros de cabelos brancos, algo já usados e com alguns achaques…

Pelo menos o gordo aí da imagem porque, o sempre elegante Carvalho, é um mistério como faz para sempre se manter jovem…

(Ontem o rapaz confessou-me que... não come, não bebe…)

terça-feira, 19 de julho de 2011

O CICLISTA E A CONDUTORA

Estamos num dia lindo de sol de temperatura amena e, no final da manhã, o nosso Nuno apresta-se para terminar o seu dominical e já tradicional passeio de bicicleta que antecede o retemperador banhinho e o almoço em família...

Curva então para um derradeira rua de acesso a casa quando um automóvel, casualmente conduzido por uma senhora se aproxima pela sua traseira e, fazendo o mesmo percurso, por manifesta desatenção da condutora, não é considerada a necessária distância para o nosso ciclista que sofre o previsível encosto embora que ligeiro… Aí, o inevitável acontece: o nosso Nuno vai ao chão!...

O surpreendido ciclista, abalroado e indefeso usa as mãos por instinto e, do mal o menos, sofre pequenas escoriações…

Com o impacto e o consequente barulho do acidente uns quantos frequentadores da esplanada de um café vizinho correm ao local e traçam os habituais palpites do ocorrido – “foi assim”, “foi assado”… - com a algazarra que se calcula e, já com a incauta senhora condutora avançando na direcção do sinistrado Nuno, soltando de imediato:

- O senhor devia ter mais cuidado ao andar de bicicleta!

- Quem? Eu, minha senhora? – pergunta-lhe surpreendido o nosso rapaz.

- Claro! Eu não tive culpa! – garante a condutora.

- Eu também não tive culpa! – riposta o Nuno.

- Não? Então fui eu? – pergunta a senhora?

- Não! – garante-lhe o Nuno.

- Ah! Ainda bem que reconhece!... Então, de quem é a culpa? De quem é? – pergunta curiosa a aliviada dona.

- Olhe , minha senhora, a culpa é de quem lhe deu a carta!...

Consta que a “assistência” ria em sonoras gargalhadas quando a desatenta senhora virava costas e largava imprecações de... “malcriado!”, “deselegante!”, “machista!”, etc…

domingo, 17 de julho de 2011

A ASELHICE DO VETERANO PESCADOR

Dias atrás, ao meu lamento de que já tinha usado diversas amostras e os achigãs nada queriam, o Sr. Pedro, que faz o favor de me facultar o acesso fechado á barragem no Alentejo onde mais gosto de pescar e que passa por ali bastas vezes nas suas andanças pela herdade fazendo sempre acompanhar-se de uma caninha de pesca, deu-me como resposta:
- Comigo, os gajos estão lixados: Ofereço-lhe sempre a mesma “comida” porque uso sempre esta amostra…
E mostrou-me um pequeno vinil verde em formato de peixe que, levando o anzol de pescoço de cavalo no seu interior, tem a vantagem do bico do mesmo ficar escondido no interior da “amostra” e assim não prender nas ervas ou outros obstáculos dentro de água.

Costumo usá-las muito no início do Inverno quando os achigãs andam mais fundos mas, agora, no Verão, com os peixes mais á superfície, tenho por hábito usar as “rapalas” flutuantes, as “beijoqueiras” ou ainda as de “meia água” que habitualmente resultam bem.

Pois agora aprendi a, em pleno Verão, utilizar igualmente estes “vinis” que, usados juntos ás margens, na vegetação baixa, proporcionam bons ataques aos achigãs predadores.

Bom, mas retomemos a “istória” da minha aselhice de ontem.

Fazia eu mais uns quantos lançamentos com as clássicas “rapalas” quando vejo presa na minha linha uma outra linha que logo agarrei e fui puxando até saírem as suas pontas e, numa delas, instalado, um dos tais vinis verdes que o Sr. Pedro usa…

Achei curioso aquele achamento e, como a minha pesca não estava resultar, que decido? Com os dentes cortei a linha achada, ali a dois palmos do vinil e do anzol, fiz uma laçada e… - Estúpido! Estúpido! – toca a atar aquela montagem na ponta da minha linha que é forte e bem resistente. Uma estupidez e uma aselhice incrível.

Começo a trabalhar com o sistema “atamancado” e não tardo muito para sentir a ferragem de um valente peixe, já bem pesado e com muita força! Ali mesmo! Com aquela peça borrachada, os achigãs são enganados!

Então, ele ferrou, agarrou forte e, eu - emocionado e entusiasmado q.b.! - puxei seguro e enérgico! Ele - zás! -, puxa de novo e com mais força e, pumba, parte-me a linha!. Exactamente a frágil e provável podre linha que tinha achado e que, estupidamente, tinha aproveitado.

É uma sensação lixada sentir o peso e a emoção de um peixe pesado na ponta da linha e, numa fracção seguinte, a linha ficar solta, leve, sem nada… O palavrão que disse e repeti umas quantas vezes, não reproduzo aqui, por decoro...

E, eu, com mais de 30 anos de pesca nestas bonitas jornadas de achigãs - com a experiência que se calcula, passado todo este tempo -, por preguiça, por burrice, não instalei a “amostra” directa na minha linha e decidi aproveitar a “podre” encontrada na água… Dá para acreditar? Não dá.

Depois consegui um “filho” ou “neto” do outro que levou o vinil e anzol no bucho que também era bonitinho mas que só pesava 0,600 Kgs...

Fica aí a foto desse “rapaz” e, um dia destes, talvez consiga fisgar o valente “avô”…

Pelo menos tentarei...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

UNIÃO EUROPEIA - FINALMENTE O MURRO NA MESA?

Será que hoje foi um dia histórico nesta super-guerra dólar-euro dos nossos dias?

Será que este verdadeiro “murro na mesa” dado pelo Banco Central Europeu, mandando “ás urtigas” os pareceres das até aqui todo poderosas agencias de “rating”, declarando que nada ligam á sua opinião sobre a situação portuguesa, vai fazer história?

Importa seguir com toda a atenção esta muito poderosa contenda em que nós e outros pequenos países mais não somos que pequenas marionetas nas mãos dos todo poderosos porque pode ser que, finalmente, a Alemanha e a Franca, nações mandantes da UE, decididamente mostrem os dentes á economia americana e, nesta poderosíssima guerra em que o dólar tenta travar a cavalgada ascendente do euro, seja possível que a União Europeia passe a ser uma verdadeira união e não uma manta de retalhos, como nos últimos tempos tem sido, com germânicos e franceses a preocuparem-se com os seus umbigos e esquecendo todos os outros países amigos que com eles são comparsas nesta aventura da Europa unida e da moeda única.

Gostei desta decisão de hoje do BCE e só espero que não se fique por aqui!...

Foi na América (EUA) que em 2008 todo esta enorme crise teve início e foram estas criminosas agências americanas que a originaram e parece-me inadmissível que, passados 3 anos, os mesmos manobrem e controlem o mundo económico/financeiro como melhor lhes apraz…

terça-feira, 5 de julho de 2011

O FIM DO NOBRE MITO

Foi a grande notícia de ontem mas que, em boa verdade, parece-me que a ninguém surpreende: Fernando Nobre pediu a renúncia do mandato de deputado na Assembleia da República!

Na verdade e não obstante ter afirmado que, ainda que não fosse eleito para presidente, ocuparia o seu lugar na bancada, era de prever que depois do vexame porque passou ao ser por duas vezes rejeitado nas votações – como foi possível alguém que imaginava bem mais inteligente sujeitar-se a esta vergonha?... – e ao vê-lo só, isolado e triste no deserto da bancada vazia no intervalo das votações o Dr. Nobre abandonasse o Parlamento.

E foi assim que saiu pela porta dos fundos alguém que quis subir tão alto que acabou levando um enorme trambolhão. Mas um trambolhão que era muito previsível e do qual o PSD e Passos Coelho também não saem incólumes embora tenham rápida e sabiamente encetado novo e inteligente rumo ao proporem para eleição a Drª Assunção Esteves.

Com a saída de Fernando Nobre de cena cai um mito custando a acreditar como foi possível alguém que, recebendo tão volumoso crédito de um número considerável de portugueses, o esbanja nuns curtos 2, 3 meses.

Nem a Maçonaria com a sua influência lhe valeu, coisa com que certamente contaria e, agora, resta-lhe voltar para a sua AMI - missão que faz muito bem! - e que, espera-se, não venha a sofrer as consequências da figura desempenhada nestes últimos tempos pelo seu presidente… Coisa que os e-mails que vão circulando por aí, com o preenchimento do seu organograma, muito pouco ajuda…

domingo, 26 de junho de 2011

"AMIGOS DO CHOUTO" FINADOS AO SOL!


Foi uma verdadeira, incrível e inadmissível sauna o 3º Encontro Anual dos Amigos do Chouto ontem na minha aldeia natal! (Eu chamo-lhe “encontro” porque seria a denominação oficial mas, na verdade, não foi mais que um almoço de dúzia e meia de conhecidos e amigos que ali se juntaram…)

Um grupo que tanto prometia de amizade e apoio á minha freguesia de nascimento, hoje está em completa desagregação e, não fora a carolice e teimosia de uma amiga emigrante na Alemanha e, possivelmente, nem este almoço ontem ocorreria…

Começou numa “envergonhada” inscrição para o evento – “quem quiser mande e-mail…” – passou por, no local, nem a habitual placa de anúncio do Encontro deste ano ter sido colocada… pela péssima marcação de mesa para almoço que transformou o mesmo numa incrível, inadmissível e inaceitável sauna – seguramente teríamos, sentados á mesa, coisa como muito perto dos 40º (!!!) - , quando havia melhores e muito mais aceitáveis mesas para a escassa dúzia e meia de amigos e terminou com a desmobilização da quase totalidade do grupo, quando cada um abandonou o local, sem um discurso, sem uma manifestação de solidariedade e convívio que se aguardaria e seria indispensável.

Este ano, para cúmulo, nem a habitual entrega de valores ou prendas para as instituições locais tivemos e, a exemplo aproximado do ocorrido no passado ano - em que a desagregação já se comprovava e o espírito de corpo não existiu e esteve a léguas do ocorrido no 1º ano!... -, o grupo, que se juntou com os naturais e amistosos cumprimentos, acabou por se separar rapidamente, digerido que estava o frango sob aquele calor abrasador…

Tendo as péssimas e até nada saudáveis condições climatéricas – os talheres e o prato escaldavam e nem tinha como proteger a máquina de filmar que queimava de tanto sol que suportava e onde a garrafa do vinho era depositada debaixo da mesa, no chão, para que o liquido não ficasse logo em caldo...(!!!) - , estive estoicamente na mesa do grupo por evidente e natural solidariedade e estima pelos restantes e heróicos companheiros desta verdadeira odisseia mas, vi com surpresa o presidente da Junta de Freguesia, que pertence ao grupo e não sei se estava inscrito, sentado com mais acompanhantes, numa bem mais fresca sombra de um isolado chapéu de sol ali ao lado…

Finalmente a minha constatação e lamento pela morte há muito anunciada deste antes promissor grupo de Amigos do Chouto que, ou muito me engano, ou teve ali ontem o seu enterro, debaixo de uns tórridos raios solares, numa temperatura ambiente de 40º que bem poderiam ter sido evitados e amenizados se houvesse organização, querer, bairrismo e um pouquinho de imaginação…

Deixo aí duas fotos bem elucidativas do incrível e inaceitável calor porque passei (passamos) num almoço de sauna no que era suposto ser um agradável convívio correspondente ao 3º Encontro dos Amigos do Chouto e que, a acontecer no próximo ano - coisa que não acredito! -, será algo a que não voltarei em iguais circunstâncias.

domingo, 19 de junho de 2011

UM POUCO DE HUMOR

E… o meu blogue também pode ter um momento de humor para aligeirar o ambiente e, assim, o dia não ficar tão sombrio e triste. Para tristeza já basta o que basta por esta terra lusa… Lembrei-me disso depois dos meus amigos brasucas no site que frequentamos diariamente terem publicado mais uma anedota em que, como é habitual o português é a vítima sendo que, neste caso, eles para não magoarem o amigo portuga, optaram por apresentar a anedota dando á vitima a nacionalidade de… norueguês… Simpáticos e gentis este brasucas duma figa! Mas lembrei-me também porque li no “Expresso” ontem publicado um trabalho deveras curioso – e até algo hilariante... – feito com três médicos onde os mesmos relatam situações insólitas que se lhes têm deparado quando estão em serviço de “Urgências” nos hospitais. Desses depoimentos merece-me destaque para este efeito o da Ginecologista-obstetra, do Hospital D. Estefânia, Filomena Sousa não só quando relata os casos de senhoras – no plural e “por vezes aos pares”… - que, depois de um “affaire” no cinema ou na discoteca, aparecem ás tantas da matina nas “Urgências” querendo saber se estão grávidas (!!!), como ainda o que assinalo aí, daquela grávida de sete meses que, tendo engolido um rebuçado, estava preocupada que o bebé se… engasgasse(!!!)… Afinal, reconheço, situações de extrema ignorância e por demais hilárias - como diriam os amigos brasileiros… - e que, reconhecidamente, muito avalisam as milhentas anedotas que contam e em o sempre gozado é… português...