quinta-feira, 24 de setembro de 2015

DUAS GERAÇÕES - DOIS MUNDOS!


Eles, o André (5), o Manuel (6), o Rafael (9) e a Tia Tina (89!) são, neste clique que registei no dia 19, na festa de casamento da Sílvia e do Mateus, a imagem fiel da nova, algo estranha e bem complexa vivência do nosso actual dia-a-dia.
Eles, os meninos, no apaixonante e de certa forma místico mundo virtual que, acredito, será a sua futura vivência diária e, ela, muito lúcida e ainda ágil de movimentos físicos e mentais, não obstante os quase 90 anos de idade que se seguem de uma vida terrena e bem real, desconhecedora  dessas “geringonças” virtuais e dessas modernices que não entende e nem lhe interessam. Bastou-lhe, chegou-lhe e cansou-a bem as couves, os nabos, os feijões, os “cachos”, as maçãs, o milho e mais não sei o quê e ainda as ervas para o gado que retirou das terras das diversas e pequenas quelhas ao longo dos anos trabalhadas e cultivadas de sol-a-sol na sua fria Beira Alta a fizeram chegar rija e valente q.b. aos dias de hoje.
Deles se espera tudo, neste novo mundo virtual mas igualmente real! Tão moderno, promissor e empolgante mas… também cada vez mais estranho e até algo inóspito!
Ela, já viveu quase um século, saudável e seguro; eles, um dia saberão…
(E vamos acreditar e desejar que, um dia, com 89 anos, com estes papéis invertidos, eles possam registar uma foto idêntica, vendo uns sobrinhos clicando em qualquer outra  “geringonça” moderna, que eu hoje nem imagino qual seja e se sintam igualmente bem “reais”, terrenos e felizes!)

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

VELHOS TEMPOS


Vinda do Brasil vi agora no Facebook esta bonita foto e veio-me à memória, num recuo de muitos anos, quando as mulheres do meu Chouto natal lavavam a roupa no ribeiro que ali passa. Faziam-no junto às duas pontes que o atravessam na aldeia a Sul e, pôr a roupa a corar, era um costume também muito habitual na época. 

 Lavar a roupa nos ribeiros e regatos era habitual à maior parte das populações das vilas e aldeias de Portugal. Não havia tanques públicos e muito menos particular
es e de máquina de lavar roupa só em sonhos e restavam estes locais para se proceder à lavagem das roupas…

As mulheres entravam nos regatos, ficavam com água pelos joelhos e esfregavam as peças de vestuário em grandes pedras estrategicamente ali colocadas. Muitas, se não a totalidade delas, usavam então o corar da roupa que, ensaboada e estendida encima das ervas das margens corava ao Sol.


 Imagem velha do meu memorial de criança que esta foto agora fez com que recuasse no tempo…