sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

AMIGOS EM BODAS DE DIAMANTE!


Particularmente bonito e muito significativo o dia de ontem!

Satisfazendo o gratificante convite do amigo Fernando Barreto e sua esposa Gracinda estive com a Tense no jantar comemorativo das Bodas de Diamante do seu casamento ocorrido no já distante ano de 1956. Realizou-se agora a boda em Almeirim, no restaurante Moinho de Vento e compareceram 90 pessoas entre familiares e amigos.


Tanto Fernando Barreto, quanto a sua esposa Gracinda, são uns bons amigos por quem tenho grande estima e dedicação. Foi o meu 1º chefe de escritório na antiga Fabrica de Papel de Santa Maria de Ulme quando comecei a trabalhar com os meus 17 aninhos e, depois de chegar da guerra e terminar a tropa, foi ele que me arranjou o emprego em Lisboa na Sociedades Reunidas Reis, com escritório em plena Praça do Rossio.

Para além disso, nutro por ele ainda um especial carinho por mais dois motivos que também nunca esquecerei: Quando resolvi marcar o meu casamento para a Ermida do Senhor do Bonfim, na Chamusca, esquecemo-nos, tanto eu quanto a noiva, de mandar limpar e ornamentar de flores a capela e foi a Dª Gracinda que resolveu por sua iniciativa pôr as suas empregadas a limpar e a colocar flores na igrejinha, que estava linda. E, como se isto não fosse mais que suficiente para me mostrar grato pela dedicação destes amigos, ainda lhes coube um outro gesto que ficará para sempre gratificante na minha memória: Quando velávamos o corpo do meu pai, na noite de Natal de 1978, na Igreja da Misericórdia na Chamusca, foram eles que, num gesto de muita estima e amizade, foram fazer-nos companhia naquela noite muito fria e, para nossa admiração e apreço, fizeram acompanhar-se de um prato de fritos de Natal. Foram magníficos e foi lindo! Muito lindo! Coisa que jamais se apagará da minha memória!

Festejaram agora o 60º aniversário do seu feliz casamento e tiveram a gentileza de nos convidar para esse festejo. Fomos logicamente com imenso gosto e apreciamos muito tão carinhoso convívio. Levamos umas prendinhas como é lógico e eu aproveitei uma bonecada alegre aqui da net e fiz um cartãozinho para as identificar. Deixo-o também aqui, assim como uma foto onde podemos ver os nossos dedicados amigos quando partiam o bolo de aniversário.

E que o Sr. Fernando Barreto e Dª Gracinda tenham muita saúde e felicidade, que bem merecem!


sábado, 26 de novembro de 2016

MORREU FIDEL CASTRO!

Com 90 anos morreu ontem Fidel Castro, figura controversa mas sem dúvida figura marcante do século XX.

Para uns herói, para outros assassino, toda a sua vida foi profundamente agitada e controversa. Destacando-se o seu abandono de uma vida económica e socialmente estável para combater de armas em punho por Cuba contra o poderio norte americano e a sua aliança à então URSS – em que a crise dos mísseis russos na ilha e a quase iminente guerra nuclear foi um gravíssimo episódio – muito o ajudou a sustentar no poder. 

Com a queda e o desfazer da URRS, Fidel e a sua ilha sofreram muitíssimo e o bloqueio económico declarado e mantido pelos EUA mais agravou as já difíceis condições de vida dos cubanos.

Dez anos atrás, sofrendo de graves problemas de saúde, deixou o poder a seu irmão Raul e manteve-se na rectaguarda em bom recato, embora talvez com a inevitável influência na governação.

A história dirá toda a verdade sobre Fidel e ficar-se-á então a saber toda a verdade sobre a mão de ferro com que conduziu toda a sua governação autoritária.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

LEMBRANDO O "BATATINHAS".


“Batatinhas miudinhas / Semeadas a granel / Meu amor come poucochinhas / Deixa o resto p’ro farnel”.

Era esta a quadra que o “Batatinhas”, um pobre e miserável homem que, conjuntamente com sua mãe, visitava e permanecia por uns meses no meu Chouto natal, declamava com elevada frequência sempre que com alguém conversava e a que a notícia do recorte do “Correio do Ribatejo” de 16/11/1963 anexo se refere.

Estendiam um fraco e sujíssimo pano debaixo da oliveira à direita que vemos na foto junta, no local onde agora temos o Parque Infantil e, era debaixo dele que, tanto o "Batatinhas" quanto a mãe dormiam de Verão e de Inverno estivesse calor, frio ou chuva. (Num aparte lembro-me que por vezes ele tentava ter relações sexuais com a mãe e a gritaria dela, rejeitando, era sempre bem audível…)

Tinham um fontanário bem perto mas não se lavavam minimamente e por isso os seus corpos “ofereciam” um odor bastante desagradável que se sentia a boa distância. Raramente pediam esmola de porta em porta pela aldeia mas, quando o faziam, era sempre de mão dada por ela ser cega profunda, numa condição que ainda mais agravava a situação. Fisicamente eram muito pequeninos e, de passinho curto e arrastado, iam então de porta em porta pedindo a esmola que tão preciosa lhes era.

 Faziam-no todavia escassas vezes e viviam sobretudo da ajuda dos vizinhos que mais próximo residiam. Bastas vezes meus pais, que os tinham naquelas miseráveis condições ali mesmo em frente da porta, lhes mataram a fome, coisa que bem recordo por ser demasiado frequente, mas também a família "Gouvelas" e a de Mestre Arlindo Texugo e de Mestre Acácio Varela muito os ajudaram. E o “Batatinhas”, porque mentalmente muito doente, infelizmente não era tão simpático quanto isso…

Vinham periodicamente para a nossa aldeia, ali permaneciam uns meses e ausentavam-se durante outros bons períodos para logo retornarem… Até que um dia foram e… não mais apareceram… Constou-nos mais tarde que tinham falecido para os lados de Paço-dos-Negros

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

GOSTO! FRANCAMENTE!


Ver e registar o flagrante de um neto

interessado e actuante na sua iniciante

pesca desportiva de entretimento e lazer, 

é sempre muito bonito, saudável e 

gratificante!...


Gosto!


Francamente!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

E, AGORA, MEUS CAROS: EIS "OS" 72 JÁ PESANDO... PORRA!


E, hoje atingi os 72 anos de vida, 72 que, na verdade, já começam a pesar-me. Já, já…

Desde há um ano para cá o inchaço das pernas não parou de crescer e tive mesmo de recorrer a especialistas para tentar debelar ou, no mínimo, reduzir os estragos.

Primeiro o cardiologista por 3 vezes, incluindo aí o electrocardiograma e o ecocardiograma e os resultados e as notícias foram excelentes: a máquina está em bom estado para a idade e, perante isso, o dr. mandou-me voltar daqui a… 2 anos. Isso mesmo: só em finais de 2018. Fiquei satisfeitíssimo como é evidente!

O pior foi com o diagnóstico do seguinte especialista em cirurgia vascular… Depois de me observar atentamente e de fazer um ecoDoppler deu-me a “sentença”: sofro de Linfedema. Linfedema, coisa que nunca ainda tinha ouvido falar e que agora bem conheço por obrigatoriedade. Mas o mais grave foi o que ele de disse depois: a doença não tem tratamento e terei de viver até ao fim dos meus dias usando meias elásticas. Atingi assim, de um momento para o outro a… 3ª idade. Eh! Eh!

Estou agora a pensar em recorrer à fisioterapia para, com massagens, proceder à necessária drenagem linfática que eventualmente pode melhorar a coisa. Eventualmente… Pode ser que sim. Vou ter de avançar com essa esperança já que, segundo parece, é a única solução que me resta.

Quando ao dia de hoje foi o habitual dos últimos anos: de manhã viagem da Beira Alta para casa e, à noite, o tradicional jantar com a família mais chegada.

Correu tudo bem, como seria de esperar mas só houve um pequeno senão: esqueci-me de tirar a habitual foto do grupo e, pior que isso, faltou-me a também habitual foto com o Rafael. Mas já combinei com ele e amanhã tiramos uma foto e depois inclua-a aqui.

E pronto, completados os 72, avancemos para os 73!

Mas a porra do Linfedema chateia-me…

sábado, 15 de outubro de 2016

QUANTAS SAUDADES!...

Quantas saudades em que, entre os anos 50 e 60 do século passado no Chouto, minha aldeia natal, ali no espaço que medeia o Salão de Convívio - que ainda não existia... - e a sede da Junta de Freguesia, em piso então de terra batida e areia, com o António “Rainha”, o Fernando e o Manuel Carvalho, o Diamantino “Carloto”, o Manuel Espadinha, o João “da Calistra” (João Rosa Pereira) o Joaquim Lopes e tantos, tantos outros, jogava assim, “à bugalha”, “à bola”, ao pião e a tantos outros jogos!…
No jogo da bugalha - assim lhe chamávamos - não tínhamos os modernos, coloridos e caros berlindes que os ricos citadinos adquiriam nas lojas das suas cidades e usávamos as leves e pobres bugalhas que arrancávamos nas pequenas e rasteiras “carvalheiras” que tínhamos nos matos que circundavam a aldeia.
E como nos divertíamos com gosto e alegria!...
E como éramos felizes, sem sabermos!...
(Foto retirada da net)


sábado, 8 de outubro de 2016

PESQUINHA - FECHO EM BELEZA?

Na verdade hoje parece ter sido um verdadeiro fecho em beleza da minha pesquinha!

Voltei ao pequeno charco que está quase seco (se não chover em breve ele “vai embora”…) e, por incrível que pareça, porque não dava para imaginar que ali vivia um bichinho deste porte, ferrei este bonito exemplar.

Espantado e com algum esforço e cuidado para não partir a cana de pesca, porque o grandão no percurso da recolha ficou preso nas muitas ervas aquáticas que cobrem praticamente toda aquela pequena massa de água, lá o consegui sacar para terra e nem queria acreditar no que via… Uma coisa assim, naquele pequeno lago? Como é possível? Uma maravilha!

Ferrei-o com o famoso Senko, a única amostra que seria possível usar ali com êxito entre tantas ervas. Usando-os há muito com regularidade tenho vindo a ferrar bons exemplares com os Senkos mas acontecia que deixava com frequência soltar uns quantos bons peixes… Pensei bem no assunto e resolvi comprar novos anzóis, igualmente “pescoço de cavalo”, mas um centímetro mais compridos e foram esses mesmo que usei hoje pela 1ª vez. E o bom resultado está aí! Fiquei maravilhado, como é de imaginar.

Será desgostado grelhado, com toda a família!

E, agora, chegada a chuva e o frio, será o “jejum”, sendo o retorno possivelmente só viável lá para finais de Fevereiro, inícios de Marco, datas em as temperaturas tenderão em aliviar…

terça-feira, 27 de setembro de 2016

REPUGNANTE

Já circula pela net e, por e-mail, vindo de um amigo já recebi o famoso livro do Saraiva.

Li agora 4 ou 5 capítulos, exactamente sobre umas quantas figuras públicas e sobretudo os dedicados a pessoas que já não estão entre nós e conclui com surpresa que, quando imaginava que seria improvável descer mais baixo na escrita, afinal ainda é possível descer abaixo do mais baixo… 


Escrever a nível da sanita pode ser eventualmente pensável mas, escrever mesmo dentro da sanita, parecia-me que seria impossível mas não é.
A criatura, por incrível que pareça, escreveu mesmo, mesmo dentro da sanita…

Divulgar – com verdade ou mentira não sabemos… – conversas, confidências e episódios tidas com figuras públicas, sendo que algumas, já falecidas, não podem contestar ou defender-se, é algo surpreendente, impensável e muito condenável.
(O capítulo, que agora li, dedicado à falecida Margarida Marante, só tem uma classificação: repugnante! Repugnante, com todas as letras! Impensável como é possível alguém se atrever a divulgar detalhes da vida pública e íntima de alguém com quem privou e que já não está entre nós. Impensável!)

Mas também há, com detalhe, a divulgação de factos sobre figuras ainda bem vivas e actuantes na nossa política e as reacções não tardarão…

Fico-me, enojado, por aqui. Imagino que vão chover processos judiciais sobre a criatura que se atreveu a este dislate e espero que familiares e amigos dos visados fiquem por aí…

Por fim, interrogo-me: porquê e como raio o ex-primeiro ministro de Portugal Passos Coelho ia fazer a apresentação deste livro/trampa? Porquê? 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

NOVAS TECNOLOGIAS


Da minha varanda, numa das muitas noites quentes que vamos sentindo, vi-o aproximar-se ao fundo da rua…

De passo curtinho mas sempre apressado, aquela figura meã mas aparentemente rija, certamente bem calejada pelas agruras da vida é, pelo menos à vista muito ágil e já me é familiar de há muito por bastas vezes por aqui o ver passar. Carrega sempre uns sacos de plástico nas mãos e/ou às costas e também sempre se faz acompanhar de uma pequena vara que muito o ajuda na sua difícil missão de remexer o lixo.

Se não diariamente, pelo menos com muita regularidade, ele aqui é visto a remexer e tirar dos contentores os restos, as migalhas – porventura algo talvez pré-podres e azedas… - que os outros não quiseram e deitaram fora mas que, pelos vistos, lhe servem e ajudam a sobreviver, a si e aos seus…

Tempos atrás tinha a sua missão mais facilidade (se é que há facilidade no remexer do lixo e daí tirar o sustento…) porque os contentores, então constituídos por grandes caixas com rodas eram móveis, caixas que ele movia um pouco para debaixo do candeeiro de iluminação pública e, levantando a enorme tampa, ficava com fácil e bem visível acesso a todo o seu interior mas, ultimamente, a autarquia fê-los substituir por outros bem maiores, escuros e de tampa mais pequena, tornando-lhe mais difícil a operação. Estão meio enterrados no solo e, de orifício pequeno e forrados no seu interior com um enorme saco de plástico preto, de noite nada se vislumbra no seu interior.

Vi-o então aproximar-se apressado e ágil de um dos grandes contentores e rapidamente levantar a pequena tampa e olhar para o interior onde, estou em crer, estava um escuro de breu…

De imediato meteu a mão ao bolso e, quando eu esperava ver surgir a clássica e velha lanterna de grandes e dispendiosas pilhas, eis que o nosso homem empunha um telemóvel de onde logo faz brotar um bem útil e gratificante foco de luz.


Precipita-se então de cabeça no interior do depósito e, ficando apenas com as pernas de fora, penduradas, é assim, naquela difícil posição que remexe o lixo e escolhe o que eventualmente lhe interessa. Logo sai para guardar o parco haver e, ainda empunhando na mão esquerda o precioso telemóvel, parte para outra busca, outra recolha de algo que outros deitaram fora e que a ele lhe serve.

Uma vida certamente muito difícil e desagradável mas que ao nosso amigo se torna obrigatória por opção ou por absoluta necessidade mas que, todavia, porventura, agora já se lhe apresenta menos pesada e dispendiosa porque deixou de gastar dinheiro em pilhas electricas para a lanterna de bolso… Usando o telemóvel fala para a família quando necessita e usufrui da sua luz nesta sua difícil labuta.

Nova tecnologia: menos dispendiosa, mais leve e mais prática.

Coisas dos nossos tempos…


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

REENCONTRO, BELÍSSIMO, COM VELHO AMIGO!


Já não nos víamos desde Dezembro de 69, há portanto quase 47 anos e o nosso reencontro, terminado há instantes, foi muito, muito agradável e bem, bem bonito! Daqueles momentos na vida que ficam para sempre!

Foi o Silva  - o ex-Furriel Silva “Mecânico”, da Guerra de Angola – que me contactou pelo Facebook através de mensagem particular  - “És o Azevedo da CART 1766? “ – e a mensagem, não sei como, nem porquê, na hora não a vi… Só a detectei alguns meses passados mas, na sua identificação na rede social ele suprimiu o último apelido e como as duas fotos ali publicadas não estão bem nítidas para lhe reconhecer as feições, tive de perguntar ao Miguel se achava que era ele e recorri ainda á minha memória e a alguns registos escritos que guardo para o identificar pelo nome completo.

Trocamos depois umas quantas mensagens e fotos e logo projectamos um encontro para nos revermos e recordarmos tempos passados. “Temos de nos encontrar para tomarmos um café e revivermos aqueles tempos”, sugeriu o Silva ao que eu daqui gritei: “Um café???  Isso requer um almoço bem comido e bem bebido! Não faço por menos!”

Ele acedeu de imediato e, acordado com o Miguel, reencontramo-nos hoje aqui na Amadora num curto (?) instante que foi desde o meio-dia até depois das sete, já o sol caminhava para o seu ocaso… 

Degustamos uma grande, fresquíssima e saborosa cabeça de garoupa “regada” com duas garrafas de Pegões tinto e, depois dos cafés, cafés que repetimos, fomos mamando um super-delicioso whisky que nos forneciam na guerra  - “Para uso exclusivo das Forças Armadas”, dizia o carimbo no rótulo -  que, como ele eu também trouxe algumas mas que nem já sei quando as fiz desaparecer… O Silva, não, e, numa gentileza que muito apreciei, fez-se acompanhar de uma garrafinha “Ne Plus Ultra” adquirida naquela data e que agora fomos mamando durante a tarde. Ele levou-a já com o peso bem mais aliviado… E teve sorte de eu ainda ir conduzir…

Mas fiquei maravilhado com o nosso reencontro e com o nosso tão amigo convívio! O Silva foi sempre um amigo com quem me relacionei muito bem tanto em Lumbala, no Leste de Angola, onde vivemos tempos difíceis como depois, no 2º ano na Fazenda Tentativa, perto de Luanda onde terminamos a comissão. E, tanto num local como noutro, eu permanecia largos períodos fora do quartel em complicadas e arriscadas missões mas, quando estava junto da Companhia convivia com prazer e gostava muito do trato e da maneira de ser e estar do Furriel Silva Mecânico, como era conhecido. (Ele, chefe dos mecânicos, como o Miguel, chefe dos enfermeiros, eram meninos do arame farpado ao passo que eu, Atirador, tive que “as” amargar e a coisa não foi nada fácil. Não foi, não… O curioso é que me deram a categoria de Atirador e, nas provas da recruta chumbei nas provas físicas e… no tiro. Coisas da tropa e da guerra…)

Mas voltemos ao nosso reencontro de hoje: Encontrei o mesmo Silva da Lumbala e da Tentativa. Naturalmente mais velho, como seria de imaginar passado que está quase meio século mas, é o mesmo Silva, calmo, ponderado, conhecedor e atento ao mundo e ás coisas que o rodeiam mas com a mesma personalidade daqueles velhos tempos. Com evidente mais saber (estudou bastante mais e formou-se em engenharia) vê-se que está mais maduro, porventura bem mais calejado pela vida mas, no essencial, está ali o mesmíssimo Silva com quem tive o grato prazer de conviver durante mais de 2 difíceis anos das nossas vidas. Ainda bem! Deu-me muito gosto comprovar isso!

Despedimo-nos já com o sol a deitar-se mas ficou aprazado novo reencontro para quando acontecer um encontro do Batalhão, eventos periódicos de que ele sempre esteve afastado, exactamente porque deles não tinha conhecimento.

Deixo aí duas fotos sendo que uma documenta o nosso belíssimo reencontro de hoje e, a outra, que eu não tinha e que o Silva fez o favor de me oferecer, onde estamos, em 1969, na Praia da Pambala, a norte de Luanda, surgindo ele como turista, de calções de banho e, eu com os soldados, parecendo que lhe damos protecção. Eh! Eh! Mas é apenas ilusão, embora não nos lembremos já do porquê daquele grande contraste…

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

TIA BEATRIZ - QUEBROU-SE O ÚLTIMO LAÇO...


Hoje, uma ida, dolorosa e triste ao Chouto, para acompanhar a Tia Beatriz, falecida ontem na Casa de Repouso de Idosos onde estava internada na margem sul, à sua última morada no cemitério da nossa aldeia.

Fina-se assim o último e derradeiro laço familiar materno directo que me ligava à minha vida e à minha existência. (Do lado paterno, igualmente em laços directos, há muito se foram…)


Tinha pela Tia Beatriz e, logicamente, pelo seu marido Tio Chico, grandes e inesquecíveis laços de afinidade e muito estima e disso dei conta aqui no Blogue na data do falecimento do Tio Chico mas acho que ficou hoje sepultado no Chouto mais um bom pedaço do meu ser...

Silenciosamente assisti ao funeral…  Silenciosamente vi o caixão descer na sepultura e ser coberto pelos torrões rudes e secos… Nunca faço choro ou alarido… Nesses momentos só sei expressar-me assim… Silenciosamente, recolhido no meu ser, é como gosto de estar… Sentindo, com verdade e dor, a partida física de alguém bem querido…

A amiga Tia Beatriz viu-me nascer, ajudou-me a crescer e a criar e sei que também ela tinha por mim muita, muita estima e grande amor! Tive, ao longo das nossas vidas, inequívocas e inesquecíveis provas disso mesmo! Dedicação, carinho e amor que jamais esquecerei!

Tenho registos fotográficos, de vídeos e, até muito mais velhos ainda, registos em áudio de diálogos belíssimos de carinho e afinidade que guardo com verdadeira religiosidade e de que não pretendo desfazer-me mas, hoje, aqui, quero apenas recordar, repescando uma velha página deste meu blogue, datada de 2004, quando Portugal estava em força no futebol no Euro aqui disputado e quando o seleccionador Scolari  tinha lançado a famosa ideia de todos hastearmos nas casas a nossa bandeira…
 
Estive com a Tia Beatriz e o Tio Chico – quase sempre os víamos juntos! – naquela data na Feira do Chouto e acho o dialogo que travamos delicioso de carinho, educação e inocência.

Deixo aí a página do Blogue onde descrevo a situação e uma foto que dias depois registei na frente da sua casa, já com a Bandeira Nacional hasteada. Bandeira que a Hortense, depois daquela seu expresso desejo, fez questão de lhe enviar pelo correio e que ela logo pediu ao marido que a hasteasse na frente do pátio.

Um encanto, a doce e amiga Tia Beatriz que me deixa muitas, muitas e muitas saudades!

Que descanse na paz que bem merece!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

PROF. MONIZ PEREIRA - PARTIU UM SENHOR...

Final do dia muito triste o de ontem com a bruta e fria notícia da morte do prof. Mário Moniz Pereira.

É verdade que já tinha 95 anos de idade e também adivinhavamos que a sua saúde seria algo precária mas, como sabemos, a morte de alguém que estimamos sempre na hora nos surpreende.

Um homem íntegro e ímpar na vida e sobretudo no atletismo e no desporto português, a ele ficamos a dever os vários campeões olímpicos e mundiais que fabricou no seu Sporting e que doou ao nosso país com brilhantes e inesquecíveis comportamentos em tantas provas nacionais e internacionais!

“Senhor atletismo” e “fazedor de campeões” lhe chamaram e, em boa verdade, os títulos estão bem aplicados.

Saíram das suas mãos campeões de atletismo como Manuel de Oliveira, Aniceto Simões, Armando Aldegalega, Carlos Lopes, Fernando Mamede, os irmãos Castros e, tantos, tantos outros que não atingiram tal estrelado mas tiveram comportamento brilhante nas pistas portuguesas e internacionais em muitas e diversas ocasiões.

Para além disto o prof. Moniz Pereira foi um mestre de elevadíssimo valor não só neste campo mas igualmente no campo musical. Criou canções e musicas para Amália e muitos outros artistas nacionais que ainda hoje são recordadas e famosas. Era, efectivamente, um homem de rara sensibilidade!

Mas tem uma faceta da vida deste nosso professor de que sou testemunha e que aqui quero e devo registar por a mesma demonstrar bem a sua integridade e a sua honestidade de procedimentos que sabemos ser de toda uma vida que dedicou ao atletismo e ao Sporting Clube de Portugal. Acho que devo contar, porque acho que é sempre bom sabermos e conhecermos com quem convivemos.

Tentando ser conciso, conto, então:
Estavamos em 1984 no mês de Setembro e o país e naturalmente o Sporting e Moniz Pereira ainda festejavam o saboroso e inédito triunfo de Carlos Lopes na Maratona de Los Angeles no mês anterior. O ambiente era de euforia e logicamente o Sporting tentava reforçar cada vez mais a sua hegemonia nacional no confronto directo com o rival Benfica.
Na data eu tinha na Chamusca – e tenho ainda, felizmente! – um jovem afilhado de 18 anos (a quem infelizmente nunca dispensei a atenção merecida… Mas isso são contas doutro “rosário” pessoal que ele conhece bem e que um dia deverei aqui abordar …) que se destacava com muito êxito no atletismo, primeiro como Juvenil e nessa data já na categoria de Júnior, como Campeão Nacional em diversas categorias que praticava. Mas o Vítor Malaquias, de seu nome, sobressaía sobretudo no Salto em Altura, de que era Campeão Nacional no seu escalão!

Acontece então que o seu treinador, sendo benfiquista e conhecendo o valor do atleta, o tenta colocar no clube do seu coração.

Eu sou alertado para a situação – já não me recordo bem por quem… - e, de imediato, contacto o Vítor e o pai Chico Pedro com quem tinha e tenho excelente relacionamento e falo-lhes na hipótese de ouvirmos o interesse do nosso Sporting (eu sabia que tanto o Vítor quanto o pai eram grandes adeptos do clube de Alvalade) na contratação do jovem Vítor.

Lembro-me que ficaram admirados com a minha sugestão – talvez não acreditassem… - mas deram-me “carta-branca” para avançar.

Abordei então com brevidade o professor Moniz Pereira que era a alma forte do atletismo leonino, numa abordagem que me foi fácil, não só porque ele era pessoa extremamente afável e acessível, mas também porque lhe falei da minha “costela” leonina por influência do meu padrinho António Cerqueira, entretanto falecido, durante muitos anos dirigente da casa e também da minha madrinha Ricardina que, na data, ainda era viva e por vezes frequentava Alvalade e que ele bem conhecia. Isso também facilitou o contacto, acho…

O professor conhecia de nome, muito bem, o jovem Vítor Malaquias e logo se manifestou interessado no contacto ficando ali acertado que, para evitar mais deslocações do Vítor e do pai a Lisboa, no dia que tivessem marcada a entrevista no Benfica, viriam um pouco mais cedo para Lisboa e passariam por Alvalade para falarem com ele. E assim aconteceu…

No dia aprazado o Vítor, o pai Chico Pedro e eu estávamos à porta do velhinho Estádio de Alvalade onde fomos recebidos muito bem pelo nosso professor no seu gabinete.

A entrevista decorreu muito bem, como seria de esperar e recordo-me que o que mais me admirou de imediato foi como Moniz Pereira conhecia de memória, sem consultar qualquer apontamento, todas as marcas do Vítor Malaquias nas diversas disciplinas de atletismo que praticava. Se a memória não me falha, só tinha dúvida numa qualquer que pediu ao Vítor para o esclarecer… Confesso que fiquei admirado!

O professor manifestou todo o interesse no ingresso do atleta no Sporting, apresentou-lhe as condições que o clube lhe poderia oferecer (pagamento de deslocações, alojamento e equipamentos e ainda um subsídio que, todavia, que me lembre, não quantificou ali. Eu não me recordo que ele tenha referido o seu valor… Um dia deste hei-de perguntar ao Vítor ou ao Chico…)

E que aconteceu depois? Bem, aí o meu maior espanto, num espanto que atesta bem a honestidade de processos e o desportivismo de Moniz Pereira, um verdadeiro senhor, com todas as letras!...

Quando seria de esperar que colocasse à frente do atleta e do pai um contrato para assinarem (na época, a disputa e o “roubo” de atletas entre Sporting e Benfica e vice- versa era o “pão nosso de cada dia”…) Moniz Pereira remata assim:
“Ouviram as condições do Sporting. Vão à entrevista com o Benfica, ouçam o que eles vos oferecem e depois façam a vossa opção. O Sporting está interessado mas devem ouvir o Benfica porque a ele vêm destinados.”

Assim, desta maneira frontal, honesta e 100% desportiva, procedeu o grande prof. Mário Moniz Pereira! Um grande senhor! Nunca mais esqueci esta sua decisão!

Resta acrescentar que o Vítor e o Chico foram à entrevista no Benfica – eu aí já não os acompanhei, como é óbvio… - onde creio que também esteve o seu treinador da Chamusca - e regressaram a Alvalade onde assinaram um contrato e o campeão Vítor Malaquias passou a ser atleta do Sporting Clube de Portugal!

(Para além da lógica imagem do já saudoso prof. Moniz Pereira, deixo também uns recortes do  “Jornal da Chamusca” da época onde a notícia da transferência é dada em 1ª página e onde Vítor Malaquias dá conta da minha influência no seu inesperado “desvio” da Luz para Alvalade. Fiquei satisfeito e feliz com o sucesso da minha intervenção no caso, claro! E não era de ficar?...)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

BREXIT - TERRAMOTO POLÍTICO NA EUROPA

Quando, hoje logo de manhã – e ainda não eram 8 horas… - liguei a tv e ouvi os resultados do referendo no Reino Unido, fiquei meio atónito com o que era noticiado…

Fiquei eu e acredito que, a essa hora, também estariam assim milhões de pessoas em todo o mundo: Tínhamo-nos deitado com projecções a dar a vitória à derrota do Brexit e acordamos com este volte-face verdadeiramente surpreendente…

Logo avaliei que estávamos na presença de um verdadeiro e incrível terramoto político e de certo não me enganei…  Hoje, por todo o dia, jornais, rádios, tvs e redes sociais não falam de outra coisa e, ninguém, absolutamente ninguém, consegue prever o que vai acontecer…

As interrogações são imensas e é impossível encontrar agora respostas certas – ou no mínimo aproximadas  - para elas:

Que vai acontecer à União Europeia?

Que vai acontecer ao Reino Unido?

Vão seguir-se outros referendos na Irlanda e na Escócia?

E será que vão querer-se outros referendos noutros estados europeus?

E como vão ficar os nossos concidadãos emigrados no até agora Reino Unido?

Interrogações, muitas interrogações para as quais ninguém, ninguém hoje tem resposta.

Não há resposta hoje e previsivelmente não haverá tão cedo… Acho que levará anos a encerrar-se este dossier de consequências inimagináveis…

Hoje, um dia histórico para a Europa e, certamente, um verdadeiro terramoto político/social  para o velho continente!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

NO 90º ANIVERSÁRIO DE UM BOM AMIGO!

Fui ontem a Vouzela e voltei, percorrendo assim 600 kms em poucas horas, mas custou-me tanto como se tivesse conduzido… 6 kms…

Tio Zé “Pisco” festejava o seu 90º aniversário e, estar presente junto dele, naquele dia e naquela hora, era para mim um ponto de honra e coisa absolutamente obrigatória.

Independentemente da muita amizade que nos une – perguntava-me outro dia o filho Tó Zé: “O que é que você fez ao meu pai, que ele adora-o?..." – tenho  recebido do tio Zé provas inquestionáveis e inesquecíveis de muita estima que nunca esquecerei. Provas de uma grande honradez que muito tenho apreciado, como aquela de ser minha testemunha e ter exercido forte pressão sobre um seu sobrinho, numa velhacaria que me fizeram e, não fora ele e tia Tina, sua honrada esposa, eu teria perdido na barra do tribunal, numa clara injustiça, como tantas outras em que a mesma nos nossos tribunais é pródiga… Foi assim, exactamente: "Ou tu tiras a acção do tribunal, ou nunca mais entras na nossa casa!". 

Tio Zé e tia Tina foram sérios, honrados e firmes e esse meu agradecimento e consideração serão sempre grandes e eternos!

Pois, tio Zé atingiu com saúde e força física e, sobretudo, elevada lucidez, os 90 anos de vida! 90 anos de muito trabalho e dura luta pela vida em terra e em anos de pouca ou nenhuma  abundância mas que ele venceu com a muito prestimosa ajuda de tia Tina, sua fiel e dilecta companheira de toda uma longa, muito esforçada mas também bonita vida! 

De surpresa e apenas com a colaboração dos seus filhos, eu e a Hortense, sua sobrinha direita, metemo-nos no carro e aparecemos de surpresa no restaurante em Vouzela onde ele se aprestava para almoçar com alguns familiares mais chegados residentes na zona e foi sua – dele e da tia Tina – a muita alegria por nos ver irromper restaurante adentro. 

Aconteceu então uma hora muito bonita e gratificante que aqui deixo registada com algumas fotos cedidas pelo genro João Dias, captadas na hora.

E que o nosso muito dedicado amigo festeje mais um, mais outro e ainda muitos mais outros com a mesma saúde, a mesma força física e o mesmo espírito de hoje, para seu belo e saudável proveito e para nossa grande alegria!

terça-feira, 17 de maio de 2016

A ABERTURA DA MINHA PESQUINHA


Ontem, 16/5, no Alentejo, na Abertura da Época Oficial da temporada 2016/17 da minha pesquinha ao Achigã aconteceu, como sempre, um dia totalmente ocupado desde bem cedinho – sete da matina! - e vivido na sua totalidade até ao final do dia, quando o sol já se punha.
Ainda que os achigãs, esquisitos com os “alimentos artificias” que lhe propus na ponta da linha se mostrassem hostis - embora os avistasse grandes e felizes nas calmas águas da barragem… - e mesmo que as ariscas gazelas, javalis, texugos, saca-rabos, lebres e perdizes selvagens não tivessem aparecido desta vez - mas onde ainda um fugidio coelho bravo se deixou ver… - prazer e glória imensa num dia diferente de contacto ameno, sossegado e muito agradável com o ar puro e as coisas simples e belas da Natureza que, felizmente, ainda encontramos em pequenos e recônditos lugares no nosso Portugal.
Mas, como era previsível na Primavera e, este ano sobretudo com estas estranhas e inesperadas chuvas destes últimos 15 dias de Maio, os campos estão soberbos de flores e verdura silvestre. Lindos! Lindos! Uma maravilha! Uma delícia para os olhos!
Imagens que captei e registos que aqui deixo para a posteridade e que, mais tarde sempre me encantará rever, aí ficam!
Entretanto, no meio do dia, num intervalo para o sempre apetecível almoço, o aconchego (?) do estômago com as deliciosas e espectaculares “Favas com Chouriço”, de seu nome na zona, com uma saladinha de alface a condizer e o tradicional tintinho, servidas no restaurante “Paraíso da Mata”, ali pertinho da vila de Lavre (Montemor o Novo).
Belezas e maravilhas simples e desinteressadas de um dia habitual - ou em excepção, no tocante à pescaria… - ( pescadores e caçadores sempre serão uns mentirosos…) que, continuamente me dá muito prazer e até mesmo muita saúde para os dias futuros.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

VIVA O 25 DE ABRIL!



Na figura de Salgueiro Maia saúdo e agradeço a todos os militares que tornaram possível o 25 de Abril que pôs fim a um regime totalitário, acabou com uma guerra estúpida e inútil e tornou possível a instalação de um regime democrático em Portugal!

Ainda que mais nada se tivesse concretizado e não obstante os muitos erros de percurso, de que a apressada e má descolonização é um exemplo, só por ter sido posto fim às guerras de Angola, Guiné e Moçambique, onde se finaram para sempre muitos dos nossos jovens, valeu a pena!

Obrigado!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

SECA?

Alarmado – não exagero: alarmado! – notei-o com enorme surpresa quando, no dia 5 de Março, quase a atingirmos o final do Inverno e, quando chegado junto de uma das pequenas represas que costumo frequentar na minha pesquinha, encontrei a água “lá em baixo”. Quase a atingirmos o início da Primavera e quando seria suposto, pelo normal de outras épocas nesta data, termos as represas cheias, com a água mesmo a sair pelo “ladrão”,  ali faltavam, seguramente, pelo menos 2 metros de água… Coisa absolutamente preocupante, quando não dramática…

Passou mais de um mês e, quando se esperaria que, por força do ditado popular “Abril águas mil!”, temos que a escassez de água da chuva continua e, agora mesmo, vejo num canal de televisão uma reportagem feita no Alentejo com o significativo título “seca”…

Não sei se será exagero titularmos de seca o que temos vindo a observar no país de Coimbra para Sul ao longo do Inverno mas a verdade é que, para Norte tem chovido o normal, quando não em excesso e, aqui para Sul, a falta da bendita chuva tem sido uma realidade preocupante.

Eu fiquei triste e preocupado nesse dia 5 de Março e tirei mesmo uma foto da situação da barragem, cuja imagem aqui deixo.

Será que a coisa vai melhorar no que resta de Abril e mesmo em Maio? Oxalá porque, se isso não acontecer esta pequena massa de água não aguentará todo o Verão… E os “meus” achigãs desaparecerão…

Nem quero pensar…

terça-feira, 12 de abril de 2016

EM CHOQUE

Confesso que estou triste e fortemente impressionado, se não mesmo em estado de choque, com a notícia que acabo de conhecer…

Esse amigo, aí em segundo na foto, de nome Roque, (o 1º é o velho amigo JP (João Pereira), brasuca muito amigo que em Setembro de 2010 me ofereceu uma desejosa e não mais esquecida pescaria na Amazónia a que, por motivos que gravemente me preocupavam na época, tive de renunciar…) sofreu um gravíssimo acidente em Novembro passado, de que só agora tive conhecimento e que o deixou sem visão.

Dramático e muito triste drama para um homem de bem com a vida, social e economicamente que, com João Pereira e respectivas esposas, aqui esteve em Portugal um ano atrás. Viajamos os dois de Lisboa a Reguengos de Monsaraz no meu carro onde, eles e suas esposas e eu próprio a seu convite, visitamos a Adega do Esporão onde almoçamos.

Vítima de um muito estúpido acidente, o amigo Roque ficou cego e, eu, nem quero acreditar nesta tão triste notícia agora vinda do nosso amigo comum João Pereira. E que estúpido acidente foi esse?

Roque tinha há muitos anos uma cabeça de veado fixada numa parede de uma sua sala na casa de habitação como eventual troféu de caça, penso eu  e, por muito estranho pareça, a cabeça do bicho, depois de tantos anos ali pendurada, caiu encima dele e, um dos chifres do veado perfurou e sacou um dos olhos do Roque e, incrivelmente, atingiu também o outro olho, ferindo o seu nervo optico de forma irremediável e o nosso Roque ficou cego para sempre.

Dá para acreditar em tão estúpido acidente?

Confesso que estou impressionado e muito triste!

Que o Roque tenha “estofo” para suportar tamanho drama!

quinta-feira, 24 de março de 2016

COMO ENTENDER?...

Eu, que até tenho criação e formação católica e que, com esta idade, já tenho visto muitas atitudes estranhas e bastantes incongruências na minha vida, confesso que não consigo entender o que vi agora assistindo a um Bispo da Igreja Católica a apresentar, com pompa e circunstância, num hotel de Lisboa, o lançamento de um livro dito autobiográfico de um cidadão que foi condenado em tribunal e está a cumprir pena de 6 anos de prisão por abuso sexual de menores… Friso bem: a cumprir pena por abuso sexual de menores!

Que razão? Que motivo? Que fundamento?

Certamente será por manifesta incapacidade mental, intelectual, religiosa e civilizacional da minha parte mas, que fazer?

Não entendo…


terça-feira, 15 de março de 2016

NA MINHA PESQUINHA, O SUCESSO TOTAL!

Sai de casa cedo, pelas 7,15 horas, não tanto pela pressa de pescar porque sabia que, como a manhã estava demasiado fresca os achigãs não estariam ainda activos mas apenas para não sentir os efeitos da “hora de ponta” no trânsito na entrada de Lisboa.

O dia estava bonito com algum Sol embora ainda fraco de intensidade mas com uma leve neblina e a espectativa era muito grande, confesso. Já me tem acontecido partir para a pesca com idêntica expectativa mas, desta vez, tinha uma convicção bem mais forte porque assente nos dois dias anteriores em que a minha pesquinha produziu bons efeitos: no sábado (5) tinha ferrado um de 800 grs. e deixado escapar dois de igual porte e na vez seguinte (sábado, 12), para além dos outros dois que se safaram, consegui ferrar três, sendo idênticos, com um deles já a pesar 850 grs.

O entusiasmo foi tanto que logo pensei em pedir dispensa de ir buscar o Rafael ao colégio ontem (segunda-feira) e assim aproveitar o derradeiro dia antes da entrada do Defeso para ver de conseguia fisgar mais uns bons exemplares no mesmo local. A água estava excelente de limpeza (via-se o fundo, com nitidez, a 3 ou 4 metros da margem) e os peixes andavam bastante activos à caça ou tratando da sua desova. Prometia, pois…

Cheguei então junto da pequena represa - infelizmente ainda muito longe de estar cheia, não obstante estarmos no final do Inverno, nada chuvoso a sul do Tejo… - por volta das 9 da manhã, percorridos que foram, com calma, os 106 kms que a distam da minha residência e, depois de comer um peça de fruta, logo parti para junto da água para tentar a minha sorte. Mas aconteceu como já esperava: nada. Nada de nada! As águas, de temperatura ainda muito baixa por causa do muito frio da noite, não convidavam os achigãs a saír do fundo onde tinham  águas menos gélidas.

Fui almoçar, naquele que é para mim também um belo e saboroso momento destas jornadas piscatórias por terras e ares alentejanos!  Desta vez escolhi um delicioso Pernil Assado no Forno, com batata frita, arroz e uma fresquinha salada de alface como acompanhamento. Comi metade de um queijinho de ovelha seco e “reguei” tudo com os habituais 7,5 l. de tintinho da Península de Setúbal. Tudo com nota máxima de sabor, qualidade e satisfação!

Eis-me então de novo a caminho da represa, não sem que antes ainda visse um casalinho de perdizes nos terrenos anexos à estrada de terra. Mas, noutras ocasiões, também já tenho visto coelhos, saca-rabos e até texugos e javalis… E até gazelas! Sim, gazelas selvagens, numa ocasião única que me deixou tanto de entusiasmado, quanto de admirado!...

E, chegado de novo à actividade piscatória do meu encanto, como previa tudo então foi diferente, para muito melhor! O Sol, nas horas decorridas, tinha tornado a temperatura ambiente e as águas com temperatura bem mais amenas e logo vi e senti que os amigos peixinhos já andavam por ali bem mais activos.

Se, de manhã, andei de um lado para o outro, dei a volta à barragem e mudei várias vezes de amostra e nem sinal deles, agora, era totalmente diferente… Escolhi  uma amostra “Rapala” verde, de 9 cms, flutuante, que me pareceu a mais adequada e foi um “ver se te avias”: êxito total!

Das duas e meia, às cinco e meia, ferrei 5 bons exemplares, com cerca de 800 grs. cada, sendo que um deles, o maior, já pesou 1,1 kg! E pelo meio, um a um ainda os vim trazer ao jipe e fotografei e filmei! Maluco por este vício, só estou bem funcionando assim, fotografando e filmando, para mais tarde recordar…

Bom, mas pelo meio, ainda aconteceu que um “grandolas” me quebrou a linha e levou a mostra!... (E eu que, de manhã, olhando para um pedaço no extremo da linha mais deteriorado, havia pensado em substitui-la mas, como era o último dia antes do Defeso, achei que só em Maio, na abertura, deveria cortar aquele pedaço da linha… Mandam os cadernos de bom pescador que nunca se deve facilitar mas… o quê? É sempre o mesmo…) E para além desse “grandinho” mais três se foram… Com tantos anos a ferrar achigãs, ainda me acontece isto…

Bem, o achigã quebrou a linha e levou-me a boa amostra e eu fiquei danado, claro… Mas foi por pouco tempo… Passados uns instantes vejo-a a flutuar com o pedaço da linha! O bicho tinha conseguido “cuspi-la” e, como é flutuante, veio ao de cima. Foi a minha sorte! Lancei-lhe depois uma nova amostra e consegui recuperá-la e assim, do mal, o menos… Foi-se o peixe mas ficou a amostra.

Contados então, no final do dia e já com algum cansaço, foram assim 5 (cinco!) os belos exemplares que consegui neste derradeiro dia de pesca antes do Defeso! Bom! Muito bom!
Para os três dias de pesca fiz uns pequenos trabalhos no Photoshop que aqui deixo como testemunho e para mais tarde recordar.

Agora resta-me contar dia-a-dia os 60 em que vigorará o Defeso e a 16 de Maio lá retornarei com a ansiedade e o entusiasmo de sempre! O ambiente bonito e puro, o ar bom de respirar, os animais selvagens, o contacto com a Natureza e a própria pesca que me ocupa e desanuvia a mente preocupada e até perturbada, é algo de que não prescindo e que me tem feito muito bem nestes últimos anos. Veremos então se assim poderei continuar e quando verei chegar ao fim este calvário que me criaram…