domingo, 31 de julho de 2011

A MINHA TROPA - A MINHA GUERRA

Vivo sempre um dia particularmente feliz e muito gratificante quando participo nos regulares encontros do antigos camaradas de tropa e guerra nos já distantes anos de 1967 a 1969!

Desta vez aconteceu ontem na Pateira de Fermentelos, junto a Águeda, a reunião bonita do nosso velho Batalhão de Artilharia 1925 que juntou mais de 3 centenas de velhos companheiros e amigos e que vão trazendo também os seus familiares mais chegados. Na minha mesa, por exemplo, tinha um antigo soldado de uma companhia, que não a minha, que se fazia acompanhar da esposa, da filha e do genro e ainda por duas netas!

Foram mais de dois anos de muitas aventuras, muitas emoções, algumas alegrias e também algumas importantes tristezas vividas e que agora vamos recordando e contando aos nossos familiares e amigos num rememorar de factos e ocorrências gratificantes e saudáveis.

No meu caso particular foi a 1ª vez que me surgiu um cabo – cabo Trindade – do meu pelotão, motivo que me deixou muito satisfeito dado que já estranhava que, apesar de tantos antigos camaradas de armas sempre presentes nunca me haver surgido alguém que tivesse vivido comigo situações mais próximas naqueles difíceis dias.

Desta vez surgiu o Trindade que inclusive me recordou uma complicada situação disciplinar que tive de resolver em Julho de 1969. Eu nem já me recordava que tinha sido ele que tinha saído do grupo de 4 rebeldes e me tinha abordado pedindo desculpa pela indisciplina e assim anulado a participação que, embora muito contrariado, já me aprontava para redigir…

Um dia destes conto aqui a complicada situação então vivida…

Hoje quero apenas registar mais este belo encontro do nosso Batalhão e faço-o juntando uma foto agora tirada com o velho amigo Carvalho, de Vila Flor, meu companheiro de aventuras no leste e norte de Angola – éramos ambos furriéis da mesma Companhia – juntando a essa foto uma outra captada em Dezembro de 1969, no Paquete Império, no alto-mar, quando regressávamos à então Metrópole, como então se dizia.

Passados estes quase 42 anos os então jovens rapazes deram lugar a estes cavalheiros de cabelos brancos, algo já usados e com alguns achaques…

Pelo menos o gordo aí da imagem porque, o sempre elegante Carvalho, é um mistério como faz para sempre se manter jovem…

(Ontem o rapaz confessou-me que... não come, não bebe…)

terça-feira, 19 de julho de 2011

O CICLISTA E A CONDUTORA

Estamos num dia lindo de sol de temperatura amena e, no final da manhã, o nosso Nuno apresta-se para terminar o seu dominical e já tradicional passeio de bicicleta que antecede o retemperador banhinho e o almoço em família...

Curva então para um derradeira rua de acesso a casa quando um automóvel, casualmente conduzido por uma senhora se aproxima pela sua traseira e, fazendo o mesmo percurso, por manifesta desatenção da condutora, não é considerada a necessária distância para o nosso ciclista que sofre o previsível encosto embora que ligeiro… Aí, o inevitável acontece: o nosso Nuno vai ao chão!...

O surpreendido ciclista, abalroado e indefeso usa as mãos por instinto e, do mal o menos, sofre pequenas escoriações…

Com o impacto e o consequente barulho do acidente uns quantos frequentadores da esplanada de um café vizinho correm ao local e traçam os habituais palpites do ocorrido – “foi assim”, “foi assado”… - com a algazarra que se calcula e, já com a incauta senhora condutora avançando na direcção do sinistrado Nuno, soltando de imediato:

- O senhor devia ter mais cuidado ao andar de bicicleta!

- Quem? Eu, minha senhora? – pergunta-lhe surpreendido o nosso rapaz.

- Claro! Eu não tive culpa! – garante a condutora.

- Eu também não tive culpa! – riposta o Nuno.

- Não? Então fui eu? – pergunta a senhora?

- Não! – garante-lhe o Nuno.

- Ah! Ainda bem que reconhece!... Então, de quem é a culpa? De quem é? – pergunta curiosa a aliviada dona.

- Olhe , minha senhora, a culpa é de quem lhe deu a carta!...

Consta que a “assistência” ria em sonoras gargalhadas quando a desatenta senhora virava costas e largava imprecações de... “malcriado!”, “deselegante!”, “machista!”, etc…

domingo, 17 de julho de 2011

A ASELHICE DO VETERANO PESCADOR

Dias atrás, ao meu lamento de que já tinha usado diversas amostras e os achigãs nada queriam, o Sr. Pedro, que faz o favor de me facultar o acesso fechado á barragem no Alentejo onde mais gosto de pescar e que passa por ali bastas vezes nas suas andanças pela herdade fazendo sempre acompanhar-se de uma caninha de pesca, deu-me como resposta:
- Comigo, os gajos estão lixados: Ofereço-lhe sempre a mesma “comida” porque uso sempre esta amostra…
E mostrou-me um pequeno vinil verde em formato de peixe que, levando o anzol de pescoço de cavalo no seu interior, tem a vantagem do bico do mesmo ficar escondido no interior da “amostra” e assim não prender nas ervas ou outros obstáculos dentro de água.

Costumo usá-las muito no início do Inverno quando os achigãs andam mais fundos mas, agora, no Verão, com os peixes mais á superfície, tenho por hábito usar as “rapalas” flutuantes, as “beijoqueiras” ou ainda as de “meia água” que habitualmente resultam bem.

Pois agora aprendi a, em pleno Verão, utilizar igualmente estes “vinis” que, usados juntos ás margens, na vegetação baixa, proporcionam bons ataques aos achigãs predadores.

Bom, mas retomemos a “istória” da minha aselhice de ontem.

Fazia eu mais uns quantos lançamentos com as clássicas “rapalas” quando vejo presa na minha linha uma outra linha que logo agarrei e fui puxando até saírem as suas pontas e, numa delas, instalado, um dos tais vinis verdes que o Sr. Pedro usa…

Achei curioso aquele achamento e, como a minha pesca não estava resultar, que decido? Com os dentes cortei a linha achada, ali a dois palmos do vinil e do anzol, fiz uma laçada e… - Estúpido! Estúpido! – toca a atar aquela montagem na ponta da minha linha que é forte e bem resistente. Uma estupidez e uma aselhice incrível.

Começo a trabalhar com o sistema “atamancado” e não tardo muito para sentir a ferragem de um valente peixe, já bem pesado e com muita força! Ali mesmo! Com aquela peça borrachada, os achigãs são enganados!

Então, ele ferrou, agarrou forte e, eu - emocionado e entusiasmado q.b.! - puxei seguro e enérgico! Ele - zás! -, puxa de novo e com mais força e, pumba, parte-me a linha!. Exactamente a frágil e provável podre linha que tinha achado e que, estupidamente, tinha aproveitado.

É uma sensação lixada sentir o peso e a emoção de um peixe pesado na ponta da linha e, numa fracção seguinte, a linha ficar solta, leve, sem nada… O palavrão que disse e repeti umas quantas vezes, não reproduzo aqui, por decoro...

E, eu, com mais de 30 anos de pesca nestas bonitas jornadas de achigãs - com a experiência que se calcula, passado todo este tempo -, por preguiça, por burrice, não instalei a “amostra” directa na minha linha e decidi aproveitar a “podre” encontrada na água… Dá para acreditar? Não dá.

Depois consegui um “filho” ou “neto” do outro que levou o vinil e anzol no bucho que também era bonitinho mas que só pesava 0,600 Kgs...

Fica aí a foto desse “rapaz” e, um dia destes, talvez consiga fisgar o valente “avô”…

Pelo menos tentarei...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

UNIÃO EUROPEIA - FINALMENTE O MURRO NA MESA?

Será que hoje foi um dia histórico nesta super-guerra dólar-euro dos nossos dias?

Será que este verdadeiro “murro na mesa” dado pelo Banco Central Europeu, mandando “ás urtigas” os pareceres das até aqui todo poderosas agencias de “rating”, declarando que nada ligam á sua opinião sobre a situação portuguesa, vai fazer história?

Importa seguir com toda a atenção esta muito poderosa contenda em que nós e outros pequenos países mais não somos que pequenas marionetas nas mãos dos todo poderosos porque pode ser que, finalmente, a Alemanha e a Franca, nações mandantes da UE, decididamente mostrem os dentes á economia americana e, nesta poderosíssima guerra em que o dólar tenta travar a cavalgada ascendente do euro, seja possível que a União Europeia passe a ser uma verdadeira união e não uma manta de retalhos, como nos últimos tempos tem sido, com germânicos e franceses a preocuparem-se com os seus umbigos e esquecendo todos os outros países amigos que com eles são comparsas nesta aventura da Europa unida e da moeda única.

Gostei desta decisão de hoje do BCE e só espero que não se fique por aqui!...

Foi na América (EUA) que em 2008 todo esta enorme crise teve início e foram estas criminosas agências americanas que a originaram e parece-me inadmissível que, passados 3 anos, os mesmos manobrem e controlem o mundo económico/financeiro como melhor lhes apraz…

terça-feira, 5 de julho de 2011

O FIM DO NOBRE MITO

Foi a grande notícia de ontem mas que, em boa verdade, parece-me que a ninguém surpreende: Fernando Nobre pediu a renúncia do mandato de deputado na Assembleia da República!

Na verdade e não obstante ter afirmado que, ainda que não fosse eleito para presidente, ocuparia o seu lugar na bancada, era de prever que depois do vexame porque passou ao ser por duas vezes rejeitado nas votações – como foi possível alguém que imaginava bem mais inteligente sujeitar-se a esta vergonha?... – e ao vê-lo só, isolado e triste no deserto da bancada vazia no intervalo das votações o Dr. Nobre abandonasse o Parlamento.

E foi assim que saiu pela porta dos fundos alguém que quis subir tão alto que acabou levando um enorme trambolhão. Mas um trambolhão que era muito previsível e do qual o PSD e Passos Coelho também não saem incólumes embora tenham rápida e sabiamente encetado novo e inteligente rumo ao proporem para eleição a Drª Assunção Esteves.

Com a saída de Fernando Nobre de cena cai um mito custando a acreditar como foi possível alguém que, recebendo tão volumoso crédito de um número considerável de portugueses, o esbanja nuns curtos 2, 3 meses.

Nem a Maçonaria com a sua influência lhe valeu, coisa com que certamente contaria e, agora, resta-lhe voltar para a sua AMI - missão que faz muito bem! - e que, espera-se, não venha a sofrer as consequências da figura desempenhada nestes últimos tempos pelo seu presidente… Coisa que os e-mails que vão circulando por aí, com o preenchimento do seu organograma, muito pouco ajuda…