quinta-feira, 21 de setembro de 2017

RECORDAÇÃO DA GUERRA COLONIAL (4)



CRIANÇA, IRMÃ E QUASE MÃE...
EM DATA E AMBIENTE DE GUERRA...

ANGOLA (Leste)
GUERRA COLONIAL / 1968

Na falta da mãe, eventualmente na lavra e do pai, à pesca, à caça ou a conversar com os amigos (os homens, para além disso pouco mais faziam, sendo as mulheres que se ocupavam da lavra, da casa, da comida e das crianças), o pequeno filho ficou ao cuidado da irmã, um pouco mais velha e um pouco mais crescida, que o carrega às costas num esforço que se avalia face à corpulência do pequeno irmão...

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

INCONGRUÊNCIAS À PORTUGUESA


Então, em Portugal a coisa funciona assim:

Você quer legalizar a sua vidinha como Arrumador de Carros na via pública do seu município?

Fácil:  Preenche a documentação que a autarquia lhe apresenta e junta-lhe o indispensável Certificado de Registo Criminal, comprovativo que o amigo tem a folha limpinha e é pessoa em que se pode confiar.

Tendo tudo certinho a autorização é assinada talvez pelo Presidente da Câmara Municipal ou por alguém em sua delegação.

Mas, pergunto eu:

E o processo para o mesmo sr. Presidente de Câmara ser eleito e poder assinar esse despacho, funciona em moldes idênticos?

Pois, aí é que está o interessante da questão.

Um cidadão, para concorrer nas eleições a uma autarquia, não tem de juntar à documentação o seu Registo Criminal.

Assim, pode ter cadastro criminal – pode até já ter estado preso!... -,que nada disso conta, porque o Certificado respectivo não lhe é exigido!...

Assim, temos em Portugal esta incrível incongruência:

Para se ser um Arrumador de Carros tem de se ter a “folha limpa” mas, para se ser Presidente de Câmara, até ex-presidiário serve...

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

"GOTA" ESVAZIADA?


Parece que sim. Segundo a médica, de medicina interna, em hospital privado, que me vem observando desde há meses e consultada de novo na passada semana, é isso: não tenho ácido úrico.

- Não sofre de ácido úrico! Quem foi que lhe disse isso? – perguntou.
E, desajeitadamente, como sempre, eu lá me desembrulhei da enrascada:
- Doutora, coisas do povo, por causa das dores nos pés e do dedo inchado na mão.
- Não tem nada disso – reafirmou.

Então, para combater os inchaços, receitou-me uns comprimidos diuréticos que só me fazem mijar de 20 em 20 minutos e mais nada. E já “emborquei” 9
E as dores continuam...

Mas receitou-me também para justificar um acertado diagnóstico – acho a senhora bem ponderada e sabedora! – uma carrada de análises e exames em cuja fase agora estou.

Na quarta, uma picada, que correu muito bem, para recolha de sangue para um monte de análises e, hoje, de novo no privado, um RaioX e uma Angiotac que correu mal. A pequena que me picou errou qualquer coisa e, mudando da esquerda para a direita, foi assim como que uma de “picar chouriços”… Doeu que se fartou, esta trapalhada. 

E, para terminar em beleza o seu trabalho, para proteger a borrada da picada mal feita aplicou-me no braço esquerdo este bonito penso que mostro na foto. Eu, curioso e desajeitado, juro que fazia melhor.

E ela ainda perguntava:
- Está a doer?...
Ora merda! Doía e bem, caramba!...

Bom, mas terminou e agora ainda ficam a faltar os exames ao coração.

Até ao fim do mês espero ter resultados de tudo isto.

Veremos então aí se a ansiedade termina ou se, pelo contrário, avoluma e vira preocupação…

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

RECORDAÇÃO DA GUERRA COLONIAL (3)





MULHER , AGRICULTORA E MÃE…
EM AMBIENTE DE GUERRA…

ANGOLA (Leste)
GUERRA COLONIAL / 1968

Esta mulher, que há 49 anos e em plena guerra, ao fim do dia carregava o filho ao colo e, à cabeça, o cesto com milho e mandioca que colhera na modesta lavra que cultivava para sua subsistência e da família, dirigia-se descalça e a pé para a sua modesta palhota de residência (no leste de Angola chamada de “quimbo”), aproveitando o trajecto para dar a mamada à sua pequena cria.

Mesmo assim, graciosamente, acedeu a fazer uma paragem para fixar a objectiva do militar, armado de G3 ao ombro, que registaria a sua bonita e serena figura.

domingo, 3 de setembro de 2017

RECORDAÇÃO DA GUERRA COLONIAL (2)




MEDO, ANGÚSTIA E DRAMA…
… EM DATA E AMBIENTE DE GUERRA…

ANGOLA (Leste)

GUERRA COLONIAL / 1968

Companheiras e acompanhantes de guerrilheiros mortos e/ou feitos prisioneiros pela tropas portuguesas (confesso já não recordar, tantos foram os casos vividos…), estas mulheres têm estampado nos rostos o susto, o medo e a ansiedade pelo futuro que as espera… A si e aos seus…


 As crianças, maiores vítimas inocentes de todas as guerras, essas, aqui, olham meio assustadas/meio ignorantes e dormem ou sugam o parco mas certamente delicioso leite materno…