domingo, 27 de novembro de 2011

FADO, PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE!


Penso que em boa verdade todos já esperávamos pela decisão hoje tomada pela UNESCO, na sua reunião na Indonésia, de considerar o nosso fado Património Cultural Imaterial da Humanidade.

O fado que, como se julga saber, nasceu no século XIX nas tabernas, ruas e vielas de Alfama, em Lisboa, começando por ser coisa de bêbados e prostitutas, coisa da ralé, como então era conhecida essa faixa da sociedade lisboeta, foi-se transformando, evoluiu e surgiu Amália Rodrigues, já no século passado, que lhe deu projecção mundial. Sobreviveu á época revolucionária do chamado PREC em 1975, em que os esquerdistas da política quase o mataram por o considerarem obra do Estado Novo caído com o 25 de Abril – lembro-me que na altura era raríssimo passar um fado nas rádios e até saudei num escrito, no jornal onde então escrevia, porque alguém passou um fadinho de Amália numa qualquer estação… – e, chegou aos nossos dias com muita progessão mundial graças a vozes, para além de Amália, de Carlos do Carmo, Mariza (a nova cara internacional do fado português!), Ana Moura, Camané e muitos outros que felizmente foram despontando e o cantaram aqui e no estrangeiro.

Hoje o fado está bem no coração e na mentalidade e cultura do povo português e esta grande distinção cai muito bem aos portugueses, não duvido.

Entretanto, põe-se a pergunta: E agora, o que muda?

Temo que muito pouco, infelizmente, dado o desânimo, o desalento em que vive a sociedade portuguesa, acredito que esta notável nomeação não será festejada e celebrada como deveria de ser…

O povo está pobre, muitos têm fome, todos estão desanimados e há muita descrença no futuro…

Temos o fado Património Imaterial da Humanidade! Pronto. Fica assim e pode ser que algum dia o comemoremos e disso tiremos proveito. Pode ser...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

67 !!! UM A UM, OS ANOS VOU CONTANDO!...

É isso: Um a um, eles vão contando e… já somam 67!

O festejo de hoje, deste 67º aniversário, foi idêntico aos anteriores e, assim, como habitualmente foi festejado em família, com a pequena/grande alteração de, por força da intervenção cirúrgica da Tense não termos feito a tradicional deslocação à Beira Alta e daí não ter celebrado o aniversário com os familiares ali residentes. Ficamos então por um restaurante na área de residência.

Como habitual a refeição decorreu lindamente mas, este ano, por via da imensa crise económica que a todos apoquenta, á mesa, nas conversas, no lugar das antes trocas de ideias sobre férias, fins-de-semana, futebol, política, etc., etc., tivemos a crise, as dificuldades económicas, o euro, a “troika”e a srª Merkel que mandam em nós como se sua quinta fossemos – e se calhar até somos… - e o âmbito nas nossas conversas é e foi este...

Afinal, o âmbito e o ambiente vivido em muitas e muitas conversas de milhões de portugueses profundamente descrentes, desanimados e até mesmo angustiados, com a vida que os incompetentes políticos ao longo dos anos lhe criaram.

O Dr. Medina Carreira andou durante anos a dizer-nos e a alertar-nos que estávamos num caminho errado, que nos aproximávamos no precipício e, usando a sua palavras “íamos bater na parede”, acontecendo aí os cortes nos ordenados e até nas pensões…

Chamavam-lhe pessimista - quando não mesmo de maluco… - e, a realidade, nua e crua aí está.

Temos um país falido, pedinte, angustiado e, o pior, o pior é que temos a sensação de que o pior ainda está para chegar…