domingo, 6 de dezembro de 2015

sábado, 21 de novembro de 2015

ACHIGÃ - FIM DA ÉPOCA 2015


Neste tão prolongado “Verão de S. Martinho” eu, que andava a vigiar na net as previsões dos “manda chuva”, vi que a partir de sábado (21) as temperaturas começavam a descer e, pedindo dispensa para não ir buscar o Rafael ao colégio nessa tarde de ontem, decidi avançar para uma derradeira visita aos achigãs neste 2015 quase no seu final.

Sai de casa por volta das sete e meia, com o dia a clarear e, pouco depois das nove estava junto da pequena represa. Viagem boa mas não tão agradável quanto o desejado: o danado do denso nevoeiro em pelo menos 80 % do percurso, impediu que a coisa fosse mais agradável. Mas, com mais cuidado e redobrada atenção, correu tudo bem.
À chegada senti o natural friozinho da época do interior do Ribatejo/Alentejo (o local fica na fronteira das duas províncias) e pesquei usando um velho blusãozito que sempre me acompanha nestas épocas desde há muitos anos (nem já o consigo apertar na barriguinha (?) – consequência dos muitos “cozidos” e “feijoadas” ao longo dos anos “mamados”!...) mas que, por volta das 11 horas larguei e guardei no jipe.
Por experiência sabia que nada ferraria naquela manhã – água e ambiente exterior frio e a pouca convicção que, nesta coisa da pesca também conta… - fui mais porque queria dar um saltinho depois de almoço, com o piso já mais seco, até um pequeno charco onde tinha esperança – se não tivesse secado pela falta das chuvas… - de ferrar um ou mais achigãs.
De facto de manhã nada vi ou ferrei e, pelo meio-dia, parti para ver do almoço... No percurso tive uma pequena surpresa: vi umas quantas ovelhas que, tendo furado a cerca, andavam pela estrada comendo bolotas dos sobreiros das bermas… Pensava eu que as ovelhas só comiam ervas e arbustos e desconhecia, ou pelo menos não me ocorria, que também comiam bolotas. Ignorância, né? Fotografei para aqui deixar.
Depois, no restaurante, uma nova, feliz e saborosa novidade: enquanto olhava a lista dos pratos o amigo Fernando, sonda-me:
- Tenho aí um petisco diferente mas se calhar o sr. Azevedo não gosta?...
- O quê? Eu gosto de tudo! - pergunto, curioso.
- Uma sopa de “couves com feijão” que é acompanhada por “petingas fritas”!
- O quê? Venha! Venha já, Fernando! – peço-lhe de imediato, perante o seu espanto.
Um espanto! Um espanto de petisquinho! Num restaurante que frequento há muitos anos, sempre que ali vou para a pesca e onde sempre são servidos os tradicionais mas bem confeccionados e saborosos pratos à base de porco e carneiro, o amigo Fernando neste dia – oh, maravilha das maravilhas! – resolveu inovar e presentear os clientes com as saborosas e únicas “couves com feijão” e as “petingas fritas”!
Um almoço 5 estrelas! De verdade! Ah! As “petingas” e as couves foram regadas com um “jarrinho” (7,5 l) de “Ermelinda”, da região do Sado... “Nadaram” bem as ditas cujas!... Deixo aí a “prova” fotográfica da maravilha ingerida e degustada!
Bem, depois foi então o partir para o “tal” buraquinho, pequeno charco que até nem tinha bem a certeza se não estaria sêco, face à tão grande falta de chuva. O percurso não foi o mais curto para evitar o atravessar da ribeira que, embora ainda leve pouca água, tem o fundo muito arenoso e podia ficar ali atascado com o jipe. Seria o fim da aventura face à distância que, a pé, teria de percorrer para pedir ajuda… (Coisa de carro de 2/3 minutos mas, indo a pé de mau caminho e a subir, nunca demoraria menos de uma hora… Só um maluco pela pesca, como eu, ali vai sozinho…)
Fiz então a volta bem mais acima pela outra herdade onde, para atravessar a ribeira não há perigo porque o fundo da dita está “cimentado” e passa-se com facilidade mas corria e corri o risco de depois o trajecto ser mais difícil, como foi, mas menos sujeito a “atascanso”.
Cheguei ao local e a primeira preocupação foi verificar se ainda havia água… Ainda estava a fazer a manobra de estacionar o jipe e já olhava para o fundo do vale/declive para comprovar…Tinha!!! Tinha ainda água por ali! Uma pequenina poça, mas tinha!
Desci e por ali me entretive cerca de 2 horas. E foi bem agradável confesso, para fecho da época da minha pesquinha! Para além dos diversos pequenos que libertei para crescerem, ferrei um exemplar maneiro e safou-se um outro mais pesado. Esse não quis e assim crescerá até ao próximo Verão…
Fica também aí a foto do baby e a esperança/desejo e também a convicção de que, se voltar a chover dentro de 2/3 semanas e se depois o Inverno for tão generoso e chuvoso quanto o habitual, os bichinhos reproduzir-se-ão e crescerão dentro do habitual e, em Março, daqui a 5 meses, ali poderei voltar a divertir-me.
Assim a saúde e a vida futura me permitam!...

terça-feira, 10 de novembro de 2015

E, AFINAL, CAIRAM!...

E, afinal, verifico que os passos dados quando, excepcionalmente, fui votar a 4 de Outubro passado com o único objectivo de ajudar a fazer cair o governo Passos/Portas, valeram a pena: o governo não caiu naquele dia mas caiu hoje na Assembleia da República com os votos conjuntos da maioria de esquerda PS/BE/PCP!

É verdade que não acredito na solução dos acordos destes partidos mas, ver ir embora gente que me/nos tratou abaixo de cão, com tanta sobranceria e indignidade (“emigrem”, “piegas”, “desemprego pode ser uma boa oportunidade para mudar de vida”, etc, etc) para além dos cortes efectuados em ordenados e pensões e do enorme aumento de impostos feitos e apresentados sem um mínimo de sensibilidade e até educação – e se mais cortes não foram feitos, foi porque o Tribunal Constitucional não deixou… - só pode dar um enorme alívio verificar que esta gente foi finalmente corrida.
Agora ainda falta saber a decisão do actual inquilino de Belém de onde, em boa verdade, tudo de pode esperar… Mas a sua margem de manobra é escassa e não indigitar o PS para formar governo só provocaria ainda maior crise.
Quanto a esse eventual governo resultante desses acordos agora feitos entre o PS e os BE e PCP, assinados em separado e assim meio ás escondidas, confesso que espero pouco. Direi mais: muito pouco!
Deixo as imagens “oficiais” das assinaturas dos acordos (os jornalistas não assistiram), assinaturas feitas à pressa, em pé e até por cima de cadeiras, numa coisa que, direi, atamancada; nunca reuniram nem assinaram a três; e o PS governará sozinho, com o apoio parlamentar dos outros.
É frágil, muito frágil. Oxalá me engane…

domingo, 8 de novembro de 2015

SEREI XENÓFOBO?

Ontem, juntamente com esta foto, que retirei da net, publiquei este pequeno apontamento na minha página do Facebook e, hoje, repito-o aqui, numa opinião que alguns considerarão xenófoba mas que não me incomoda minimamente:

Apoio e aplaudo a melhor recepção possível aos sofridos refugiados, fugidos da guerra e lamento e sinto todo o seu imenso drama mas, que me desculpem a intolerância, porque dela não consigo fugir, comigo a decidir, a essa "coisa" de preto, aí no centro da imagem, convidava-a a retornar à sua terra...

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

E... "OS 71" (SETE - UM) CHEGARAM!...


E aqui estou com os meus 71 (setenta e um)! 

Gosto desta idade e destes algarismos por me fazer lembrar os 7-1 que o meu Sporting aplicou ao Benfica há uns bons pares de anos e que eu tive o privilégio de saborear ao vivo.
Pois então, soma mais um ano este septuagenário!
Foi um dia de aniversário idêntico aos muitos outros que já passaram
Vinda de Crescido/Vouzela de manhã e jantar com a família mais chegada.
Outros se seguirão, quero acreditar e oxalá a chatice que há cinco anos me acompanha dia e noite, todos os dias, vá passando e assim alivie a minha cabeça que, desde então, dia-a-dia, hora-a-hora me apoquenta e preocupa. Face aos cinco anos passados uma das faces do problema já foi ultrapassada, com muito dinheiro gasto e muitas preocupações e noites sem dormir mas, ainda falta a outra face do mesmo problema e, essa, talvez demore ainda mais uns bons tempos… Veremos o que aí vem… Porque eu não duvido que a chatice chegará. Seria excelente se me enganasse.
De resto, quanto à saúde, penso que a coisa vai correndo sem preocupações de maior. Pés e pernas inchadas e uns quilos a mais, coisas de há muitos anos e a que já me habituei… Mas terei de futuramente preocupar-me mais um pouco com esses “detalhes”… Sim, porque já não sou propriamente uma criança…
Deixo aí para a posteridade uma foto do pessoal à mesa e o já tradicional retrato com o Rafael, coisa que se repete há já nove anos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CAVACO, O FRAQUINHO (AINDA) "INQUILINO DE BELÉM"


O "Inquilino de Belém", indigitando hoje a coligação PSD/CDS para formar governo, fez acertadamente o que deveria fazer mas, depois...
Bem, depois, perdeu uma excelente ocasião de ficar calado.
E... eis o perfeito "acordeonista" para manter o "baile armado"!...
Escrevi isto na minha página do Facebook e agora pouco mais acrescentarei para além de lamentar que tenhamos como Presidente da República uma figura tão fraca, tão fraquinha.
O homem, prestes a terminar o seu segundo mandato, vai sair com a popularidade no mais baixo que se viu num presidente, exactamente porque é muito fraco intelectual e politicamente e, mais que isso, nunca conseguiu despir a camisola do seu partido.
Indigitou e bem, quanto a mim, Passos Coelho para formar governo mas, logo depois, não resistiu a catalogar os votos dos portugueses de 1ª e 2ª e borrou a pintura. Borrou e de que maneira.
Para além de não o poder nem dever fazer até se esqueceu que, formado este novo governo e rejeitado como provavelmente será pela maioria de votos dos partidos da esquerda, ele terá certamente de convidar o 2º partido mais votado, o PS, para formar governo e, obtendo este o apoio parlamentar dos partidos mais à sua esquerda, esses mesmos que agora Cavaco “diabolizou” no seu discurso, terá de dar posse a um governo que claramente não será do seu agrado, engolindo assim uma carrada de sapos.
Presidente muito, muito fraco. Tanto que nem merece foto a acompanhar este apontamento…

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ELEIÇÕES - ESTÁ O BAILE ARMADO!...

O povo é um rebanho e as campanhas bem ou mal feitas têm muita influência nesse mesmo povo e na consequente votação que faz e assim aconteceu ontem nas Eleições Legislativas com a surpreendente vitória da Coligação no governo há 4 anos PSD/CDS.

Eu, que não votava há tantos anos que já nem me lembro, indignado e ofendido pela actuação destes ditos governantes achei que me cumpria exercer o meu voto exactamente para ajudar a derrubá-los. Não que eu gostasse do PS, da sua política e da sua actuação mas sobretudo porque achava que era a única força provável de lhes infligir uma derrota e os fazer sair corridos pela indecência do seu comportamento. Bem me enganei…
Reconheço que a campanha dos socialistas foi má e difícil e, por outro lado, os senhores da coligação fizeram uma campanha inteligente e profissional. Li que foi orientada por um brasileiro que contrataram. A do PS foi um desastre. Amadora, cheia de erros e muito pouco interessante.
Ver uns gajos destes que durante 4 anos aplicaram nos portugueses uma receita duríssima e sobretudo absolutamente insensível de cortes, supressões, despedimentos, fechos de milhares de coisas públicas e, encontra-los ontem como vencedores, custa a entender. Custa mas, é assim mesmo. É verdade que perderam a maioria - valha-nos isso!... -  mas...  ganharam.
Ganharam mas, pela primeira vez temos em Portugal uma maioria de votação e deputados de esquerda. Coisa absolutamente inédita e por isso, ou me engano muito, ou a coisa vai complicar-se … Vai, vai!...
Porque temos em Belém uma figura sem categoria e porque estes resultados eleitorais vêm baralhar muitíssimo a vida política e governativa portuguesa, titulei este apontamento de “Está o baile armado”…

Está, está! Veremos o que vai seguir-se...

domingo, 4 de outubro de 2015

RAFAEL, CAMPEÃO NO 2º DIA DE PESCA!


Bom e bonito o dia de ontem! Daqueles que ficam na memória e apetece repetir! 
Pela 2ª vez levei o Rafael à pesca e pela 2ª vez ele gostou. No regresso disse mesmo que gostou ainda mais do que da 1ª vez!
Peguei-o com o pai pelas 7,30 da manhã e pelas 9 horas estávamos junto à barragem a 106 kms. Comeu-se uma pequena bucha e lá fomos à nossa tarefa…
Ferrar as pequenas e malucas percas era o objectivo e, usando o clássico asticô, a empreitada não se apresentava difícil. As percas são malucas e atiram-se ao isco sem o menor receio. A dificuldade em as sacar só está na sensibilidade e prática para as ferrar no momento ideal. É dessa prática que o Rafael ainda necessita para ser mais eficaz na sua captura mas, mesmo assim, imagine-se que conseguiu sacar a maior de todas que ontem saiu da água! Quando regressamos ao carro para seguirmos para o almoço pesámo-la e marcou 200 grs! 200 grs numa perca já é muito bom e, é justo dizê-lo, foi ele que lançou, ferrou e a retirou da água sem a mais pequena ajuda! Depois, durante o dia, na brincadeira perguntava-lhe como tinha feito (?) a que ele respondia: “Não digo!” Ah! Ah!
De manhã pescamos um total de 0,5 kg e na parte da tarde mais 0,750 kgs mas aí já fui eu que, pegando na cana e depois de as ferrar, a passava ao pequeno pescador que as tirava para fora. Por vezes deixava folgar a linha e… lá iam elas. Mas deu para ir treinando bastante. O seu maior problema, que este ano já é menor, ainda está no receio de segurar o peixe vivo e a mexer-se para o retirar do anzol. Mas, verdade se diga, este ano a coisa já melhorou muito. Bastante, mesmo!
Para o ano, no Verão, quero ver se o levo pelo menos duas vezes porque esta actividade, com a ida para o campo e o contacto com a natureza e as suas envolvências é muito necessária e importante no seu crescimento.
Foi este um excelente dia na minha existência e quero repeti-lo mais vezes! Não tem preço o imenso prazer que proporciona levar e ensinar um neto neste bom desporto que é a pesca lúdica!
Como no passado ano, hoje fizemos a fritadela para o almoço da família e, o peixe maior, claro, foi para o pescador campeão!
Deixo aí algumas fotos que documentam e ilustram com foi belo este dia vivido com o Rafael e o Nuno na pesca realizada na fronteira entre o Ribatejo e o Alentejo, no concelho de Coruche.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

DUAS GERAÇÕES - DOIS MUNDOS!


Eles, o André (5), o Manuel (6), o Rafael (9) e a Tia Tina (89!) são, neste clique que registei no dia 19, na festa de casamento da Sílvia e do Mateus, a imagem fiel da nova, algo estranha e bem complexa vivência do nosso actual dia-a-dia.
Eles, os meninos, no apaixonante e de certa forma místico mundo virtual que, acredito, será a sua futura vivência diária e, ela, muito lúcida e ainda ágil de movimentos físicos e mentais, não obstante os quase 90 anos de idade que se seguem de uma vida terrena e bem real, desconhecedora  dessas “geringonças” virtuais e dessas modernices que não entende e nem lhe interessam. Bastou-lhe, chegou-lhe e cansou-a bem as couves, os nabos, os feijões, os “cachos”, as maçãs, o milho e mais não sei o quê e ainda as ervas para o gado que retirou das terras das diversas e pequenas quelhas ao longo dos anos trabalhadas e cultivadas de sol-a-sol na sua fria Beira Alta a fizeram chegar rija e valente q.b. aos dias de hoje.
Deles se espera tudo, neste novo mundo virtual mas igualmente real! Tão moderno, promissor e empolgante mas… também cada vez mais estranho e até algo inóspito!
Ela, já viveu quase um século, saudável e seguro; eles, um dia saberão…
(E vamos acreditar e desejar que, um dia, com 89 anos, com estes papéis invertidos, eles possam registar uma foto idêntica, vendo uns sobrinhos clicando em qualquer outra  “geringonça” moderna, que eu hoje nem imagino qual seja e se sintam igualmente bem “reais”, terrenos e felizes!)

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

VELHOS TEMPOS


Vinda do Brasil vi agora no Facebook esta bonita foto e veio-me à memória, num recuo de muitos anos, quando as mulheres do meu Chouto natal lavavam a roupa no ribeiro que ali passa. Faziam-no junto às duas pontes que o atravessam na aldeia a Sul e, pôr a roupa a corar, era um costume também muito habitual na época. 

 Lavar a roupa nos ribeiros e regatos era habitual à maior parte das populações das vilas e aldeias de Portugal. Não havia tanques públicos e muito menos particular
es e de máquina de lavar roupa só em sonhos e restavam estes locais para se proceder à lavagem das roupas…

As mulheres entravam nos regatos, ficavam com água pelos joelhos e esfregavam as peças de vestuário em grandes pedras estrategicamente ali colocadas. Muitas, se não a totalidade delas, usavam então o corar da roupa que, ensaboada e estendida encima das ervas das margens corava ao Sol.


 Imagem velha do meu memorial de criança que esta foto agora fez com que recuasse no tempo…

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

OS 89 NÃO LHE PESAM!


Ele não verga! Felizmente!
Tio Zé Pisco, beirão de rija tempera, com os seus 89 anos é o nosso patriarca de família e estimamo-lo muito, como é natural.
Simpático, educado e senhor de um fino e permanente humor, ontem apareceu aqui queixando-se um pouco da garganta e, a Tia Tina, sua companheira de sempre e de todas as horas, na ida à farmácia para se abastecer dos seus obrigatórios remédios, pegou também uns comprimidos para combater a dor de garganta do amado esposo.
Chegada a casa logo, apressada, desejou que o seu Zé engolisse as duas drageias recomendadas mas… o azar ou o desajeito dos seus já longos 88, em vez dos dois comprimidos para a dor de garganta, enganou-se e deu ao submisso Tio Zé, dois dos seus para… o colesterol…
Passado um pouco Tio Zé apareceu-me aqui e contou-me o episódio e, naturalmente, manifestei-me preocupado ao que o bom do tio me respondeu: “Não faz mal. Eles eram tão pequeninos…”
Iniciado à noite o tratamento devido ficou logo bom, segundo disse agora que aqui me apareceu com um bonito e bom presente de figos pingo-de-mel, coisa que muito apreciei! Tio Zé tem muita e variada fruta nas suas quelhas e sabe tratar devidamente dela!
Contou-me então: “São muito docinhos! Comi agora alguns, fresquinhos, depois do almoço e rematei-os com um belo bagaço que caiu muito bem!”
Assim mesmo! Sem mais, nem menos... Valente! E os 89 não lhe pesam… Maravilha!
Muita saúde e longa vida para o nosso Tio Zé!

terça-feira, 7 de julho de 2015

MARIA BARROSO


No dia em que é noticiada a morte da Drª Maria Barroso, de 90 anos, mulher guerreira pela democracia e pela liberdade antes e depois de 25 de Abril de 1974, humanista e pacifista de forte personalidade, companheira fiel e dedicada de Mário Soares, quero deixar aqui apenas uma palavra sentida e reconhecida:

OBRIGADO!

terça-feira, 30 de junho de 2015

GRÉCIA - UM DIQUE PROTRECTOR


Hoje uso a chamada “tesoura e cola” porque, muito melhor que a minha escrita, é o pensamento do Prof. Viriato Soromenho Marques publicado no “Diário de Notícias também de hoje:

O ponto de não retorno talvez já tenha sido transposto. A entropia está em marcha. Portugal está agora na linha da frente da crise europeia. Como estava previsto no relatório da UBS, de setembro de 2011, sobre as graves consequências da eventual saída da Grécia da zona euro. Ou no relatório da Fundação Bertelsmann, de setembro de 2012, que vinculava a saída da Grécia à queda de Portugal, e a custos astronómicos para toda a zona euro, incluindo a Alemanha. Durante cinco anos a Grécia funcionou no dominó disfuncional da zona euro como um dique protetor perante as fragilidades de Portugal. Um governo português, formado por pessoas medianamente inteligentes e patrióticas, teria apoiado, mesmo que moderadamente, qualquer governo grego, fosse ele do Syriza ou de qualquer outro partido. Deveria fazê-lo por razões jurídicas e morais, mas também por puro egoísmo político. A Grécia era um dique protetor do interesse nacional. Infelizmente, o governo de Passos Coelho e o seu eco de Belém fizeram tudo para humilhar, enfraquecer e fragilizar Atenas. Agora, só um milagre poderia evitar que o dique grego se desmorone. Os nossos juros estão a subir, a desvalorização do euro significará desequilíbrio externo e perda do valor do aforro. Os "cofres cheios" vão começar a ser esvaziados. Quando mais precisávamos de estadistas, limitamo-nos a ter em Portugal os veteranos que utilizaram a malha larga da política partidária para se promover. Nos tempos de fartura, isso seria suportável. Pelo contrário, nos dias excecionais, como os que estamos a viver, tanta incompetência pode ser mortal para a sustentabilidade do Estado. Se ao menos houvesse o decoro de permanecer em silêncio.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

TAMBÉM O OCEANÁRIO? E PORQUÊ?


Na febre imensa deste governo de vender tudo e tudo trocar por patacos, segundo leio no “Expresso”, segue-se agora o Oceanário de Lisboa, obra importante e belíssima construída por ocasião da Expo 98.
(Há também quem diga que não será vendido mas concessionado mas, como se sabe, na prática é quase o mesmo…)
Segundo leio, o Oceanário dá mais de um milhão de euros de receita por ano e por isso há que despachar, a exemplo do que se tem feito com outras empresas que dão lucro.
Mas, se dão lucro, porque se vendem? Mistério…
Pergunto: Será que o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém escapam?

domingo, 19 de abril de 2015

A MORTE E O DRAMA IMENSO DOS IMIGRANTES AFRICANOS NO MEDITERRÂNEO


Lamentável, repugnante e revoltante como todo o Mundo - com a louvável excepção do Papa Francisco!... - permanece mudo e quedo perante este drama imenso, indigno e aviltante!

Numa Europa dominada e controlada pela ambição do neocolonialismo alemão e num resto do mundo mais preocupado com o seu umbigo e também e sobretudo com o poderoso negócio e consumo do armamento, não há tempo nem vontade de pôr fim a este
drama imenso.

Indigno de um mundo supostamente civilizado!


Indigno dos nossos dias!


Para onde caminhamos? 


Quem põe mão nisto?

sexta-feira, 13 de março de 2015

UM CENTENÁRIO MUITO ESPECIAL


Meu saudoso pai se fosse vivo festejaria hoje o seu centenário de nascimento e realmente estaríamos a celebrar uma data muito especial mas, dada a sua brusca partida muito cedo do nosso convívio, quis o destino que assim não acontecesse.

Deixou-nos com 61 anos de vida e fez-nos uma imensa e inquestionável falta quando ainda dele tanto esperávamos  e precisávamos. Não exactamente no campo material – longe disso - mas, sobretudo, no de chefe, de moral e respeitável exemplo, com que sempre fez questão de pautar a sua vida e disso fazia ponto de honra.

Para mais e ainda que isso não fosse minimamente necessário, partiu em quadra e data marcante da nossa vida colectiva, querendo o destino que dias antes e respondendo a meu convite para, com minha mãe, passarem o Natal connosco em Lisboa – para o que poderiam contar com o meu transporte – escreveu-me um postal, que guardo religiosamente, dando conta dessa impossibilidade dadas as obrigações diárias que tinham de acompanhamento aos muitos animais de que dispunham na aldeia.

E afinal a hora terrível para ele e para nós aconteceu a 24 de Dezembro de 1978, com funeral no dia 25 e, assim, passamos a Noite de Consoada e o dia de Natal acompanhando em choro os seus restos mortais. E desta forma foi possível estarmos juntos na Quadra Natalícia… Triste, muito triste ironia!…

Amigo maior que tive em toda a minha vida, guardarei até aos restos dos meus dias toda a sua imensa memória de homem integro, honrado, sério, amigo de todos e, principalmente, muito amigo do seu amigo como nunca conheci pessoa igual.

Fazia amigos com facilidade e que muito o consideravam e estava sempre disponível para ouvir e ajudar todo o semelhante tendo um carinho especial com os amigos dedicados.

Dele soube um dia que, sendo procurado por um amigo que lhe rogava o empréstimo de uma determinada verba para satisfazer um compromisso e não podendo valer-lhe, dada a avultada quantia não hesitou e, recorrendo a um outro seu amigo, que calculava poderia dispor desse valor, fez um pedido de empréstimo e satisfazendo assim o primeiro amigo necessitado. 
E, embora não sendo enfermeiro de profissão, quantos milhares de injecções e curativos médicos, muitos realizados nas residências dos próprios doentes e sempre totalmente grátis, não fez ao longo da sua vida? Seguramente vários milhares na aldeia e até fora dela, em povoados vizinhos.
 
De entre as várias fotos que do meu querido pai guardo e pensando exactamente na forma como estimava os amigos, escolhi esta que aqui deixo onde o vemos chamuscando um porco que criou especialmente para matar festejando a minha vinda da guerra em Dezembro de 1969 (a foto é do mês seguinte, dias após) e para cuja matança convidou familiares e amigos de estimação. Vê-mo-lo aí, para além de minha irmã que lhes levara o tradicional “mata-bicho (passas de figos com aguardente) com 3 dos muitos que estimava (Acácio Varela, Juvenal (encoberto) e José Dinis).

Hoje não festejamos o centenário de nascimento de José Azevedo mas recordo com imortal saudade a sua figura de pai, homem integro, honrado e de muito caracter, que passou pela sua curta vida deixando um rasto de bem, de amizade, de muita dedicação aos seus familiares e amigos que para sempre dele se recordarão.

Com profunda saudade e imensa gratidão de filho, aqui ficam os meus desejos que para sempre descanse em paz! 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A RÁDIO DO NOSSO ENCANTO


Celebrando-se hoje o Dia Mundial da Rádio e, apaixonado como sempre fui pela comunicação social, não poderia deixar de aqui referir o evento e, a propósito disso, lembrar dois dos aparelhos de rádio que me foram particularmente queridos durante a vida.
Um é este de que deixo aqui a imagem e que era o aparelho de casa dos meus pais, que acompanhou toda a minha juventude e que ainda hoje guardo com particular cuidado. Julgo que o meu pai comprou-o na década de 50, talvez perto do seu final e que, como no Chouto não havia ainda energia electrica e embora já viesse preparado para ela, era alimentado com a energia de um grande e pesadona bateria de camioneta, colocada numa robusta caixa de madeira para seu transporte quando ia periodicamente a carregar à Chamusca. Funcionava e funciona a válvulas e depois de ligado tem que se aguardar uns momentos até que elas aqueçam. Não sei se este será o termo mais adequado mas lembro-me que era assim que diziamos… Lembro-me de aos domingos à noite e sempre a prejudicar o meu sono, porque na segunda cedo teria de “apanhar” a camioneta para ir para a Chamusca e Torres Novas para os estudos, de ouvido colado ao rádio, para não incomodar os meus pais que já dormiam, ouvir por volta das 10 da noite um programa desportivo na Emissora Nacional que nos dava conta dos resultados dos jogos de futebol e respectivas classificações. Um vício de me manter actualizado que ainda hoje mantenho mas agora na TV ou, mais recentemente, na net.
O rádio, como se vê muito bonito, era a estrela lá de casa e recordo-me também do meu pai o colocar na janela, em altos berros que se faziam ouvir em toda aldeia, aos sábados à noite em que a então Emissora Nacional transmitia em directo um espectaculo então muito famoso que dava pelo nome de “Serão para Trabalhadores”. Recordo-me que o principal locutor/apresentador era Artur Agostinho que aproveitava para contar umas quantas anedotas que as pessoas muito apreciavam.
Viveu e reinou o aparelho sempre lá em casa, primeiro com a força da bateria e depois de 1972 já com a energia electrica, que chegou à aldeia em Junho desse ano. Hoje guardo-o com o natural carinho e apreço e estimo-o assim como se de uma joia se tratasse.
O outro aparelho porque nutro particular apreço é um pequeno transístor que curiosamente agora não encontrei para fotografar – guardo-o tão bem que nem me recordo onde o coloquei com a recente mudança de casa… - e que me acompanhou durante toda a minha guerra de Angola. Não me recordo onde o comprei mas julgo que foi em Luanda, quando lá cheguei…
E porque tenho apreço pelo pequeno aparelho? Ora, porque foi nele que ouvi sempre as retardadas notícias que nos chegavam no Leste e depois no Norte e recordo-me sobretudo de acompanhar nele com vivo interesse as notícias sobre a caída de Salazar da cadeira e depois a tomada de posse de Marcello Caetano e do seu discurso. Ouvi isso quando estava em Lumbala, lá bem interior, junto à fronteira com a Zambia. Depois e ainda com mais destaque, recordo-me de ouvir a empolgante reportagem da chegada do homem à Lua. Ainda hoje não perdoo à guerra e ao regime de então o ter-me impedido de seguir em directo pela televisão tão importante acontecimento, como muitos milhões de pessoas o fizeram em todo o mundo.
Recordo-me que estava no Norte de Angola a cerca de 70/80 kms de Luanda, na Fazenda Lifune e, deitado na cama, de madrugada, ouvi empolgado toda a odisseia numa transmissão da Rádio Eclésia, de Luanda, que recebia a reportagem da Rádio Renascença, aqui de Lisboa, cujos locutores viam na tv e relatavam. Foi de tal maneira emocionante que nunca mais esqueci.
De manhã, quando cheguei junto aos soldados para o pequeno-almoço, lembro-me que lhes contei o que tinha ocorrido nessa madrugada e alguns deles não acreditaram no feito. Acharam que era aldrabice dos americanos…
Sendo estas algumas das minhas ligações/recordações com a Rádio, não são todavia as únicas… Não são, não!... Tenho algo ainda bem especial da minha juventude, que nunca desvendei – nem os meus pais alguma vez souberam!... – mas, como o texto já vai extenso, ficará para uma próxima oportunidade.
Algo que, a concretizar-se naquela data, bem poderia ter alterado todo o meu percurso de vida… Daqui a uns dias conto aqui...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

VIVER (E MORRER) NESTE MUNDO DE MUITOS LOUCOS

E aqui estamos de novo na Europa com o terror, a morte e o medo a atingir tudo e todos depois do ataque terrorista de ontem em Paris ao semanário satírico “Charlie Hebdo” e do assassínio hoje de uma mulher polícia numa rua e que aparenta ter relacionamento entre si.

Islamitas ou membros da Al Qaeda são fanáticos os autores desta barbárie horrorosa que atenta nitidamente contra a forma de vida no Ocidente e que por isso importa condenar veementemente. Diz-se que os cartoonistas do semanário se puseram a jeito, o que em parte é verdade mas entendo que nada justifica tamanha carnificina, tamanho horror.
Acho que é forçoso que os dirigentes europeus revejam esse lírico Tratado de Shengen, feito anos atrás como se o mundo fosse constituído por santos e anjos quando, como todos bem sabemos, na prática não é nada assim. Sabemos que há tráfico de armas dentro da Europa e a livre circulação de pessoas sem controle, sendo bonita, só facilita a movimentação de criminosos e terroristas que assim circulam e vivem como bem lhes apetece e desejam.
Meses atrás um cidadão romeno assassinou no Algarve a sua companheira de igual nacionalidade e levou o cadáver de automóvel até à Roménia onde depois aí foi descoberto e preso. Noticiou-se que alguém foi alertado pelo cheio vindo do carro. Percorreu o homem 5.000 kms de Portugal à Roménia com um cadáver sem ser incomodado em todo o trajecto! Dá para acreditar?
Se assim se consegue passar de uns países para outros sem ser incomodado, quanto mais fácil será passar gente criminosa, armas e explosivos?
E, nesta Europa descontrolada e mais preocupada com os números da economia e dos défices sem pensar no bem-estar real e diário dos seus cidadãos, vive-se e convive-se assim com o crime, o horror e a morte. E isto até quando?
Hoje toda a imprensa mundial reagiu com vigor e determinação aos cobardes crimes praticados em Paris e em Portugal também isso mesmo aconteceu. Destaco nos nossos jornais a magnifica criatividade dos diários “I” e “Diário de Notícias” que estiveram muito bem reservando toda a sua 1ª página para dois cartoons de muito imaginação e valor! Fiz sobre eles um pequeno trabalho que publico no meu site pessoal e que também aqui deixo por me parecer oportuno.