A cama de casal, de madeira já de muito uso, quando não, noutros casos de ferro, encostada à parede (sinal de que o quartito era mesmo… quartito…); a roupa pobre e fraca para aquecer os corpos; o penico (também, então, pudicamente conhecido por “vaso de noite”…) debaixo e ao fundo do leito, dizem-nos que não havia o “luxo” da casa de banho na residência e que, tão pouco, a mesinha de cabeceira fazia parte do mobiliário…
Era a realidade de outrora.
Era o mínimo que era permitido para quem tinha parcos recursos económicos.
Era o sacrifício e a vida de pobre...
Que me desculpem a deselegância da imagem mas, ela, fez-me recordar o pobre quartinho (?) de telha vã, de passagem para outro iguais cantinhos das filhas, com pobres cortinas de pano fazendo de portas; de piso de cimento frio, desagradável e doentio; de camita encostada à parede e, ver aí, o modestíssimo e pobre quartinho (?) dos meus avós maternos, Gregório e Maria, no Casal do Anafe do Meio, no meu Chouto natal.
Outros tempos e outras realidades em que o viver era, de facto, sobreviver...