sexta-feira, 3 de setembro de 2010

TIO ZEFERINO, DE 98 ANOS, MORREU!


Estive hoje no Chouto a acompanhar á sua última morada o meu tio Zeferino Lopes, de 98 anos e meio, falecido ontem. Tanto falávamos na sua possibilidade de atingir os 100 anos e afinal tal não foi possível…

Casado em segundas núpcias com a minha tia Domingas, casamento muito falado na altura na família porque ele, viúvo da 1ª mulher, levava 4 filhos desse matrimónio, tiveram sempre um excelente relacionamento e dele ainda nasceram mais dois filhos, os meus primos Fernando e Victor.

Há anos, com o falecimento da minha tia e de novo viúvo, aceitou a sugestão dos 6 filhos e andava de casa em casa, mês a mês numa situação de que por vezes me fazia queixa por um ou outro relacionamento que mais o desagradava mas, por outro lado também reconhecia que estava mais estimado e conservado do que se estivesse só, na sua humilde habitação.

Ultimamente e fruto desses menos bons relacionamentos, os dois filhos meus primos tinham optado por o colocar num Lar de Idosos, em Almeirim, nos meses em que deveria estar em suas casas… Foi aí que se sentiu mal no início da semana e, depois de levado ao hospital e de um regresso aparentemente bem, voltou a piorar e acabou por falecer no hospital de Santarém.

Durante os últimos anos que ali permaneceu ainda o visitei por duas ou três vezes e sempre se apresentava ágil de movimentos e mente, com uma vivacidade que muito nos alegrava. A mesma vivacidade e alegria que evidenciava quando o procurava na casa do filho no Carregado sempre em Fevereiro e Agosto para darmos uma voltinha e bebermos um copinho na companhia de nossos conterrâneos por ali moradores. Bebia um ou dois copinhos de tinto, nunca mais mas, em boa verdade, aí talvez a partir dos seus 93/94 anos, deixou o tinto e bebia um copinho de sumo de fruta.

É de uma dessas minhas idas ao Carregado para darmos a habitual voltinha que ele tanto apreciava a foto que aí deixo.

Sempre me lembro do tio Zeferino, enquanto activo como trabalhador rural, o ser por conta da Casa Amaral Neto, do também já falecido Engº Carlos Amaral Neto, grande proprietário agrícola na Chamusca e figura grada do anterior Estado Novo, de que era 2ª figura, dado que, aquando do 25 de Abril, era Presidente da Assembleia Nacional. A Casa Amaral para além de lhe garantir trabalho, dava-lhe habitação e um terreno para horta que ele e minha tia cultivavam para seu sustento e da família.

E pronto… com o desaparecimento do Tio Zeferino, amigo de quem fico a recordar um sempre excelente convívio, resta-me agora em tios, por parte da minha mãe, os tios Chico e Beatriz, irmã da minha mãe, felizmente ainda vivos mas ultimamente com a saúde algo abaladas. Já quanto ao lado paterno, de tios, já era…

A lei da vida!… A lei da vida!… Triste mas infelizmente muito real.

Termino dizendo que há já talvez mais de um ano que não visitava o tio Zeferino em Almeirim mas ia sabendo do seu estado através dos filhos que sempre me diziam que estava óptimo, sendo a última grande novidade a de que tinha travado amizade mais chegada com uma senhora ali também internada e estavam namorando muito entusiasmados… (Ele sempre me dizia – devo confessar - que se encontrasse uma senhora do seu agrado ainda era capaz de casar uma 3ª vez…) .

Já não foi possível… Uma pena!...

Que descanse em paz!

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