terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A MINHA GUERRA AINDA MEXE...


E, vejam só, quem diria que a minha ida à guerra em 1967/69 ainda mexe?...

Na verdade, hoje tive de comparecer no quartel de Queluz para prestar declarações como testemunha num Processo Sumário por Doença (Stress Pós-Traumático de Guerra) que um meu ex-companheiro de aventura naquelas andanças se sente vitima.

Lamentavelmente não me recordo do “rapaz” (a foto em fotocópia de péssima qualidade que me mostraram nada ajudou a reconhecê-lo… ) e porque ainda por cima e pelo me foi dado averiguar, não pertencia ao meu pelotão e portanto ao meu grupo de maior convivência, que vive no Minho e que nunca mais vi, foi isso mesmo que, por amor à verdade testemunhei em depoimento. Mas confirmei a ocorrência de alguns factos que ele aponta como prováveis motivos provocadores da sua situação de saúde e que eu tive conhecimento e vivi como ele no inóspito e difícil Leste de Angola.

Mas não deixou de ser um dia diferente e um momento inesperado que me transportou momentaneamente a uma vivência de há mais de 40 anos que, sem a mais pequena dúvida me marcou - porventura não tanto como a outros que agora se sentem perturbados… - mas que, verdade seja dita, foi algo muito importante na vida de todos o que pela guerra passaram.

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