quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A V "RECAUCHUTAGEM" E OS AVANÇOS DA MEDICINA

Nestas minhas crónicas ao longo dos tempos, relativamente aos tratamentos ao doente fígado de que tenho beneficiado, tenho vindo aqui a salientar o quanto verifico os avanços da ciência e, neste caso da medicina, de tal forma me tenho admirado com os métodos e eficiência desses modernos procedimentos.

Foi assim com a Laparoscopia e as Quimioembolizações e foi agora com a Alcoolização, método que, como os outros me admirou sobremaneira.

Foi seu executante um jovem médico de 33 anos, cujo nome não divulgo por motivos óbvios, muito dialogante e simpático e que, antes e na hora, teve a amabilidade de elucidar-me sobre o método e a forma com iria ser processado.


Assim, enquanto a Quimioembolização consiste em depositar no tumor a químio necessária e que é levada até lá por um finíssimo cateter introduzido na virilha na artéria adequada, a Alcoolização é feita com mais precisão com uma fina e comprida agulha entrada na pele abaixo das costelas e que vai direitinha ao tumor onde deposita álcool para a sua queima e consequente eliminação.

Informou-me antes do procedimento o jovem doutor que só sentiria uma leve dor na picada da agulha e sua introdução levando ali a necessária anestesia local e que, depois, para a deposição do álcool, porque então aí uma acão bem mais dolorosa, “pomo-lo a dormir”, no dizer das suas amáveis palavras.

E foi exactamente o que aconteceu: no procedimento mais doloroso fui sedado por alguns minutos, nada senti e, quando o efeito da sedação se foi, da mesma forma nada senti, de tal forma que, passadas 24 horas, saía do hospital pelo meu pé e retornaria à minha residência. 

Considero um espanto estes métodos de tratamento de maleitas tão graves e penso que se os nossas antepassados, que já cá não estão, vissem a evolução da ciência e da medicina, custar-lhes-ia acreditar com tal foi possível em tão curto espaço de tempo.

Um doente entrar num hospital para sofrer a eliminação de um tumor no fígado, num procedimento que não levou uma hora, ter 22 horas de repouso e sair, pelo seu pé, sem dores, 46 horas passadas de transpor a porta de entrada, acho que é motivo de pasmo, de regozijo e agradecimento muito grande aos homens e mulheres – eles sim, doutores, como tenho escrito – que queimaram horas e horas, dias e noites de estudos e experiências para que outros homens vivam cada vez com mais saúde, melhor bem-estar e, sobretudo, mais anos de vida.

Bem-hajam!

Bem-hajam os senhores doutores que nos curam e nos salvam!


NOTA FINAL – Ao contrário de alguns que dizem mal do SNS, este escriba, como já o fez anteriormente, continua a não ter razão de queixa (e pelo que vê e ouve à sua volta nos internamentos, outros assim também pensam) e, dos médicos à enfermagem (que se farta de trabalhar!) e até aos Auxiliares todos são incansáveis, atenciosos e educados! Na foto uma simpática Auxiliar de Enfermagem que me acompanhou até à porta de saída do Hospital Curry Cabral (Lisboa) onde fui, mais uma vez bem, muito bem cuidado.

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