terça-feira, 6 de janeiro de 2009

DIA DE REIS


Temos hoje no calendário o Dia de Reis, dia que em Portugal é de trabalho como tantos outros, enquanto aqui ao lado, em Espanha, é feriado, trocam-se prendas e celebra-se o acto num cerimonial idêntico ou muito parecido ao que aqui vivemos no Natal.

Como outras - o sistema político (Monarquia e República), as comidas e hábitos alimentares e seus horários, a religiosidade crente e muito tradicional dos espanhóis (as procissões católicas que aqui quase não existem, em Espanha são um esplendor!) e até os usos e costumes das roupas tradicionais que nos vestiram tempos atrás... - esta, do Dia de Reis, eis mais uma situação que nos separa muito dos nossos vizinhos.

Parece-me – é minha convicção pessoal – que, ao longo dos séculos, vivendo ontem como hoje paredes-meias com eles, continuamente estivemos e estamos de costas voltadas e, não obstante as fronteiras abertas, a mesma moeda e o passar de cá para lá e de lá para cá, sem dificuldade e quando bem nos apetece, a coisa não se altera.

Sinto que há dos espanhóis para com os portugueses um ar de indiferença e um tratamento a roçar a ignorância e até mesmo alguma insolência pela nossa existência, enquanto de nós para eles existe uma certa hostilidade e pouca amizade e consideração, na conclusão óbvia do nosso velho ditado popular: “De Espanha, nem bom vento nem bom casamento!”.

Não sou, confesso, um apaixonado pela maneira de ser espanhola – e à Catalunha não tenciono voltar, tão antipáticos eles são!... – e desconheço se dali têm vindo bons casamentos para Portugal mas, uma coisa eu sei: Bom vento, principalmente para a pesca no nosso Alentejo, ele não é. Quando sopra do lado de Espanha, até os achigãs se resguardam nas águas profundas das barragens... E... eu não pesco um único!...

Eh! Eh!

Olha para onde a celebração do Dia de Reis me levou?...


2 comentários:

Abilio Dias disse...

Pois é amigo Victor, conheço bastante bem Espanha, gosto muito de ver toda a sua monumentalidade, mas já somos dois a pensar dessa forma, mas como e acima de tudo a terra não é culpada das atitudes de alguns, vou voltando e ignorando, abraço

Anónimo disse...

Meu caro amigo Victor Azevedo, li com a melhor atenção o seu escrito sobre o Dia de Reis que se vive com o maior respeito pelos nosso vizinhos Espanhois. As grandes diferenças, abismais até, estão no facto de eles serem muito mais tradicionais que nós e saberem perservar e serem, simultaneamente, orgulhosos dessas mesmas tradições. Para isso contribuirá, certamente o regime Monárquico na defesa dos seus valores. Por cá, o que temos visto? Ainda não há muito me enviou um link ou um video no qual se qustionva quem era Otelo Saraiva de Carvalho e a grande maioria, quase todos, não souberam responder correctamente. Vai da educação escolar que, abruptamente, esconde do conhecimento geral os nossos maiores. Lembrar-se-à que no seu tempo de escola o Amigo Victor aprendeu a orgulhar-se de ser português e dos grandes Portugueses que construiram um país e um Império. Qualquer Niño saberá quem foi Carlos I ou Carlos V, mas aqui os meninos não saberão quem foi D. João II ou mesmo D. Carlos. Hace mucho tiempo, 35 años, que me voy a España, a los toros, como lo sabe Usted, y siempre me han tratado fenomenal. La Coruña, Pontevedra, Vigo, Leon, Salamanca, Caceres, Mérida, Trujillo, Badajoz, Olivenza, Almendralejo, Zafra, Sevilla, Huelva, Cordoba, Granada, Madrid, Toledo, Segóvia, Aranjuez, Barcelona (por duas vezes). Son ya muchas ciudades, muchos Kms, muchas noches y, por supuesto, muchos y buenos restaurantes. España a mi me encanta. Allá volveré siempre. Un abrazo Amigo de un Portugués, paisano, que se entristece com o fado de su gente.