quinta-feira, 9 de março de 2006

INESPERADAMENTE, A INDIGNIDADE...

Absorvido num belíssimo dia de pesca, integrado num periodo que tenho de aproveitar dado que temos tido condições climatéricas adversas para a pesca do achigã e, no próximo dia 15 começa o Defeso desta apaixonante actividade, olvidei hoje deliberadamente a tomada de posse de Cavaco Silva, como Presidente da República, e fui visitar os amigos achigãs.

Eles colaboraram e satisfizeram em pleno o meu prazer de os pescar (excepção feita um, de mais de quilo e meio que ainda saiu e saltou meio metro na margem e... logo retomou a sua feliz vivência nas belas águas da barragem...) e, envolvido naquele ambiente da pesca, nada acompanhei das cerimónias da posse de Cavaco.

E foi então que, agora, ao jantar, vim a saber que Mário Soares, que sempre se considerou e propagandeou como um grande democrata, que aceita, respeita e encaixa os resultados eleitorais com elegância, democracia e educação – e quero confessar que, com muita admiração da minha parte, sempre assim o considerei !... - vim então agora a saber que ele, como ex-Chefe de Estado, assistiu no hemiciclo de S. Bento à cerimónia e, após ela, numa atitude que me abstenho de classificar, decidiu não ir cumprimentar o novo Presidente da República e, ostensiva e escandalosamente (para mais não dizer...) saiu porta fora e... foi para casa, deixando tudo e todos a felicitar e celebrar a tomada de posse de Cavaco.

Pelo muito que acho que devemos a Mário Soares – nunca poderei esquecer o “Verão Quente” de 1975 !... – vou hoje abster-me de de tecer muitas considerações sobre este gesto que muito, muito me surpreendeu, que não entendo e me parece absolutamente mal educado, anti-democrático e indigno de um homem e de um politico como eu sempre vi em Mario Soares.

Ostensiva e mal educadamente deixar a cerimónia, com as camaras de TV a acompanhar os seus passos é, no mínimo, um gesto impróprio de um político cordato, democrata e educado, que sempre julguei encontrar na pessoa do Dr. Mário Soares.

Caso para dizer que “no melhor pano cai a nódoa” ?...

O futuro o dirá...

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