terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

ANTIGO COMBATENTE - CHEGOU A INSÍGNIA

Depois do cartão de Antigo Combatente que era acompanhado da referência às pequenas benesses concedidas e de que aqui já dei conta, chegou no passado dia 28 a insígnia oferecida aos que manifestaram desejo de a receber, como foi o meu caso. 

E se, na situação do cartão e das benesses, embora achando estas escassas ainda assim mostrei-me agradecido e compreensivo, já neste caso da insígnia não estou tanto assim…


Na verdade penso que bem poderiam tê-la personalizado com o nome do militar e, mesmo a carta que a acompanhava, extensa, de frente e verso preenchidos, bem redigida, cortês, reconhecedora e agradecida do sacrifício exigido pela Nação ao ex. Combatente, bem poderia ter sido datada e sobretudo inserir o nome do destinatário, coisa que não fizeram. A Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes escreveu-a, assinou-a mandou imprimi-la e... siga… Sem data e sem destinatário. Igual para todos.

E quanto à insígnia a coisa foi igualzinha: mandaram fazer uma pequenina miniatura da parte superior do monumento aos Antigos Combatentes, de Belém, meteram-no no pequeno estojo e, siga… Se é verdade que de tão pequena o nome do militar ali não caberia, bem poderiam ter criado uma pequena placa para ser colocada no estojo, junto à insígnia, com o nome do homenageado e, assim, personalizada, a lembrança teria um outro significado e mais valor.

Reconheço que se despenderiam com isso mais uns euros mas, há tanto dinheiro que se gasta mal gasto e, com mais uns eurositos tinham feito obra personalizada e com outro valor estimativo.

Pena, pena tenho ainda que tenham demorado tantos anos  a prestar este pequeno reconhecimento aos jovens que entre 1961 e 1974 consumiram os melhores anos da sua juventude numa estúpida e inglória guerra que se via à partida que sempre seria perdida mas que a casmurrice de um governante, com o seu “orgulhosamente sós”, a isso obrigou.

Mas, nunca esquecer: se muitos, apesar de perderem os seus melhores anos voltaram, 9 mil deixaram as suas vidas inglória e tristemente, a favor de interesses de meia dúzia…

Vou agora juntar a carta e a insígnia aos demais pertences que guardo respeitantes à minha forçada participação na guerra e pode ser que um dia, mais tarde, quando esta carcaça já for pó os meus descendentes os encontrem e por eles fiquem a saber que entre 67 e 69 do século XX tiveram um sacrificado antepassado que lutou e arriscou a vida em terras de Angola numa guerra sem sentido, estúpida e inglória. Como todas.

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