domingo, 28 de novembro de 2021

TIA BEATRIZ FARIA 100 ANOS

Se hoje fosse viva, a minha doce e saudosa Tia Beatriz festejaria – festejaríamos todos! - o seu bem merecedor centenário natalício mas, quis o destino e as leis da vida que, depois de uma árdua existência de trabalho nos campos e na agricultura, de boa esposa e mãe de 1ª, se finasse em 2016, a uns escassos 5 anos de atingir os de certo ansiados 100 anos.

Porque sempre vi na Tia Beatriz um encanto de familiar e amiga e ainda porque foi o último elo familiar em linha recta que me ligava à querida e saudosa ascendência materna que se quebrou, senti sobremaneira quando nos deixou em Agosto de 2016 e não pude deixar de o registar em escrito no meu blogue. http://victor-azevedo.blogspot.com/2016/08/tia-beatriz-quebrou-se-o-ultimo-laco.html

Guardo da Tia Beatriz as melhores e mais gratas recordações que, ainda que pareça incrível, vêm desde o meu tempo de criança, com escassos anos de vida, quando ela e as outras suas irmãs solteiras, que me viram nascer e crescer, me disputavam para com elas dormir nas noites em que ficava em casa de meus avós no Anafe do Meio, um casal com residência e labuta dela e dos seus pais, que mantinham toda a área a produzir muitos e variados cereais e produtos agrícolas e, hoje, é um local irreconhecível que, para além de nem casario possuir, estar totalmente coberto de eucaliptos e mato.

De sorriso aberto, cordialidade e franqueza de trato iguaizinhos às das suas outras 3 irmãs, era um regalo falar e ouvi-la e, para além de um delicioso registo áudio feito em cassete em 1967, tenho em arquivo, no meu blogue, a narração de um diálogo com ela travado na Feira de S. Pedro da minha terra, em 2004, quando se jogava no país o Europeu de Futebol e havia a “doença” do hastear da Bandeira Nacional.

A Tia Beatriz que, de certo, durante toda a sua vida jamais se interessara por futebol, acompanhava em 2004 a carreira da nossa selecção e aspirava ter uma bandeira para hastear na sua residência, no Gaviãozinho de Cima. Naquela ocasião e não as encontrando à venda na feira, manifestou-me o seu desejo e, passados escassos dias, pelo correio, receberia a bandeira e logo pediu ao seu amado marido, Tio Chico, que a hasteasse. Isso comprovei e registei em foto numa visita posterior e todas essas deliciosas ocorrência aqui deixo registadas para a posteridade.

E, nesta data em que bem poderíamos festejar o seu centenário, não o podendo fazer, curvo-me respeitosamente em sua memória, grato, saudoso e reconhecido  pelos gratificantes instantes e dias que me proporcionou de são, saudável e bonito convívio!

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