Quase igual a tantos outros já vividos ultimamente o nosso Natal deste ano, com as tradicionais Rabanadas, Sonhos, Mousses e bolos e doces diversos e, naturalmente, com o tradicional Bacalhau com Couves, na Consoada e o sempre indispensável Cabrito Assado no almoço do dia, cabrito que, a exemplo dos outros anos, fui buscar propositadamente a Vouzela, na nossa Beira Alta e, no jantar de hoje a inevitável Açorda, com o pão, as couves e o bacalhau restantes de ontem.
E digo quase igual porque, desta vez, exactamente na manhã de hoje, o meu compadre Lenine resolveu pregar-nos uma partida - ou melhor, o seu coração é que pregou a partida... A "máquina" ficou acelerada durante a noite e patrão Lenine teve de recorrer ao hospital onde esteve toda a manhã em exames mas felizmente logo teve alta e connosco saboreou o cabrito e as outras iguarias do almoço de Natal. O problema talvez tenha sido esporádico mas o amigo Lenine vai ficar atento e não vai descurar a situação.

Mas, no tocante às sempre inevitáveis conversas nestas ocasiões, este ano houve a particularidade, aproveitada pelos avozinhos, para recordarem como em tempos passados tinham presentes de Natal – ou não tinham… , como passavam os seus dias e a sua infância e juventude nas respectivas aldeias, com seus usos e costumes, que brinquedos usavam e como se divertiam ao longo dos dias. Bem interessantes diálogos foram travados porque, sendo os meus compadres naturais e tendo crescido na Beira Alta e eu no Ribatejo, já bem a Sul e quase Alentejo, tínhamos todavia vivências quase idênticas, embora aqui ou ali com alguns hábitos diferentes.
Hoje e porque se completam 52 anos sobre o dia do meu “baptismo de fogo” na guerra de Angola, que me obrigaram a fazer, recordei os difíceis momentos passados e como deles tive o saber, mas sobretudo a sorte, de escapar com vida e hoje estar vivo para contar.
Mas lembrei também o muito triste falecimento do meu saudoso pai, com a sua morte a 24, a noite de Natal a velar-lhe o corpo e a sepultura a 25, Dia de Natal de 1978. Coisa muito triste e ainda hoje difícil de lembrar.
Resta referir que fica aí um registo fotográfico da nossa mesa na Consoada e... pronto, passou-se assim mais uma quadra natalícia, sendo que desejo e quero crer que outras se seguirão!
Se para isso ainda houver “licença”...
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