sábado, 10 de novembro de 2018

MINHA PESQUINHA DE TRALHA ARRUMADA


Depois de um ano de pesquinha totalmente atípico ou, até melhor dizendo, absolutamente inédito, em que não ferrei eficazmente um único “peixe de nome”, como diria o saudoso Carvalho, belo companheiro destas lides em tempos que lá vão e perante o mau tempo que desde há dias e que hoje principalmente se fez sentir, decidi arrumar a tralha por este ano. 

Por este ano acabou. A não ser que ainda surja atrasado o chamado “Verão de S. Martinho” e me desafie a dar mais um saltinho ao Alentejo para sustentar o vício…

Mas foi um ano desastroso na minha pesquinha e para isso muito contribuiu a grande seca de 2017 que fez com que muitas das pequenas represas e charcas secassem totalmente e, como já lá vai o tempo em que, sem as propriedades vedadas e fechadas, andavamos Alentejo fora de umas herdades para outras em busca das barragens que melhor dessem achigãs, o insucesso deste ano era inevitável.

Mas, em boa verdade, no meu caso pessoal, que tenho um dedicado amigo que me permite a pesca, facultando-me amavelmente a chave do cadeado da cerca na zona das duas represas, a circunstância de todas as propriedades agora estarem fechadas, esse problema poderia bem ser ultrapassado não fora ter ocorrido a secagem de uma das represas em 2017 e, a outra, em que esse inconveniente não aconteceu, julgo, penso que foi vitima da fome de Corvos Marinhos e Lontras que, devido à escassez de alimento noutros locais ali resolveram matar a dita, quase devorando todos os peixes que ali existiam em abundância. Anos atrás ferrei ali bons exemplares. Verdade, verdadinha.

Penso isso e, não fosse ter visto uma meia dúzia de achigãs de kg ou mesmo mais e ficaria convencido que aqueles “amigos” não tinham deixado um peixinho que fosse. Mas, não foi o caso e não tenho dúvidas que tem bons exemplares, embora poucos ou talvez mesmo muito poucos… No próximo ano se verá…

Só um! Só um bom achigã consegui ferrar numa manhã de Setembro de alguma neblina e de aragem fresca, estando o “menino” num pequeno recanto da barragem, com talvez meio metro de altura de água. Ferrei-o, corriquei e trouxe-o ainda a 3,4 metros de mim mas vinha mal ferrado e, com um salto fora de água, soltou-se para minha grande desolação. Foi bonito ver o bicho a saltar fora de água mas foi mais que mau o danado ter-me mandado ir dar uma volta… E, bem mandado, voltarei no próximo ano, com ele então mais grandão…


Pescador viciado é assim. Tem sempre paciência e esperança que... amanhã é que é… Eh! Eh!

Então, não ferrando peixes, num ou outro momento fui aproveitando para tirar fotos dos mais bonitos recantos da barragem e deixo aí uma delas onde surgem algumas das simpáticas vacas da manada de uma centena, minhas mansas companheiras de todos os dias e, também devo confessar, nunca me esqueci de dar um saltinho ao restaurante Paraíso da Mata, junto ao Lavre, onde o já velho amigo Fernando sempre me delicia com a sua boa comida de que destaco aqui, como exemplo, o super-gostoso Ensopado de Borrego, sempre espectacular de apresentação e sabor! Uma maravilha, mas também, com outros bons petiscos, responsáveis pelas ex-peles no rosto e não só, resultantes da cirurgia e da dieta, terem-se… eclipsado...  Eh! Eh!

2 comentários:

Roberto Menks disse...

Parabéns Azevedo, o relato levou-me, por um momento, ao teu maravilhoso campo de pesca!

Victor Azevedo disse...

Muito obrigado, amigo Roberto!
Seria um imenso prazer receber o amigo por aqui e participarmos num agradável convívio. Só não tenho Tarpons... Ah, nem cobras... rsrs
Um abraço, velho amigo!