segunda-feira, 26 de março de 2018

NOS 47 ANOS DA MORTE DE MARIA ANGELINA


Completam-se brevemente 47 anos sobre a data (27/4/1971) em que faleceu em Lisboa a velha professora primária de muitos de nós no Chouto, Maria Angelina Saraiva Junqueiro, sendo que a notícia só foi conhecida na nossa aldeia alguns dias depois, mais exactamente a 1/5 seguinte.
 
Mestre-escola na nossa terra durante 26 anos ficou conhecida e recordada por todos nós e para todo o sempre pela muita agressividade que usava na sua forma de ensinar, agressividade que não se rogava de exercer sobre muitos e muitos alunos, chegando ao ponto de lhes bater na própria via pública, quando os alunos assustados lhe fugiam das mãos na sala de aula...

Réguadas nas duas mãos em simultâneo, pancadas na cabeça com “canas da índia”, chapadas e fortes puxões de orelhas, eram o método de ensino preferido da senhora (conta-me um velho amigo hoje morador na Vala do Carregado: “A mim arrancou-me as orelhas!”). Ensino e aprendizagem exercidos pelo medo e pelo pavor, sem dúvida.

A professora Maria Angelina residia com a criada Maria numa parte da então velha Escola Primária local e, porque de semelhanças físicas muito idênticas (pequenas e volumosas)  e sendo quase sempre inseparáveis quando saiam à rua, faziam uma parelha deveras patusca que muitos de certo ainda guardarão na memória.

Na falta de melhor registo fotográfico da velha senhora, deixo uma foto em que Maria Angelina surge sem cabeça – vá lá saber-se porquê?... - mas onde se vislumbra bem o seu avantajado porte físico e ainda uma outra que há anos tirei da casa de sua família em Freixo de Espada à Cinta, onde Maria Angelina nasceu e foi criada até à idade adulta e onde não mais voltou, expulsa que foi pelo pai (um velho e austero sargento reformado da antiga Legião Portuguesa do regime de Salazar), depois da jovem e recém-formada professora primária, de férias na casa paterna, ter posto fim ao casamento de sua irmã…

E por aqui me fico…

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