quarta-feira, 10 de junho de 2009

DIA DE PORTUGAL



Quem ocupa cargos públicos e tem de tomar decisões está sempre sujeito a receber aplausos e sofrer criticas dos seus concidadãos que podem gostar ou não dos seus actos. São seres humanos, como quem os analisam também o são e, uns e outros podem errar como é evidente mas, na vida dos humanos sempre assim foi.

Temos hoje um caso bem evidente disso mesmo:
Ontem aplaudi uma decisão de Cavaco Silva, enquanto presidente da República e hoje aqui estou a criticá-lo já.
Hoje, Dia de Portugal, em Santarém, resolveu ir depositar uma enorme coroa de flores (cravos vermelhos) junto à estátua de Salgueiro Maia numa justa homenagem àquele que na madrugada de 25 de Abril de 1974 daquela cidade arrancou rumo a Lisboa, para acabar por ser um dos principais operacionais do Movimento que derrubou o regime do Estado Novo.

Obteve a rendição de Marcello Caetano e respeitou com muita dignidade o vencido numa actuação muito bonita e própria de alguém de elevada estatura moral. Regressou ao quartel nada quis de honrarias e tornou-se, sem dúvida, a maior força moral da Revolução dos Cravos.

Mas a doença mortal foi madrasta e Salgueiro Maia deixou-nos muito cedo. Antes, já muito doente e talvez pensando na sobrevivência da esposa, tentou do Estado uma pensão vitalícia que, estranha e ingratamente lhe foi recusada. Um decisão absolutamente inadmissível, acho eu.

E, quem recusou essa pensão há 20 anos? Pois, exactamente Cavaco Silva, então Primeiro-Ministro de Portugal.
O mesmo Cavaco Silva, presidente da República que hoje foi colocar uma coroa de flores na estátua de Salgueiro Maia, na presença muito digna de sua viúva.

Pois... é bonita a coroa mas... não dá pão...

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