domingo, 26 de fevereiro de 2006

BELÍSSIMO REGRESSO AO PASSADO !...


Nesta coisa da vida - e se calhar quando a idade já começa a toldar as ideias de um sexagenário como eu... – acho e começo a constactar que, por vezes, surgem situações de todo inesperadas e, por isso, surpreendentes... Eu, acho que são surpreendentes...

Foi o que me aconteceu há exactamente dez dias quando, no funeral de um amigo, imaginando que ali iria encontrar um velho e dedicado amigo a realizar a cerimónia religiosa , para meu espanto não conheci esse velho amigo – e era ele mesmo !... - e, à saída do cemitério, quando confrontado com a realidade (o padre oficiante da cerimónia fora mesmo aquele meu antigo companheiro...) eu caí das nuvens de espanto e... nem queria acreditar... Como era possível que, eu, velho companheiro de jornada daquele homem, passadas duas ou três dezenas de anos, já não o tinha reconhecido ?...

Então, logo impus a mim mesmo que, breve, muito breve, teria de o visitar para lhe pedir desculpa pela minha falha, aproveitando então para com ele conviver um pouco.

Fui hoje então propositadamente procurar o velho amigo padre Luís e, depois de algumas buscas, ele foi encontrado. Estava a rezar o terço (sempre a rezar, o padre Luís !) no seu gabinete e, depois de chamado pela batida na porta, abriu, olhou para mim e perguntou, perante a minha emoção e do meu compadre que me acompanhava: “Victor ? O Victor Azevedo ???...”

Houve os naturais abraços, bem fortes e bem fraternos e emocionados e, a partir daí, foi um nunca mais acabar de recordar velhas situações e várias vivências que incluíam muitos e diversos amigos comuns da época...

Foi linda, linda, esta rememoração de situações já com várias dezenas de anos e, na presença de muitas fotos, que o amigo padre Luís bem guarda religiosamente, a recordação avolumou, os olhos humedeceram e o ambiente ficou absolutamente cinco estrelas ! Aquele ambiente de que eu gosto particularmente porque franco, puro e sincero !

E fez mais o homem que, naquela data, na década de sessenta, saído - purinho, purinho ! - de um seminário “pousou” que nem um passarinho na minha aldeia e, ali, bem como na aldeia vizinha, tanto comigo conviveu...

Facultou-me agora o amigo padre Luís umas quantas fotos, bem antigas, que vou aqui arquivar com o carinho e religiosidade que se adivinha em alguém que preserva e adora tudo o que é velho e histórico.

O tempo passou a voar e ele, “escravo da pontualidade”, como sempre gostou de se considerar, tinha uma missa para celebrar mas, ainda foi possível, muito a correr, fixar a viva, fraterna e amiga imagem que aqui deixo para a posteridade.

Eu, o padre Luís e o meu compadre, nesta belíssima hora, hoje em Alcabideche, na sua sala de estar, incluída num excelente complexo social que ele ali criou e mantém e que me deixou positivamente fascinado !

Coisa linda o meu amigo criou em Alcabideche !



2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Vitor,
Gostei bastante deste seu artigo, pois envolve-nos num clima de saudosismo e felicidade. Saudosismo, porque nos transmite a ideia que o tempo passa a correr, e quando damos por ele, já temos sessenta / setenta anos. Felicidade por nos fazer sentir o prazer de rever amigos e recordar... Pois, conforme uma famosa frase publicitária, "recordar é viver".
Mais uma vez lhe digo, que são em pequenos gestos, que se vê a grandeza de alguém,e por isto, faço-lhe um DESAFIO.
Dizem que um Homem, só se sente realizado, quando planta uma árvore, faz um filho e escreve um livro. Pois bem, a avaliar por o sei de si, o Vitor, já deve ter plantado alguma(s) árvore, tem 2 filhos... Falta o LIVRO.
Pense no caso...
Um abraço
Paulo

Anónimo disse...

Tiro o Chapéu ao artigo Regresso ao passado), estou convicto que um actor se orgulhava de representar este facto,tal como escreveu.
E aplaudi de PÈ ocomentário do Paulo,Vamos a isso moço!era motivo de orgulho para todos...
Um abraço Gilberto.