quinta-feira, 20 de setembro de 2018

"ISTO" PASSOU TÃO DEPRESSA!...


Bonitas imagens, retiradas da net, que não foram mas bem poderiam ter sido obtidas nas velhas chaminés da minha aldeia, nos recuados tempos da minha infância e juventude.

Recordo-me de em minha casa de família e, sobretudo, na de meus avós maternos, no Anafe do Meio, no Chouto, em cujo Casal hoje ninguém habita , minha mãe e minha avó assim cozinharem, afinal como todas as outras na aldeia e bem me lembro que a comida assim confeccionada tinha um delicioso sabor, sendo por isso bem apetitosa.

As únicas “couves com feijão”; as sempre lembradas e chamadas na região “couves com carne”, com o delicioso chouriço e as belas farinheiras a que se juntava um bom pedaço de toucinho da salgadeira; as suculentas “papas de milho” e até a deliciosa e jamais esquecida “abóbora cozida com feijão” que era “regada” no prato com um fiozinho de azeite cru e onde antes havíamos migado um nunca esquecido pão de milho, tudo eram delícias que saiam dessas panelas de ferro em fogueira alimentada por lenha de sobro na rasa lareira das nossas velhas casas.

E quem não se lembra com saudade das deliciosas “torradas” de pão caseiro, feitas em cima da tenaz meio aberta no lastro da lareira e que depois eram acompanhadas com uma boa e quentinha chávena de café de cevada, feito na velhinha e mascarrada cafeteira de barro, de manhã à noite sempre junto ao borralho? 

E os fritos - com grande destaque para as filhós, de minha paixão!… - feitos no mesmo lume vivo e rasteiro de lenha da nossa charneca, nas frias noites nas quadras de Natal e Ano Novo?  

Delicias, delícias que saudavelmente nos criaram e ajudaram a crescer nos velhos tempos de meninice e juventude nas nossas aldeãs casas onde, apesar de tudo, éramos felizes sem o sabermos.

Resta-nos a lembrança…

Resta-nos a saudade...

E como “isto” passou tão depressa!...

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