domingo, 5 de agosto de 2018

LEMBRANDO PADRE MANUEL...


Padre Manuel (Manuel Frango de Sousa, de seu nome completo), falecido há poucos anos vitima de queda de um escadote quando mudava uma lâmpada em casa de sua irmã, foi o 1º pároco das freguesias de Ulme e Chouto e esteve entre nós durante boa parte da década de 50 e princípio da de 60 do século passado.

Era muito dinâmico - a ele se fica a dever a iniciativa da construção da nova igreja de Ulme - envergava batina preta até aos pés, como na época todos os padres usavam, mas isso não o impedia de fazer a viagem ida e volta Ulme/Chouto de bicicleta (nos primeiros anos... até a viúva de Vaz Monteiro lhe oferecer um automóvel) e, sobretudo, jogar muitas vezes à bola com a miudagem e até a rapaziada mais crescida.

Jovem, vivo e muito dinâmico, organizava acampamentos de vários dias com os rapazes pré-adolescentes - lembro-me de um, ocorrido em Tamazim, na propriedade Vaz Monteiro, junto à capela...(dormida em tendas, na eira da propriedade) - e contribuiu muito para que esses jovens se aproximassem e assim iniciassem a sua vivência e o seu culto religioso.

Era natural da freguesia de Fungalvás (Torres Novas) e deixou as nossas duas paróquias no início da década de 60 mal de saúde, vitima do muito esforço e sofrimento psico/mental/financeiro exigido pelas obras da igreja de Ulme, sendo substituído então pelo jovem Padre Luís Fialho de Almeida, recém formado sacerdote e pessoa de cultura e hábitos religiosos muito diferentes e... o "pessoal" sentiu a mudança...

Padre Manuel estava ultimamente colocado em Azeitão e, sendo um padre algo desalinhado das linhas tradicionais da hierarquia católica, embora cumprindo o básico e obrigatório estabelecido, realizava as diversas cerimónias muito "à sua maneira" e, na derradeira ocasião que com ele estive em Azeitão, no casamento de um meu familiar foi uma muito agradável surpresa a cerimónia a que presidiu o então já idoso padre Manuel. Um festival! Um verdadeiro show de criatividade, originalidade e afectividade! Muito bom! Segundo o meu ponto de vista...

(Um dia destes conto aqui tão bonita experiência e hoje deixo uma foto desse saudoso amigo, tirada na mencionada cerimónia do casamento e um recorte de uma notícia sobre ele que publiquei em 5/8/1961, no semanário "Vida Ribatejana", tinha eu os meus tenros e verdinhos 16 anos(!).)

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