Numa das fotos imagem de parte das viaturas de transporte dos militares, no total de cerca de 400, do meu Batalhão de Artilharia que, idos de Vila Teixeira de Sousa e depois de um dia de viagem por picada em péssimo estado, chegaram ao Cazombo (Leste de Angola) para iniciarem a sua Comissão de Serviço – como então airosamente se chamava à guerra forçada… - de 2 anos de árdua e arriscada vida.
Esclareço que a viagem Luanda / Cazombo / Lumbala (onde a minha Companhia ficou instalada), demorou 5 dias (!), tendo o trajecto sido percorrido desta forma: Luanda/Nova Lisboa, 1 dia de camioneta; Nova Lisboa/Teixeira de Sousa, 2 dias de comboio; Teixeira de Sousa/Cazombo, 1 dia de camioneta; Cazombo/Lumbala, 1 dia de camioneta.
Em Lumbala o abastecimento era esporadicamente feito por camionetas e camiões integradas e protegidas por forte coluna militar e, mais regularmente, por avião Noratlas (na outra foto na pista térrea de Lumbala) que nos levava mantimentos mais frescos (ou menos velhos e degradados…). ( A “talhe de foice” devo acrescentar que, em Lumbala, a rapaziada de 20 e poucos anos de idade, só via uma – uma! – mulher branca!... A esposa – muito magrinha! - do Chefe de Posto, autoridade civil portuguesa naquele “fim do mundo”.)Vendo hoje estas imagens, recordando e sentindo na pele, como senti, tais condições e tal sacrifício, interrogo-me se teríamos agora em Portugal um militar – um só, que fosse! - que estivesse disposto a sujeitar-se a tais condições, a tais sacrifícios e… a tal risco de vida!?...

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