domingo, 12 de setembro de 2021

...E O APRENDIZ VAI EVOLUINDO...

Com a permissão de pescar numa nova herdade onde me facultam a entrada e onde sabia de um bom local com achigãs, julguei ser o momento certo para fazer o meu Rafael iniciar-se na pesquinha de tão desportivo peixe, largando a cana, o asticô e as malucas perquinhas que, sendo fáceis de fisgar, entusiasmam, divertem mas não passa disso e não é pesca que se veja. Não resolvem.

Ora, a pesca ao achigã é coisa totalmente diferente e, por isso, o meu desejo de ensinar o netinho a iniciar-se nesse passatempo/desporto que, ao longo dos anos tanto prazer e bem-estar me tem proporcionado.

Não sendo aconselhável entretê-lo com isso no período das aulas, só nas férias o costumo levar e, este ano, com ele com outra idade e com o novo local de pesca (um pequeno açude em propriedade fechada e por isso bem “recheado” de verdinhos), entendi ser o tempo e o local ideal para o iniciar nesta belezura que me apaixona e dá saúde porque vivo em contacto com a natureza, respiro ar puro e, melhor ainda, em tempos conturbados, aliviou-me a cabeça e fez-me esquecer preocupações e dificuldades surgidas.

Ontem foi a 2ª lição e desde os primeiros instantes, observando-o, logo verifiquei como tinha evoluído no trato da cana, do carreto e da linha com a respectiva amostra artificial, manejando o conjunto com mais destreza e os resultados não se fizeram esperar: para além de vários peixinhos com 100/200 grs naturalmente em crescimento para um dia nos deliciarmos com umas boas ferragens, o meu aprendiz fisgou mesmo um grandolas que, pesado ali mesmo por curiosidade, mostrou-nos 0,750 kgs. na balancinha de bolso.

O Rafael ficou admirado e algo surpreendido, como é natural e, o avô confessa, francamente, que ficou ainda mais satisfeito por ver o neto sacar um bichinho daqueles das águas - muito mais satisfeito! - de que se tivesse sido ele próprio a ferrar aquele bonito achigã.

Proporcionou-lhe, estou certo, mais entusiasmo, maior prazer e, naturalmente, maior vontade de continuar na prática de tão salutar desporto em que agora se inicia.

Para a posteridade fica aí a imagem do Rafael com o bonito achigã junto à pequena represa e a convicção que, pouco a pouco, ainda mais familiarizado com os apetrechos da pesca e com outro à-vontade com as “chatas” situações que se vivem nestas jornadas no campo e no mato (segurar peixes vivos, mato, silvados e ramagens, calor e, sobretudo, as muitas e chatas mosquinhas de Verão que não largam lábios, olhos, orelhas de um indígena, sobretudo depois de manusear um peixinho...) ele continuará evoluindo e, a exemplo de ontem, bastas vezes o “aprendiz” fará ver ao “mestre” como se pescam achigãs...


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