segunda-feira, 7 de março de 2016

A MINHA PESQUINHA PROMETE!

Ontem não tive ocasião para escrever sobre o dia da minha pesquinha no dia anterior, sábado,  5 e faço-o hoje, neste interminável e desagradável Inverno, felizmente perto do fim em que dias de chuva e frio, aborrecidos e chatos, não me deixaram partir para matar saudades da minha pesquinha.

Vigiava há vários dias na net as previsões dos “manda chuva” e, não obstante elas me indicarem que teríamos nuvens e chuva fraca, teria de avançar na mesma. O vício mandava e o ver o tempo possível de pesca a encurtar, também… O Defeso aproximava-se, só restaria mais um sábado (12) e, para além disso, tinha imensa curiosidade em observar como estávamos de volume de águas, passado quase um Inverno infelizmente com chuvas pouco intensas a Sul do país.

Choveu sem grande intensidade no Ribatejo e no Alentejo mas, mesmo assim, no passado mês de Fevereiro tivemos alguns dias de precipitação considerável e estava confiante que teria as represas onde costumo pescar cheias. Mas, puro engano…

Chegado ao local, depois de uma viagem com vidros fechados por causa do frio e debaixo de alguma chuvinha fraca e, em que, não fora o vício e mais apeteceria voltar para casa, eis a 1ª surpresa: a pequena represa está longe de estar cheia… Faltam, seguramente, pelo menos 2 metros de altura de água para que isso suceda. Uma tristeza e a convicção de que, se não chover algo de jeito em Março e Abril, ela não aguentará o Verão e, forçosamente, secará… Lamentavelmente…

De manhã, a pesquinha foi “zero”, um “zerinho” bem grande, redondo e chato. Não senti e, sobretudo não vi, um único bichinho naquelas águas. Nem achigãs, nem percas, nada de nada. Dir-se-ia que, por ali, não existia viva alma…  Uma tristeza!...
Fui para o jipe, passei uma vista de olhos pelas notícias principais do “Expresso”, voltei por mais um pouco a tentar a minha sorte mudando de amostra mas… nada. Ali, como em tempos dizia o velho e saudoso companheiro de pesca Carvalho, “eles” estavam “arrecadados”. Feliz expressão que não mais esquecerei.

Fui para o almoço, debaixo de mais um pouco de chuva e ali me queixei ao Fernando: “Fernando, como dizia o velho Carvalho: estão arrecadados!” e, tive como resposta: “É. As águas ainda estão muito frias!”.

Seria para não voltar mas, pescador que é pescador, não teme mau tempo e vai. Voltei, pois e em boa hora o fiz... Fui de novo para o “paredão”, zona mais protegida do vento frio e onde o Sol colocava a água com temperatura mais amena (a cabecinha e a experiência sempre servem para alguma coisa) e, ali estavam eles: Um, de 800 grs que, de peito cheio que nem um perú, logo fui pesar, fotografar e guardar na caixa térmica e de novo retornei, esperançado que a “coisa” continuasse… E continuou mesmo, embora de forma não tão feliz: logo de seguida outro, ainda mais pesado e maior mas que todavia se soltou já bem perto de mim e, logo depois, deu dois sofridos e ofendidos saltos na água e, pouco depois, mais outro que igualmente se foi… Afinal, depois da hora do almoço, os “rapazinhos” deixaram de estar arrecadados…

Satisfeito com as emoções deste 1º dia de pesquinha de 2016, fui de novo um pouquinho para o jipe e, escassos minutos volvidos, vejo chegar um carro branco com dois presumíveis pescadores… Pergunta-me um: “Então, não dão nada?” E, eu desalentado: “Nada! Nadinha! As águas ainda estão muito frias.”

Pescador é mentiroso, né? É isso que se diz…

Afinal, esse que comigo falou não fez mais que meia dúzia de lançamentos e logo partiu ao encontro do companheiro que havia subido a encosta… E eu intrigado… Regressaram alguns momentos depois, ambos com as mãos cheias de… espargos silvestres.

Também vou procura-los e colhê-los no próximo sábado em que conto lá voltar – agora, presumivelmente, já com bem melhor tempo… - para o derradeiro dia da minha pesquinha antes do Defeso, esse danado que começa a 15 e só termina no outro 15, mas de Maio.

Um verdadeiro sacrifício – e suplício! – até lá.

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