sexta-feira, 30 de março de 2012

VOLTA O EXAME DA 4ª CLASSE!


Na educação como em muitos outros sectores da nossa vida colectiva após a revolução de 25 de Abril de 1974 registaram-se muitas e diversificadas transformações e infelizmente nem sempre para melhor, tendo neste caso do ensino passado do 80 para o 8.

Cada ministro que entrou foi mudando, modificando e não poucas vezes piorando… O caso da abolição dos exames é uma dessas situações.

Alguém mais iluminado achou que os alunos fazerem exames era um disparate e, um a um, eles foram sendo eliminados de forma que até ao ingresso nas faculdades as avaliações vêm sendo feitas por testes, provas, chamem-lhe o que quiserem. Desta forma acabamos por ver formados jovens que saem licenciados e sabem muito pouco, havendo até quem ache que não sabem nada de nada.

Não vou tão longe mas também penso que não é tão invulgar quanto isso encontrar licenciados que fazem contas pelos dedos das mãos, não sabem a tabuada e sofrem de grandes carências no português, sendo garantido que só conseguirão fazer com grande dificuldade uma composição, redigir um texto com princípio meio e fim.

Suprimindo-se os exames nivelou-se tudo por baixo e a falta de conhecimentos é por demais evidente relativamente a muitos dos formados que saem todos os anos das universidades. 

Agora o actual Ministro da Educação, Dr. Nuno Crato, decidiu inverter o caminho e vai surgir de novo o exame do 4º ano, aquela que era a nossa velha 4ª classe. Aprovo e aplaudo a decisão e entendo que só perde por ser tardia.

Para minha surpresa, ou talvez não, saltaram logo os políticos chamados de esquerda a criticar a medida e na Assembleia da República ouvimos deputados do PS, do BE e do PCP levantando a voz em feroz critica à decisão do ministro. Parece mentira mas é verdade...

O argumento apresentado é de que será traumatizante comunicar a uma criança de 10/11 anos que reprovou no exame…

Francamente!... Coitados dos hoje homens e mulheres da minha geração e de outras gerações antes e depois, que chumbaram e ficaram traumatizados para toda a vida!...
Tropeçávamos em exames quase todos os anos – até tínhamos o de “Admissão ao Liceu”, como então se dizia – passávamos e chumbávamos e cá estamos mais ou menos preparados para a vida mas nunca traumatizados por isso.

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