E, como também era óbvio, o Presidente
da República acaba de voltar atrás e fazer o que deveria ter feito quando
resolveu meter-se nesta trapalhada de propor um acordo a três: convida Passos
Coelho a remodelar o governo e, uma vez que já tem a nova Ministra das Finanças
aprovada pela Alemanha, já está meio caminho andado e o governo recauchutado
seguirá por mais uns tempos.
O lógico seria dissolver o parlamento
e convocar eleições mas, como bem sabemos, isso não seria aconselhável. A
convulsão seria grande, a incerteza aumentaria e os mercados penalizariam
fortemente o país com o aumento dos juros. Mesmo assim, esta “brincadeira” de
Cavaco, que ainda durou uns pares de dias, deverá ter custado uns bons milhares
a todos nós…
Acresce ainda que, convocando eleições,
para além dos inconvenientes enunciados, não resolveria quase de certeza o
problema porque parece evidente que, com este PS e esta liderança – Seguro é
tão fraco no PS quando Passos no PSD e ambos vêm das respectivas “jotas”… -, o
Partido Socialista, embora vencendo as eleições, não alcançaria a maioria e aí estaríamos
novamente metidos numa embrulhada…
Teremos então um novo governo
recauchutado, recolhidos que foram os cacos da implosão que eles próprios produziram
no seu seio e avançará nem sabemos bem como, tantas serão eventualmente as
contradições e conflitos entre os seus membros.
Se Portas for a vice-primeiro ministro
haverá curiosidade em ver como habitará com a Ministra das Finanças que ele não
queria e, a confirmar-se o que se diz por aí, resta saber como no interior do
PSD se engole ver o pequeno partido da coligação ter mais influência
governamental que o maior e vencedor partido da coligação…
Para além disso, ver a promoção de Maria
Luis Albuquerque a Ministra das Finanças, ela que esteve no negócio (?) em que
o Estado vendeu um banco (BPN) em troca de nada, facto que ainda mexe e mais
uns quantos outros “rabos de palha” de que a imprensa se faz eco, não me parece
coisa acertada… A senhora, que tomou posse naquela rocambolesca e lúgubre cerimónia
no dia que o governo tinha caído com a demissão de Portas, partirá muito fragilizada
e veremos se se aguenta… Ainda que goze do apoio da Alemanha…
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