Há já muito tempo que considero Cavaco Silva uma fraca figura da nossa política e, mais agora, muito mais agora, que ocupa o cargo de Presidente da República.
Já aqui o tenho escrito e, se dúvidas ainda me restassem, aí temos esta sua surpreendente opção para tentar superar a grave crise governamental desencadeada primeiro com a demissão de Victor Gaspar, Ministro das Finanças seguida depois da de Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros...
Cavaco,
enquanto ouvia os partidos teve a solução resolvida, encontrada pelos dois partidos
do governo e até já aprovada em parte publicamente pela Alemanha e por Bruxelas
e, agora, passados uns dias e, surpreendentemente, eis que tira um coelho da
cartola e avança com uma solução absolutamente disparatada, sem jeito, sem tino
e, quanto a mim, absolutamente inviável.
Então,
ciente que não entendo nada disto e ainda que sem os conhecimentos que um
Presidente da República obrigatoriamente tem de ter, quero perguntar:
1º -
Como pode um partido da oposição (PS) – que ainda há dois meses, aquando do discurso
presidencial do 25 de Abril, foi tão durante atacado – sabendo que está prestes
a montar o “cavalo do poder”, aceitar afastar o dito cavalinho e perder essa
possibilidade que se avizinha?
2º -
Como é possível, nestas condições e com este cenário, um Presidente da
República propor um acordo a três para a formação de um governo de salvação
nacional?
3º -
Como pode um Presidente da República marcar eleições antecipadas - com um ano
de antecedência!... - , esquecendo que assim nenhum novo ministro aceitará de bom
grado o seu cargo por saber que, em vez dos dois anos em falta para o final
normal da legislatura, vai estar a prazo apenas por um ano?
4º -
Como pode um Presidente da República esquecer que, com a mais que provável
inviabilidade desta sua proposta, prolonga e avoluma a crise governamental que
já é muito grave?
Cavaco,
intelectualmente muito fraco e de caracter pessoalista muito acentuado, tem por
norma não perdoar facilmente e, desta vez, foi muito além do impensável... Para
além de se sentir ofendido por ter sido o último a saber da demissão de Paulo
Portas – no que tem absoluta razão de queixa! – não pode com Portas desde os
distantes tempos do “Independente” e, vê-lo agora em ascensão – com a proposta
apresentada pelo novo governo de Passos ele ficava em vice-primeiro ministro e…
com largos poderes… - era coisa que tinha de travar e inventou esta trapalhada.
Trapalhada que encosta os “partidos à parede” de forma clara e ostensiva mas
que, não me enganarei, os partidos lhe devolverão, encostando então Cavaco a
uma outra parede… Cavaco “fisgou” os partidos – com o PS bem, bem, na mira da
fisga!... – e, como resposta, terá o
retorno da fisgada…
Sou
pois da opinião que não há hipótese da solução proposta ter pernas para andar,
a não ser que aconteça um milagre… E, pessoalmente, não acredito em milagres...
Sendo
assim e na inevitável previsão dos difíceis e dramáticos tempos que aí vêm,
repito o já antes aqui sugerido: Os crentes que rezem!...
Os crentes que rezem!...
Os crentes que rezem!...
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