Crise económica e social sempre tivemos
mais num ano, menos no outro mas, este desânimo, este desalento que se sente em
tudo e em todos, isso nunca sentimos, isso nunca tivemos nesta terra lusa!
As pessoas vêm que a hora é dificílima
e, ainda pior que isso, sentem que muitos piores dias virão, muito pior futuro
as espera, sem que saibam quando acaba todo este apertar de cinto, estas vicissitudes
e esta imensa incerteza.
Não sabem porque ninguém lhes diz e
sobretudo porque sentem que, de propósito ou por ignorância, os governantes, tecnicos
e políticos, lhes mentem, ontem, hoje e amanhã não lhes anunciando a verdade
toda e, antes, só utilizam a televisão, a rádio e os jornais para lhes
anunciarem mais cortes, mais impostos, mais dificuldades, mais desânimo. Não me
recordo, ano e meio a esta parte, com o actual governo, de uma vez, uma vez só,
que o ministro da finanças venha a público anunciar uma boa notícia, pequenina
que fosse aos portugueses…
Numa linguagem demasiado técnica – só técnica,
quadrada e hermética! – Victor Gaspar só nos fala em números, números e mais
números e, tanto ele quanto o primeiro-ministro não usam uma palavra – uma palavrinha
que seja!... – dirigida ao povo, ás pessoas, à gente sofrida e preocupada que
os ouve. Tudo ali são números e mais número, euros e mais euros e não há, não se
sente a mais pequenina preocupação nas pessoas a quem se dirigem e com quem
deviam preocupar-se. Nitidamente e parece-me por demais evidente, actuam como
funcionários dos nossos credores e executam as suas ordens com mestria e
eficiência. Pelo menos é o que eles nos dizem quando confessam que a “troika”
considera Portugal como um “bom aluno”…
Dir-me-ão alguns, acredito que poucos,
favoráveis a esta formula, que estes governantes dão-nos a linguagem crua da
verdade mas eu acho que não deveria ser bem assim: As pessoas estão em primeiro
lugar e as pessoas deveriam ser a preocupação primeira e maior. Os portugueses
andam desanimados e desalentados e é preocupante que isso assim seja.
Não desejo que se minta ao povo mas é
importante que se lhe dirija com animo, com vontade, com querer e crer para que
o povo acredite nos seus dirigentes e no dia de amanhã. Mas eu sei que eles não
conseguem fazê-lo porque não são capazes…São figuras menores e, hoje, como
ontem, faltam-nos dirigentes capazes, valentes, inteligentes com carisma e
sabedoria para dirigir uma nação.
Não sou adepto do homem salvador, do
homem único e supostamente sábio que conduz a luz, com o povo a segui-lo. Não, nisso
não acredito porque desejava ter políticos inteligentes, sabedores e que, de
preferência, sentissem as gentes, as coisas, o povo, a pátria!
Como está, “isto” não é nada e é simultaneamente
muito preocupante!
Muito preocupante!
Oxalá me engane...
NOTA FINAL – Um apontamento final,
assim como que um escrito de diário, para registar que o meu neto, este ano,
agora já com seis anos e meio, pareceu-nos que já não “engoliu” totalmente a “pêta”
do Pai Natal… O tio, que fazia a personagem, não apertou devidamente o fato e
deixou-o ver as almofadas que o avolumavam e, sobretudo porque, após a porta
fechada, olhando para o avô Lenine e vendo-o sem óculos lhe perguntou pelos mesmos
porque, julgamos, o Rafael os reconheceu no Pai Natal…
Sem comentários:
Enviar um comentário