Parece-me um erro colossal a forma e o conteúdo das
terríveis novas medidas de austeridade ontem anunciadas apressada e atabalhoadamente
pelo 1º ministro Passos Coelho e julgo que as suas consequências serão
desastrosas para tudo e todos!
Errou dramaticamente o governo com estas medidas e a seu
tempo, que não tardará muito, veremos como não estou errado nesta minha
apreciação.
Começou logo pela habilidade saloia de apressadamente “encostar”
a comunicação ao início do jogo da selecção de futebol com o Luxemburgo, de um
jeito que toda a gente percebeu e que, logo aí, calcava para baixo essa própria
comunicação e terminou depois com as drásticas e elevadíssimas medidas
anunciadas de cortar os vencimentos dos particulares em 7% porque, como é evidente,
o pretexto invocado de que é um aumento do desconto para a Segurança Social não
é mais do que um enorme corte nos ordenados dos portugueses. Um novo imposto!
Assim, de um penada, Passos Coelho mandou às urtigas a pouca simpatia com que ainda era
visto pelos portugueses e arranjou um enorme pretexto para que o PS, que
aguardava por uma ocasião para quebrar o pouco consenso político ainda
existente aos olhos da “troika” e do exterior, agora volte as costas ao
Orçamento e o reprove, provocando uma crise que certamente nada ajudará nas
reuniões com os credores da “troika”.
Para além disto e certamente não em menor escala de
gravidade, criou a oportunidade e a razão para a certamente enorme contestação
social que aí virá porque, se é indiscutível que muitos milhares de portugueses
vivem hoje a passar por imensas necessidade e mesmo no limiar e na própria
pobreza, é uma gritante verdade que com estas medidas e certamente outras que
aí virão com as consequências dos novos escalões do IRS que anunciam, o nível de
vida de todos descerá dramaticamente, o desemprego – ao contrário do que prevê
o 1º ministro! – aumentará e a pobreza,
se não mesmo a miséria, estará instalada.
Este governo, estes economistas e esta “troika”, com estas
medidas de nivelar tudo por baixo, colocando um país verdadeiramente a “ pão e água” é uma política, segundo o meu
ponto de vista, profunda e dramaticamente errada. Ninguém compra nada a
ninguém, o comércio não funciona, as indústrias estão na ruina, as empresas
fecham, o desemprego aumenta assustadoramente e não tardará muito o caos será
total porque as convulsões sociais estarão aí num muito curto prazo.
Veja-se o elevado número de falências das empresas – até Junho
passado já abriram falência tantas como
em todo o ano de 2011 e aí já o número, de mais de 4 mil, era elevadíssimo… -
veja-se o aumento em flecha da criminalidade com roubos e assaltos a toda a
hora e pense-se até nos crimes familiares e caseiros a que certamente a crise
financeira familiar não será estranha e calcule-se o que aí virá com estas
novas e preocupantes medidas.
Para além disto acho que o governo afrontou e abriu um
conflito com o Tribunal Constitucional do qual não sairá muito bem. Parece-me
que os motivos que o tribunal apresentou para chumbar os cortes nos subsídios
se mantêm e adivinho dias complicados e nada fáceis para os entendidos na
matéria.
No meu caso, como no de muitos reformados, nada nos resta
fazer se não assistir ao escandaloso roubo feito por este governo que nos
retira da carteira, sem nos pedir, dinheiro que era nosso de pleno direito
pelos muitos descontos que efectuamos ao longo de uma vida de trabalho. O
dinheiro é dos reformados e pensionistas e o governo rouba-o vergonhosa e
descaradamente.
Esta e tantas outras decisões em que as pessoas não são
tidas em conta é algo nunca visto nesta terra e que terá forçosamente que
acarretar consequências.
Prevejo isso e certamente não deverei estar enganado…
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