sábado, 8 de setembro de 2012

ERRO COLOSSAL


Parece-me um erro colossal a forma e o conteúdo das terríveis novas medidas de austeridade ontem anunciadas apressada e atabalhoadamente pelo 1º ministro Passos Coelho e julgo que as suas consequências serão desastrosas para tudo e todos!
Errou dramaticamente o governo com estas medidas e a seu tempo, que não tardará muito, veremos como não estou errado nesta minha apreciação.
Começou logo pela habilidade saloia de apressadamente “encostar” a comunicação ao início do jogo da selecção de futebol com o Luxemburgo, de um jeito que toda a gente percebeu e que, logo aí, calcava para baixo essa própria comunicação e terminou depois com as drásticas e elevadíssimas medidas anunciadas de cortar os vencimentos dos particulares em 7% porque, como é evidente, o pretexto invocado de que é um aumento do desconto para a Segurança Social não é mais do que um enorme corte nos ordenados dos portugueses. Um novo imposto!
Assim, de um penada, Passos Coelho mandou  às urtigas a pouca simpatia com que ainda era visto pelos portugueses e arranjou um enorme pretexto para que o PS, que aguardava por uma ocasião para quebrar o pouco consenso político ainda existente aos olhos da “troika” e do exterior, agora volte as costas ao Orçamento e o reprove, provocando uma crise que certamente nada ajudará nas reuniões com os credores da “troika”.
Para além disto e certamente não em menor escala de gravidade, criou a oportunidade e a razão para a certamente enorme contestação social que aí virá porque, se é indiscutível que muitos milhares de portugueses vivem hoje a passar por imensas necessidade e mesmo no limiar e na própria pobreza, é uma gritante verdade que com estas medidas e certamente outras que aí virão com as consequências dos novos escalões do IRS que anunciam, o nível de vida de todos descerá dramaticamente, o desemprego – ao contrário do que prevê o 1º ministro! – aumentará  e a pobreza, se não mesmo a miséria, estará instalada.
Este governo, estes economistas e esta “troika”, com estas medidas de nivelar tudo por baixo, colocando um país verdadeiramente a  “ pão e água” é uma política, segundo o meu ponto de vista, profunda e dramaticamente errada. Ninguém compra nada a ninguém, o comércio não funciona, as indústrias estão na ruina, as empresas fecham, o desemprego aumenta assustadoramente e não tardará muito o caos será total porque as convulsões sociais estarão aí num muito curto prazo.
Veja-se o elevado número de falências das empresas – até Junho passado  já abriram falência tantas como em todo o ano de 2011 e aí já o número, de mais de 4 mil, era elevadíssimo… - veja-se o aumento em flecha da criminalidade com roubos e assaltos a toda a hora e pense-se até nos crimes familiares e caseiros a que certamente a crise financeira familiar não será estranha e calcule-se o que aí virá com estas novas e preocupantes medidas.
Para além disto acho que o governo afrontou e abriu um conflito com o Tribunal Constitucional do qual não sairá muito bem. Parece-me que os motivos que o tribunal apresentou para chumbar os cortes nos subsídios se mantêm e adivinho dias complicados e nada fáceis para os entendidos na matéria.
No meu caso, como no de muitos reformados, nada nos resta fazer se não assistir ao escandaloso roubo feito por este governo que nos retira da carteira, sem nos pedir, dinheiro que era nosso de pleno direito pelos muitos descontos que efectuamos ao longo de uma vida de trabalho. O dinheiro é dos reformados e pensionistas e o governo rouba-o vergonhosa e descaradamente.
Esta e tantas outras decisões em que as pessoas não são tidas em conta é algo nunca visto nesta terra e que terá forçosamente que acarretar consequências.
Prevejo isso e certamente não deverei  estar enganado…

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