quarta-feira, 28 de novembro de 2018

EIS A NET DE QUE GOSTO!...

Ontem, na página do Grupo CHOUTO - NOSSA TERRA, NOSSA GENTE, relativo à minha terra natal, que há mais de um ano criei e administro no Facebook, dia a dia com mais e boa frequência (somos já mais de meio milhar! ) e, porque passava o 44º aniversário da morte do dr. Armando Cumbre, ocorreu-me assinalar a facto e, com a foto do saudoso médico que aqui anexo, publiquei o seguinte texto alusivo:

EFEMÉRIDE:
HÁ 44 ANOS MORRIA O DR. ARMANDO CUMBRE!
Nesta sequência de tristes ocorrências que ultimamente vêm enlutando os choutenses e seus amigos e de que este nosso espaço tem feito notícia, permitam que vos recorde hoje a passagem do 44º aniversário da morte do saudoso médico Dr. Armando Henrique Cumbre, ocorrida exactamente no dia 27 de Novembro de 1974.
Embora tendo nascido em Santa Eulália (Elvas) veio para a Chamusca com 23 anos, pouco depois de se formar em Coimbra e fez da nossa terra a sua terra, tendo-se tornado, após 47 anos do exercício da medicina no nosso concelho, um grande chamusquense.
De muita competência e experiência e de uma enorme grandeza de alma, fez da sua profissão um verdadeiro sacerdócio, atendendo os seus doentes no seu consultório na Chamusca e muitas e bastas vezes por todo o concelho, sempre com a mesma disponibilidade e sabedoria, a mesma gentileza e, em quantas, quantas dessas ocasiões, a expensas do seu bolso quer na deslocação e consulta, quer até em medicamentos, numa época em que a grande maioria das pessoas passava pela vida muito pobre e até mesmo muito curta.
Lembro-me de o ver muitas vezes pelo Chouto em consultas, quando eventualmente não tínhamos médico ou até mesmo porque o doente preferia o Dr. Cumbre e em deslocações até bem mais distantes como ao Gorjão, por exemplo. Deslocações sempre feitas , a qualquer hora do dia, da noite ou até da madrugada, por péssimas estradas e muitas vezes com más condições climatéricas, no exercício do seu verdadeiro sacerdócio!
Que o Dr. Cumbre descanse para sempre em paz depois de passar pela terra como médico competente, homem bom e um verdadeiro apóstolo, numa vida dedicada ao serviço da população do nosso concelho!
(Tempo atrás e juntando as pessoas do médico e do farmacêutico, lembrei no meu blogue os muito saudosos Armando Cumbre e Joaquim Cabeça, dois autênticos "João Semana" do meu tempo. Se tiver curiosidade a pachorra leia aqui: http://victor-azevedo.blogspot.com/2018/01/fruto-do-meu-habito-de-tudo-preservar.html )

Feita a publicação de imediato começaram a entrar significativos e concordantes comentários não só sobre a justeza das minhas palavras, que isso era o que menos cuidava mas sobretudo com testemunhos autênticos do que efectivamente foi o dr. Cumbre em vida, nos seus 47 anos de médico no concelho da Chamusca e, quanto a mim, o mais significativo e espontâneo testemunho, sem menosprezo para os restantes, veio tão de pronto que me sensibilizou de uma senhora minha conterrânea que se expressou desta forma (sic):

Ercília Duarte Foi o médico que me ajudou a nascer teve no Gorjão Zinho deste as 6 da tarde até a meia noite foi quando eu nasci ele era muito amigo com o engenheiro Augusto que era lá o dono e eles e que o vieram voscar e depois de eu nasce durmio em casa do engenheiro só foi para a Chamusca de manhã era um grande médico

E eu, que no texto tinha feito alusão às longas distâncias percorridas por más estradas pelo médico para assistir aos seus doentes, tendo mesmo recordado que me lembrava de o ver ir ao Gorjão, que fica para lá da minha aldeia e já não muito distante de Ponte de Sôr, no Alentejo, não pude deixar de me surpreender por de imediato surgir ali uma pessoa a quem o dr. Cumbre ajudou a nascer para o mundo no distante Gorjão, antes povoado com  habitantes suficientes para a sua escola primária e hoje despovoado, segundo julgo saber.

Muito sensibilizante!

Sensibilizante e curioso. 

Curioso como a net, quando bem aproveitada, proporciona o convívio entre os cidadãos e aproxima saudavelmente gentes e culturas.

Pena que nem sempre – e demasiadas vezes… - assim seja!...

terça-feira, 20 de novembro de 2018

RECORDAÇÕES...


A imagem que agora retirei da net mostra-nos algo com o seu quê de patusco e, sendo perfeitamente inviável de observar nos dias de hoje no meu Chouto natal, não o é todavia em alguns locais do interior do nosso pais e não é estranha sobretudo para quem como eu ali nasceu, cresceu e viveu em tempos de outrora…

Na verdade, lembro-me de nos idos anos 50 e inícios dos de 60 do século passado os carros de bois – bem como os de mulas e machos, a par de algumas bicicletas… - serem o transporte mais usual nas deslocações e transportes de pessoas e coisas.

Recordo-me até que, neste caso concreto do carro de bois, ele era o meio de transporte preferido de João Maia, então lavrador abastado na freguesia, proprietário do Casal do Anafe do Meio – chamava-se mesmo nessa época “Anafe do João Maia” – nos terrenos que hoje são propriedade dos seus netos e meus amigos José João e António José Maia.

João Maia, que era bem corpulento e obeso, passava muito do seu tempo sentado no solo, ou em baixo assento, quase sempre de pernas cruzadas, à sombra de uma frondosa acácia que existia junto de sua residência à beira da estrada que servia os Anafes e frente aos aposentos do Casal onde residia, recordando-me bem que as pessoas passavam e saudavam-no respeitosamente: "Bom dia, patrão Maia!". 

Acontecia então que João Maia com alguma frequência deslocava-se ao Chouto para bebericar e petiscar com os amigos da aldeia, fazendo-o quase sempre de preferência, se a memória não me falha, na taberna de Manuel Polidoro, onde hoje temos o Café Costa.

Chamava o boieiro que conduzia a viatura a pé na frente da junta de bois até ao Chouto pela então pobre estrada de terra que alguns pequenos riachos atravessavam a céu aberto sendo que, no retorno, com a noite a cair e, eventualmente, já com um "grãozinho na asa", o transportava de volta a casa, no seu Anafe do Meio.

Cenas e imagens antigas do meu Chouto. Desse Chouto que me viu nascer, me criou e apaixonou e que, quando me chegam, como esta de agora, expressiva e patusca, mais me aviva a memória de saudosas vivências passadas e nunca esquecidas…

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

IA EMBORA?... "É PROVÁVEL...” - DISSE A DOUTORA.


ONDE SE RECORDA A “RECAUCHUTAGEM” FEITA HÁ UM ANO


E então, no dia em que se completa exactamente um ano sobre a data em que, com evidente êxito, fui operado à minha pecinha das iscas, naquilo a que na ocasião chamei de “recauchutagem do fígado” começo a minha crónica de recordação sobre esse complicado momento da minha vida pessoal, trazendo aqui um pequeno retalho da também pequena conversa que há três dias tive com a médica que, tendo feito parte da equipa de cirurgiões que procederam à melindrosa cirurgia, tem tido a gentileza e sabedoria de me vir acompanhando com toda a atenção durante esse tempo decorrido.

Na falta do exame (TAC) por ela requisitado há 3 meses e ainda não realizado pelos serviços radiológicos do hospital público que a senhora doutora prefere em detrimento dos privados, perguntou-me:

- Mas sente-se bem, não sente?

Ao que lhe respondi:

- Eu sinto, senhora drª, mas costumo dizer, quando isso me perguntam, que também há um ano me sentia bem e… fui operado… Mas, não obstante e permita que lhe acrescente que, passado este tempo decorrido penso que se não me tivessem feito a cirurgia, já cá não andava...

Ao que a doutora, bem sabedora da realidade, respondeu de pronto:

- É provável!…

“É provável”, opinou a senhora e, convenhamos, ela bem saberá – e bem melhor que eu!… - porque assim pensa…

E é com esta convicção que é quase certeza que parto para mais um ano de vida pós operatório... O passado, apesar de tudo não foi mau de todo. Não foi, não.

Mas não desejaria ver repetidos aqueles momentos pós operação em que o mais complicado foi o internamento nos Serviços Intermédios com uns danados 5 dias e meio que pareciam não ter fim. Depois, na enfermaria e não obstante os contratempos surgidos, já foram bem menos aborrecidos. Agora, nos Serviços Intermédios? Não desejo a ninguém de tão chatos e mais que aborrecidos.

E é mesmo desse tempo que ali passei que hoje aqui documento com duas fotos tiradas pelo Nuno, meu filho, no 5º dia pós cirurgia. A 1ª foi a permanente vista que tive deitado na cama durante esse período. Um aparelho aos pés da cama, que muitas vezes apitava chato para caramba, bem como muitos outros pela sala fora e que enchiam os ouvidos noite e dia de pi,pi, pi e também um danado de um relógio de parede, ao fundo, para cujos ponteiros olhei milhares de vezes e os desgraçados não se mexiam…


A outro foto, também do mesmo dia tirada sem que eu me apercebesse, já surge aí o rapazinho, algo recostado, ingerindo creio que uma maçã cozida e ainda meio ligado a máquinas. De aspecto muito pouco recomendável mas… vivinho

Enfim, dias difíceis, quando não mesmo complicados mas que, com a minha velha calma fui suportando sem esforço de maior mas que, todavia, como é lógico, não desejo ver repetidos.

Veremos o que vai seguir-se e, continuando a contar os dias e os meses, espero por cá  permanecer mais um tempinho já que, por aqui é que se está bem.

E, se há outra vida melhor no além, como acreditam os crentes, eu não tenho essa convicção até porque, como sabemos, ainda nenhum dos que partiram retornou para contar como é a coisa por lá...

sábado, 10 de novembro de 2018

MINHA PESQUINHA DE TRALHA ARRUMADA


Depois de um ano de pesquinha totalmente atípico ou, até melhor dizendo, absolutamente inédito, em que não ferrei eficazmente um único “peixe de nome”, como diria o saudoso Carvalho, belo companheiro destas lides em tempos que lá vão e perante o mau tempo que desde há dias e que hoje principalmente se fez sentir, decidi arrumar a tralha por este ano. 

Por este ano acabou. A não ser que ainda surja atrasado o chamado “Verão de S. Martinho” e me desafie a dar mais um saltinho ao Alentejo para sustentar o vício…

Mas foi um ano desastroso na minha pesquinha e para isso muito contribuiu a grande seca de 2017 que fez com que muitas das pequenas represas e charcas secassem totalmente e, como já lá vai o tempo em que, sem as propriedades vedadas e fechadas, andavamos Alentejo fora de umas herdades para outras em busca das barragens que melhor dessem achigãs, o insucesso deste ano era inevitável.

Mas, em boa verdade, no meu caso pessoal, que tenho um dedicado amigo que me permite a pesca, facultando-me amavelmente a chave do cadeado da cerca na zona das duas represas, a circunstância de todas as propriedades agora estarem fechadas, esse problema poderia bem ser ultrapassado não fora ter ocorrido a secagem de uma das represas em 2017 e, a outra, em que esse inconveniente não aconteceu, julgo, penso que foi vitima da fome de Corvos Marinhos e Lontras que, devido à escassez de alimento noutros locais ali resolveram matar a dita, quase devorando todos os peixes que ali existiam em abundância. Anos atrás ferrei ali bons exemplares. Verdade, verdadinha.

Penso isso e, não fosse ter visto uma meia dúzia de achigãs de kg ou mesmo mais e ficaria convencido que aqueles “amigos” não tinham deixado um peixinho que fosse. Mas, não foi o caso e não tenho dúvidas que tem bons exemplares, embora poucos ou talvez mesmo muito poucos… No próximo ano se verá…

Só um! Só um bom achigã consegui ferrar numa manhã de Setembro de alguma neblina e de aragem fresca, estando o “menino” num pequeno recanto da barragem, com talvez meio metro de altura de água. Ferrei-o, corriquei e trouxe-o ainda a 3,4 metros de mim mas vinha mal ferrado e, com um salto fora de água, soltou-se para minha grande desolação. Foi bonito ver o bicho a saltar fora de água mas foi mais que mau o danado ter-me mandado ir dar uma volta… E, bem mandado, voltarei no próximo ano, com ele então mais grandão…


Pescador viciado é assim. Tem sempre paciência e esperança que... amanhã é que é… Eh! Eh!

Então, não ferrando peixes, num ou outro momento fui aproveitando para tirar fotos dos mais bonitos recantos da barragem e deixo aí uma delas onde surgem algumas das simpáticas vacas da manada de uma centena, minhas mansas companheiras de todos os dias e, também devo confessar, nunca me esqueci de dar um saltinho ao restaurante Paraíso da Mata, junto ao Lavre, onde o já velho amigo Fernando sempre me delicia com a sua boa comida de que destaco aqui, como exemplo, o super-gostoso Ensopado de Borrego, sempre espectacular de apresentação e sabor! Uma maravilha, mas também, com outros bons petiscos, responsáveis pelas ex-peles no rosto e não só, resultantes da cirurgia e da dieta, terem-se… eclipsado...  Eh! Eh!

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

CHEGARAM OS 74 E... UMA PRENDA BEM ORIGINAL!


E… é sempre a somar, chegando hoje aos 74!…

E dizia eu, quanto era criança e tinha 60 e poucos, que eles já pesavam… Tá bem, tá!… E agora?...

Bom, mas cá vou contando um a um , chegando à conclusão que a “recauchutagem” feita à figadeira há um ano atrás - fará dia 15 -, resultou em mais um aninho mais ou menos confortável. Não fora ela e talvez já cá não estivesse…

O dia foi o tradicional nesta data com a vinda desde a Beira Alta – agora danada de fria! - e depois o jantar com a família mais chegada na adoptiva Amadora. 

Mas, sem avançar mais quero desde já confessar quanto senti o frio nas terras beirãs. Depois da operação, por isso ou pela idade que avançou mais um anito, sinto muito mais frio do que sentia antes da cirurgia. E também no Verão não sofri tanto do calor como era habitual. Na próxima consulta com a doutora da equipa que me operou quero perguntar-lhe se esta sensação  tem razão de ser.

Mas voltando então à comemoração do aniversário ela serviu para alguns de nós nos deliciarmos com uma excelente e fresquíssima cabeça de garoupa cozida e, antes disso, tive uma prenda que apreciei muitíssimo pela originalidade e carinho com que foi idealizada e construída e de que aqui deixo uma imagem.

Ideia da minha nora, trabalho do meu filho e oferta do meu neto, encheu-me as medidas! Francamente!

Eu, tempos atrás, a pedido do Nuno, sem me dizer para quê, deixei-me fotografar com uma espécie de caixilho nas mãos e estava a léguas de imaginar tamanha criatividade! 

Gostei muito! Como julgo ser lógico.

Deixo aí a foto bem como uma já tradicional com o Rafael, que vai crescendo dia a dia e agora resta-me pedir e aguardar que venha mais um aninho se possível sem problemas de maior porque, convenhamos, já chega o que chega.

E assim, agora aguardando que de um  em um ano a licença se vá renovando para minha satisfação e certamente dos muitos familiares e amigos que me cercam e estimam, no que me dão muito prazer e gratidão!

E pedir o alongar da licença por mais um ano de cada vez não é pedir muito, né?