quinta-feira, 15 de novembro de 2018

IA EMBORA?... "É PROVÁVEL...” - DISSE A DOUTORA.


ONDE SE RECORDA A “RECAUCHUTAGEM” FEITA HÁ UM ANO


E então, no dia em que se completa exactamente um ano sobre a data em que, com evidente êxito, fui operado à minha pecinha das iscas, naquilo a que na ocasião chamei de “recauchutagem do fígado” começo a minha crónica de recordação sobre esse complicado momento da minha vida pessoal, trazendo aqui um pequeno retalho da também pequena conversa que há três dias tive com a médica que, tendo feito parte da equipa de cirurgiões que procederam à melindrosa cirurgia, tem tido a gentileza e sabedoria de me vir acompanhando com toda a atenção durante esse tempo decorrido.

Na falta do exame (TAC) por ela requisitado há 3 meses e ainda não realizado pelos serviços radiológicos do hospital público que a senhora doutora prefere em detrimento dos privados, perguntou-me:

- Mas sente-se bem, não sente?

Ao que lhe respondi:

- Eu sinto, senhora drª, mas costumo dizer, quando isso me perguntam, que também há um ano me sentia bem e… fui operado… Mas, não obstante e permita que lhe acrescente que, passado este tempo decorrido penso que se não me tivessem feito a cirurgia, já cá não andava...

Ao que a doutora, bem sabedora da realidade, respondeu de pronto:

- É provável!…

“É provável”, opinou a senhora e, convenhamos, ela bem saberá – e bem melhor que eu!… - porque assim pensa…

E é com esta convicção que é quase certeza que parto para mais um ano de vida pós operatório... O passado, apesar de tudo não foi mau de todo. Não foi, não.

Mas não desejaria ver repetidos aqueles momentos pós operação em que o mais complicado foi o internamento nos Serviços Intermédios com uns danados 5 dias e meio que pareciam não ter fim. Depois, na enfermaria e não obstante os contratempos surgidos, já foram bem menos aborrecidos. Agora, nos Serviços Intermédios? Não desejo a ninguém de tão chatos e mais que aborrecidos.

E é mesmo desse tempo que ali passei que hoje aqui documento com duas fotos tiradas pelo Nuno, meu filho, no 5º dia pós cirurgia. A 1ª foi a permanente vista que tive deitado na cama durante esse período. Um aparelho aos pés da cama, que muitas vezes apitava chato para caramba, bem como muitos outros pela sala fora e que enchiam os ouvidos noite e dia de pi,pi, pi e também um danado de um relógio de parede, ao fundo, para cujos ponteiros olhei milhares de vezes e os desgraçados não se mexiam…


A outro foto, também do mesmo dia tirada sem que eu me apercebesse, já surge aí o rapazinho, algo recostado, ingerindo creio que uma maçã cozida e ainda meio ligado a máquinas. De aspecto muito pouco recomendável mas… vivinho

Enfim, dias difíceis, quando não mesmo complicados mas que, com a minha velha calma fui suportando sem esforço de maior mas que, todavia, como é lógico, não desejo ver repetidos.

Veremos o que vai seguir-se e, continuando a contar os dias e os meses, espero por cá  permanecer mais um tempinho já que, por aqui é que se está bem.

E, se há outra vida melhor no além, como acreditam os crentes, eu não tenho essa convicção até porque, como sabemos, ainda nenhum dos que partiram retornou para contar como é a coisa por lá...

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