sexta-feira, 14 de julho de 2017

PATUSCO MOMENTO



Imagem do sorridente amigo António Rainha, naquele que, para mim, considero dos mais patuscos momentos vividos no nosso recente convívio de “Jovens de Ontem” no meu Chouto natal.

Porque sorri ele e porquê patusco? 
Eu explico: Durante a minha estadia em Angola na guerra correspondi-me com dezenas de familiares e amigos e, como guardo tudo e mais alguma coisa, tenho ainda bem conservada toda essa correspondência travada. Entre ela estão muitos aerogramas, que era assim como que uma espécie de bilhetinho dobrado e que, fechado, como um envelope, circulava gratuitamente de e para as nossa tropas em campanha em África.

Um dos amigos com quem travei aerogramas foi com o António Rainha e guardo dele e de outros esses “bate estradas”, como também lhes chamávamos e resolvi levá-los para o nosso convívio. Esses do António Rainha e muitos outros de iguais amigos presentes no encontro.

Todos são muito interessantes, mais até e sobretudo para quem os subscreveu (“como foi bom agora recordar passagens da minha estadia na guerra de que já não me lembrava mais!...” – confessou-me o Tomé Dinis) mas, os mais patuscos e divertidos, sobretudo pela linguagem e franqueza expressa, são os do nosso Tónio Rainha. São, são!

Não divulgo aqui algumas das suas “prestimosas informações” sobre custos e aspectos do “material” – leia-se cor… - em uso no local na ocasião, por razões que se prendem com decoro na linguagem utilizada (eh! eh!) mas lá que ri com franco prazer e que, a ele, agora, também o fizeram sorrir com gosto, lá isso fizeram.

Fica aí o flagrante da imagem do seu sorrisinho maroto ao reler as divulgações que me fazia nos aerogramas 50 anos atrás.
   
A malta nova, a rapaziada jovem e os seus gozos de juventude, apesar de tudo despreocupada e descomprometida.

A guerra porque que passamos e que, não obstante ser guerra com perigos, dificuldades e mortes, também tinha os seus bocadinhos algo saborosos e patuscos. Sobretudo quando tentávamos esquecer a dor, o sofrimento e os sustos porque passávamos…

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