quinta-feira, 6 de abril de 2017

1967 LESTE DE ANGOLA - VICISSITUDES DE UMA GUERRA (FORÇADA)... (1)


Numa das fotos imagem de parte das viaturas de transporte dos militares, no total de cerca de 400, do meu Batalhão de Artilharia que, idos de Vila Teixeira de Sousa e depois de um dia de viagem por picada em péssimo estado, chegaram ao Cazombo (Leste de Angola) para iniciarem a sua Comissão de Serviço – como então airosamente se chamava à guerra forçada… - de 2 anos de árdua e arriscada vida.



Esclareço que a viagem Luanda / Cazombo / Lumbala (onde a minha Companhia ficou instalada), demorou 5 dias (!), tendo o trajecto sido percorrido desta forma: Luanda/Nova Lisboa, 1 dia de camioneta; Nova Lisboa/Teixeira de Sousa, 2 dias de comboio; Teixeira de Sousa/Cazombo, 1 dia de camioneta; Cazombo/Lumbala, 1 dia de camioneta.

Em Lumbala o abastecimento era esporadicamente feito por camionetas e camiões integradas e protegidas por forte coluna militar e, mais regularmente, por avião Noratlas (na outra foto na pista térrea de Lumbala) que nos levava mantimentos mais frescos (ou menos velhos e degradados…). ( A “talhe de foice” devo acrescentar que, em Lumbala, a rapaziada de 20 e poucos anos de idade, só via uma – uma! – mulher branca!... A esposa – muito magrinha! - do Chefe de Posto, autoridade civil portuguesa naquele “fim do mundo”.)

Vendo hoje estas imagens, recordando e sentindo na pele, como senti, tais condições e tal sacrifício, interrogo-me se teríamos agora em Portugal um militar – um só, que fosse! - que estivesse disposto a sujeitar-se a tais condições, a tais sacrifícios e… a tal risco de vida!?...

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