E aí temos hoje Marcelo Rebelo de Sousa eleito Presidente da
República de Portugal, concretizando assim o que foi possivelmente o desejo de
toda uma vida. Não sei se foi exactamente isso em todos os dias da sua vida
mas, que o foi seguramente nos últimos anos, disso julgo não ter dúvidas…
O dr. Marcelo Rebelo de Sousa, professor de direito,
jornalista, político e comentador político é sobejamente conhecido em todo o país
e era logicamente o mais que potencial vencedor desta contenda eleitoral.
Venceu e venceu bem, com maioria, logo à 1ª volta e deixou a
léguas a concorrência. Concorrência que afinal era unicamente corporizada e
muito leve em Sampaio da Nóvoa, outro professor universitário credenciado mas
sem experiência política e sofrendo do desconhecimento do homem da rua sobre a
sua pessoa. Para além disso, o ex-reitor da Universidade de Lisboa ainda sofreu
da falta de votos dos militantes socialistas de um PS dividido pelos maçons da
velha guarda (Almeida Santos, Manuel Alegre , Vera Jardim, João Soares, Jorge
Coelho, etc) que, não gostando de Nóvoa, trataram de inventar e fabricar uma
candidata fraca, fraca (Maria de Belém) que, para candidata só tinha o apelido
e que ainda por cima deixaram que na derradeira semana da Campanha Eleitoral
saísse a lista dos nomes dos “deputados fantasma” que recorreram para o
Tribunal Constitucional na questão das Subvenções Vitalícias e em cujo grupo
constava Maria de Belém. A juntar à fraquíssima campanha, foi a cereja no topo
do bolo para que este percurso de Maria de Belém e dos seus amigos maçons, dessa
ala que a empurraram para a candidatura, transformasse tudo num verdadeiro desastre…
Marcelo, fez uma campanha única e inédita, sozinho, sem
bandeiras e apoios partidários ou arruadas, visitou pastelarias, centros de
dia, farmácias, cafés, restaurantes e realizou uma ou outra sessão em pequenas
salas, sempre com o apoio de gente da direita, do clero e certamente da sempre
discreta mas actuante Opus Dei. Recusou a ajuda de um PSD envergonhado que,
pela boca do seu líder, antes lhe havia chamado “cata-vento” e de um CDS, sem
candidato próprio e “pendurado” no sucesso pessoal de um Marcelo que, com calma,
dia-a-dia, foi percorrendo de carro uma boa parte do país. Venceu, como se esperava
e, goste-se ou não do professor e das suas ideias, há que reconhecer que era o
melhor preparado para o cargo e venceu naturalmente.
Dos restantes candidatos pouco há que falar, para além de
destacar o bom resultado de Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (virou moda
votar no BE e a juventude contribui muito) e salientar a grande votação no “Tino
de Rans”, o calceteiro simpático e inteligente que mereceu o voto de muita
gente (foi delicioso ver e ouvir agora na TV o telefonema dele para Marcelo
felicitando-o por, logo a seguir a ele que, naturalmente venceu na sua aldeia
nortenha, “você foi o mais votado. Ficou em 2º lugar.). Por fim, salientar um
facto que considero inédito: que me recordo é a 1ª vez que numas eleições vejo
o PCP reconhecer a derrota! Inédito!
E pronto. Em Março Marcelo Rebelo de Sousa tomará posse e
partirá para a sua dourada reforma um Cavaco Silva, sem chama, sem cultura, sem
jeito, sem nada e que não deixa saudades. A ninguém. Infelizmente.
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