terça-feira, 13 de novembro de 2012

A MINHA PESQUINHA


Faz hoje um mês que pesquei este achigãzinho de quilo aí da foto que acompanha estas linhas e com ele encerrei a minha pesquinha deste ano de 2012.
Chamo-lhe pesquinha porque na verdade é isso mesmo que pratico de há uns anos e esta parte... Saio de casa não tão cedo quanto deveria (gosto de levar o “Expresso” e espero que chegue às bancas…) e regresso muito antes do pôr-do-sol, altura em que ainda deveria estar na pesca, dado que é nessa hora que a mesma é mais produtiva…
Mas a minha preocupação, não obstante o grande prazer em ferrar um bom exemplar que sempre se sente, não é só a pesca propriamente dita... Não é, não. Gosto de me levantar cedo; gosto do fresquinho da manhã no Verão; gosto da viajem, das árvores, dos arbustos, das peças de caça que vou encontrando, das aves e outros animais selvagens que vão surgindo, enfim, da Natureza. Na cidade nada disso temos e, muito menos temos e respiramos o ar puro que encontro no Ribatejo e no Alentejo onde me desloco no exercício deste belíssimo desporto.
O curioso deste meu vício, de que um dia espero aqui falar com mais detalhe, é que fui iniciado nestas lides exactamente por meus cunhados de um lado e outro da família… Uns iniciaram-me na também muito interessante pesca no Rio Vouga, com os pequenos “ruivacos” que ali abundavam e, outro – que por sinal já não é, por força de divórcio… -, naquela que mais dias e horas me tem absorvido e que ainda hoje mantenho com redobrado prazer, a pesca do achigã.
A 1ª, na Beira Alta, era feita com uma rudimentar Cana da India, só com uma linha, um chumbinho e um anzol muito pequenino (mosca), sem carreto e produzia excelente resultado, chegando, com a evolução da minha tecnica a, posteriormente, sacar do rio boas bogas e sobretudo belíssimos exemplares de excelentes e bem batalhadores barbos.
Na outra, a do achigã, lembro-me que me equipei na década de 70, talvez por volta de 1977/78 numa pequena Casa de Pesca em Alhandra (o sr. Manuel, que felizmente ainda é vivo e ainda se mantém atrás do balcão e onde muito material tenho adquirido ao longo dos tempos). Umas botas de borracha, um saco-mochila que ainda uso, umas "medalhas" para amostras e uma cana e um carreto que também ainda possuo. Mas estes dois não eram indicados para a pesca do achigã… Não era o carreto e muito menos a cana, por ser muito grande e pesada. Tenho-a usado na pesca à beira mar.
Ficam por aqui estas recordações – outro dia desfíarei mais uma ou outra memória e uma ou outra história… - e importa agora dizer que findou este ano a pesquinha. Começou a chover, os acessos às barragens são mais difíceis, quando não impossíveis mesmo de jipe e os terrenos nas margens ficam muito mais pesados e, com algum frio também a chegar, as águas arrefecem, os peixes afundam e nas margens a pesca só se justificará em finais de Fevereiro, quando se aproximar a Primavera e as temperaturas se tornarem mais amenas.
Até lá, é para arrumar fotos, materiais e recordações e aspirar pela chegada da nova época. Nos últimos dias, que antecedem o regresso às lides, até se contam os dias e, mais pertinho dessa data, até as horas vão recuando aqui na caixinha dos pirolitos…
Um vício danado! Mas, bonito! E saudável!...

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