Faz hoje um mês que pesquei este
achigãzinho de quilo aí da foto que acompanha estas linhas e com ele encerrei a
minha pesquinha deste ano de 2012.
Chamo-lhe pesquinha porque na verdade
é isso mesmo que pratico de há uns anos e esta parte... Saio de casa não tão
cedo quanto deveria (gosto de levar o “Expresso” e espero que chegue às bancas…)
e regresso muito antes do pôr-do-sol, altura em que ainda deveria estar na
pesca, dado que é nessa hora que a mesma é mais produtiva…
Mas a minha preocupação, não obstante
o grande prazer em ferrar um bom exemplar que sempre se sente, não é só a pesca
propriamente dita... Não é, não. Gosto de me levantar cedo; gosto do fresquinho
da manhã no Verão; gosto da viajem, das árvores, dos arbustos, das peças de
caça que vou encontrando, das aves e outros animais selvagens que vão surgindo,
enfim, da Natureza. Na cidade nada disso temos e, muito menos temos e respiramos
o ar puro que encontro no Ribatejo e no Alentejo onde me desloco no exercício
deste belíssimo desporto.
O curioso deste meu vício, de que um
dia espero aqui falar com mais detalhe, é que fui iniciado nestas lides
exactamente por meus cunhados de um lado e outro da família… Uns iniciaram-me
na também muito interessante pesca no Rio Vouga, com os pequenos “ruivacos” que
ali abundavam e, outro – que por sinal já não é, por força de divórcio… -,
naquela que mais dias e horas me tem absorvido e que ainda hoje mantenho com
redobrado prazer, a pesca do achigã.
A 1ª, na Beira Alta, era feita com uma
rudimentar Cana da India, só com uma linha, um chumbinho e um anzol muito
pequenino (mosca), sem carreto e produzia excelente resultado, chegando, com a
evolução da minha tecnica a, posteriormente, sacar do rio boas bogas e sobretudo
belíssimos exemplares de excelentes e bem batalhadores barbos.
Na outra, a do achigã, lembro-me que
me equipei na década de 70, talvez por volta de 1977/78 numa pequena Casa de
Pesca em Alhandra (o sr. Manuel, que felizmente ainda é vivo e ainda se mantém
atrás do balcão e onde muito material tenho adquirido ao longo dos tempos). Umas
botas de borracha, um saco-mochila que ainda uso, umas "medalhas" para amostras e uma cana e um carreto que também
ainda possuo. Mas estes dois não eram indicados para a pesca do achigã… Não era o carreto
e muito menos a cana, por ser muito grande e pesada. Tenho-a usado na pesca à
beira mar.
Ficam por aqui estas recordações – outro
dia desfíarei mais uma ou outra memória e uma ou outra história… - e importa
agora dizer que findou este ano a pesquinha. Começou a chover, os acessos às
barragens são mais difíceis, quando não impossíveis mesmo de jipe e os terrenos nas margens ficam muito mais pesados e,
com algum frio também a chegar, as águas arrefecem, os peixes afundam e nas
margens a pesca só se justificará em finais de Fevereiro, quando se aproximar a
Primavera e as temperaturas se tornarem mais amenas.
Até lá, é para arrumar fotos,
materiais e recordações e aspirar pela chegada da nova época. Nos últimos dias,
que antecedem o regresso às lides, até se contam os dias e, mais pertinho dessa
data, até as horas vão recuando aqui na caixinha dos pirolitos…
Um vício danado! Mas, bonito! E
saudável!...
Sem comentários:
Enviar um comentário