Hoje mais um testemunho que me chocou e que custaria a crer como verdadeiro, não fosse a autenticidade do testemunho...
Na minha aldeia natal (Chouto - Chamusca) a uma escassa centena de kms de Lisboa, os meus conterrâneos ali residentes continuam a fazer enormes vigílias para conseguir uma consulta para o médico!...
Contou-me o meu velho amigo Rui Freitas, septuagenário ali morador de sempre, que esta semana foi ganhar vez às 9 da noite e ficou à porta do posto médico até às cinco da manhã do dia seguinte, hora em que a sua “patroa” surgiu para ali ocupar o seu lugar até que abrissem as consultas e assim pudesse marcar a sua necessária visita ao médico.
Isto a 100 Kms de Lisboa, no ano da graça de 2007 e depois de carradas de anos passados sobre a Joana, minha filha, ter chorado a bom chorar por, por umas escassas décimas não ter conseguido entrar para Medicina, como era a sua aspiração e ser forçada a optar por outro curso - ainda que num ramo idêntico, mas pago e bem pago! - e ainda da Filipa, minha sobrinha, também por escassas décimas, ter adiado em três anos (três anos!) a sua entrada em Medicina e depois de ter tentado nesse prazo o ingresso em Espanha sem sucesso.
Agora, finalmente, vem o Ministro da Saúde publicamente reconhecer que há falta de médicos – onde andou este homem estes anos todos que não deu por isso, é coisa que desconheço... – e informar que vai alargar em mais umas centenas as candidaturas anuais a Medicina e, numa submissão e numa clara manifestação de corporativismo, que me revolta e repugna, publicamente referir que espera que, os da classe e a própria classe discordante desta opção a entenda e reconheça que é absolutamente necessária.
Só faltou dizer e reconhecer publicamente que há largos anos não temos mais médicos formados porque a respectiva classe assim não o quis.
Uma vergonha!...
sábado, 13 de outubro de 2007
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