Pois é… depois de há 20 anos – completam-se mais exactamente no próximo domingo, 18 – ter visitado com prazer e algum espanto as Cataratas Submersas no Rio Nilo, de que deixo aí foto ao lado, eis que, ontem, sou confrontado com as consequências de umas outras, bem mais inconvenientes e chatas, porque nas minhas duas “lanternas” faciais…
Há já mais de um ano que os médicos haviam alertado para inevitabilidade da sua remoção mas, a velha “istória” do “deixa andar”, do “pode ser que não seja bem assim”, fez com que a intervenção se tornasse inevitável face à muita deterioração da visão e, ontem, a operação aconteceu mesmo no Hospital da Luz (Oeiras).
Entre os preparativos e a cirurgia, que me parece já corriqueira e algo fácil para os especialistas – os que, como sempre digo, merecem na realidade ser considerados de “doutores”, porque nos cuidam e curam das maleitas e tantas vezes nos salvam as vidas! - e demorou coisa e uma horita.
Para além da remoção da catarata foi-me implantada um lente intraocular, idêntica à da imagem ao lado e as dores da cirurgia foram nulas, ou quase.
E a verdade é que, chegado a casa e retirado o penso que me tornava um sósia de Camões, fiquei verdadeiramente pasmado com o resultado obtido: via espantosamente bem do olho esquerdo operado! Tudo claríssimo, tudo incrivelmente branco e os objectos de formas definidas como, francamente, nunca me lembro de ter visto.
Fiquei parvo com os resultados obtidos e não imaginava que o mundo fosse assim, de formas tão definidas, coloridas e fantásticamente luminoso. Lindo! Lindo!
Mas há um senão… Um senão e nada pequeno: prevejo que vou ter séria confusão na minha “caixinha dos pirolitos” durante o período que mediará esta cirurgia e a próxima ao outro olho daqui a um mês. Vou andar com a cabeça à roda. Vou, vou...
Verdade que a jovem médica (Mafalda Mota), por sinal bem simpática e comunicativa, já me tinha prevenido que isso aconteceria mas, uma coisa é sabermos e, outra, bem mais desagradável, é sentirmos.
Será um mês bem complicado para o meu “computador craniano”, tanto mais que a minha falta de visão já obrigava ao uso de lentes de graduação elevada e, assim, o problema certamente sentir-se-á em dose maior, mas terei de me adaptar e, tentando contornar a situação o melhor que possa, atingir a desejada data da nova operação – então ao olho direito – com os mínimos inconvenientes que me for possível.
Mas a coisa não vai ser muito fácil e agradável…
Não, não...
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