Hoje,
ao fim da tarde, aguardava a saída do meu neto do colégio, no fim de um dia de
aulas e ouvia o noticiário da TSF. As notícias não eram muito “frescas” e a
principal era mesmo já conhecida desde o início da tarde: tinha sido atribuído o
Prémio Nobel da Medicina ao casal norueguês Edvard Moser e May-Britt Moser e ao
anglo-americano John O’Keefe, pelas
suas descobertas de células que constituem um sistema de posicionamento no
cérebro.
Notícia
bonita e importante a que o noticiário algo mais acrescentava dizendo que,
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, se regozijava com a notícia
exactamente porque, segundo ele, o casal norueguês tinha usufruído de uma bolsa
da UE para as suas investigações mas, acrescentava o locutor de serviço nas
notícias e cito de memória “nem todos ficaram satisfeitos com esta atribuição”
porque, segundo afirmou, uns grupos noruegueses de defesa dos animais
manifestaram a sua discordância pela atribuição deste Nobel porque, para os
estudos e para as experiências os neurocientistas da Noruega tinham sacrificado
ratos. Eles tinham feito os estudos nos cérebros de… ratos…
Não
tenho muito mais a acrescentar, né?
Recordo-me
que há já uns anos na velha casa da aldeia tinha um danado de um rato que nos
incomodava e preocupava e, o nosso tio Zé sabendo, descansou-me: “deixe que eu trago
uma ratoeira que comprei há dias e ele cai nela!…” E, caiu mesmo, nessa
primeira noite! No dia seguinte o desgraçado ali estava “enforcado” quando
tentava abocanhar o bocado do queijo…
Na
altura eu andava pelo Fotolog e publicava muitas fotos, que ainda lá estão, com
textos/legenda alusivos e, como antes, sobre um qualquer nascimento publiquei
uma foto e escrevi num hino e homenagem à vida, para o que me havia de dar
tirando uma fotografia ao rato “enforcado” na ratoeira ? Numa evidente decisão
de mau gosto, que reconheço mas, não pensando nisso e num contraponto à outra
do nascimento de uma vida, vá de escrever sobre a morte e consequente extinção
da vida.
O
que é que eu fiz? Caiu-me “o carmo e a
trindade” encima com uma carrada enorme de chamados amigos dos animais a
chamarem-me de tudo, tudo e a tratarem-me abaixo de… rato… Foi o fim do
mundo!... O que eles e elas me chamaram… Está ainda aí na net, no Fotolog…
Houve
quem me desejasse que morresse enforcado e teve até uma senhora que me deixou
muito preocupado porque, profetizou ela, na próxima reencarnação eu serei um… rato e morrerei enforcado numa ratoeira…
Tive
noites que nem dormi com esta profecia…
Desta
vez são os neurocientistas condenados porque sacrificaram ratos nos seus
importantes estudos. Enfim…
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