Na educação como em muitos
outros sectores da nossa vida colectiva após a revolução de 25 de Abril de 1974
registaram-se muitas e diversificadas transformações e infelizmente nem sempre
para melhor, tendo neste caso do ensino passado do 80 para o 8.
Cada ministro que entrou foi
mudando, modificando e não poucas vezes piorando… O caso da abolição dos exames
é uma dessas situações.
Alguém mais iluminado achou que os alunos fazerem exames era um disparate e, um a um, eles foram sendo eliminados de forma que até ao ingresso nas faculdades as avaliações vêm sendo feitas por testes, provas, chamem-lhe o que quiserem. Desta forma acabamos por ver formados jovens que saem licenciados e sabem muito pouco, havendo até quem ache que não sabem nada de nada.
Não vou tão longe mas também
penso que não é tão invulgar quanto isso encontrar licenciados que fazem contas
pelos dedos das mãos, não sabem a tabuada e sofrem de grandes carências no
português, sendo garantido que só conseguirão fazer com grande dificuldade uma
composição, redigir um texto com princípio meio e fim.
Suprimindo-se os exames
nivelou-se tudo por baixo e a falta de conhecimentos é por demais evidente
relativamente a muitos dos formados que saem todos os anos das
universidades.
Agora o actual Ministro da
Educação, Dr. Nuno Crato, decidiu inverter o caminho e vai surgir de novo o
exame do 4º ano, aquela que era a nossa velha 4ª classe. Aprovo e aplaudo a
decisão e entendo que só perde por ser tardia.
Para minha surpresa, ou talvez
não, saltaram logo os políticos chamados de esquerda a criticar a medida e na
Assembleia da República ouvimos deputados do PS, do BE e do PCP levantando a
voz em feroz critica à decisão do ministro. Parece mentira mas é verdade...
O argumento apresentado é de que
será traumatizante comunicar a uma criança de 10/11 anos que reprovou no exame…
Francamente!... Coitados dos hoje
homens e mulheres da minha geração e de outras gerações antes e depois, que
chumbaram e ficaram traumatizados para toda a vida!...
Tropeçávamos em exames quase
todos os anos – até tínhamos o de “Admissão ao Liceu”, como então se dizia –
passávamos e chumbávamos e cá estamos mais ou menos preparados para a vida mas
nunca traumatizados por isso.
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